Panorama das exportações de móveis brasileiros para os Estados Unidos

Panorama das exportações de móveis brasileiros para os Estados Unidos - Plataforma Setor Moveleiro

Mais de 35% das exportações de móveis brasileiros são destinadas aos Estados Unidos. Maior economia do mundo e considerada a nona em termos de complexidade (que utiliza a pauta exportadora de um país para medir a sofisticação tecnológica da produção), o país é o principal importador da indústria moveleira nacional.

Dados divulgados pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) indicam que em 2021, 47,1% do consumo de móveis dos EUA foi suprido pelas importações. Período em que o consumo doméstico cresceu e a produção interna caiu. Ou seja, um cenário particularmente favorável para exportadores de móveis de mercados em ascensão, como o brasileiro. 

Exportações brasileira de móveis e colchões para os EUA

Em 2021, as importações americanas de móveis e colchões totalizaram US$ 49,1 bilhões em valores nominais. Um aumento de 28% em relação ao ano anterior. Em volume, os Estados Unidos importaram 11,7 milhões de toneladas de móveis prontos e colchões no ano.

Exportações de móveis brasileiros e mercados concorrentes

“A China continua sendo a principal origem das importações de móveis para os Estados Unidos. Relação, contudo, que vem perdendo o fôlego nos últimos anos, devido às disputas comerciais entre os dois países, o que pode ser uma oportunidade para a indústria brasileira de móveis, que se coloca como uma alternativa mais próxima, sustentável e livre de restrições comerciais para o mercado americano”, diz a ABIMÓVEL.

As vendas de móveis e colchões brasileiros para os Estados Unidos apresentaram variações ao longo do tempo, vivenciando um período de queda a partir de 2006, mas que foi revertido, contudo, crescendo a partir de 2010 e batendo o recorde da série histórica no ano de 2021.

Na série histórica iniciada em 2017 até 2021, então, a receita das exportações brasileiras para os EUA cresceu 120%. Passando de US$ 152 milhões em 2017, para US$ 334,5 milhões em 2021. Isto é, um crescimento de 21,8% ao ano. 

Em volume, o Brasil exportou 110,7 mil toneladas de móveis e colchões para o país norte-americano no ano de 2021. Quantitativo que representou variações positivas de 122,1% comparando-se a 2017, e de 17,9% em relação ao ano anterior. 

Exportações brasileiras de móveis e colchões para os EUA

Entre os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, observou-se que a categoria de móveis deteve a maior participação em 2021, expressando 91% do total exportado. “Boa parte das linhas de mobiliário apresentaram desempenho elevado no período, com destaques percebidos para os ‘móveis de madeira para cozinha’ e ‘outros assentos’”, enfatiza o comunicado.

Em 2021, o preço médio das exportações brasileiras no setor para os Estados Unidos foi de US$ 3,02 / kg. O valor representa alta de 13,3% em relação a 2020. No entanto, seguiu ainda abaixo da média geral das importações americanas, que foi de US$ 4,18 / kg. Demonstrando, assim, mais um diferencial competitivo da indústria brasileira de móveis.

As informações são do Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras – Edição Estados Unidos”, desenvolvido para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, de iniciativa da ABIMÓVEL em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

“Por tudo o que foi estudado e analisado, entende-se que o Brasil conta com um potencial adicional de crescimento a curto e médio prazos, ou seja, entre três e cinco anos, de US$ 61 milhões em suas exportações no setor para os Estados Unidos. Podendo atingir, dessa forma, um patamar de US$ 395,5 milhões”, projetam os especialistas do IEMI. Tal desempenho significaria um crescimento de 18,2%. 

“Para que isso aconteça, claro, se faz de suma relevância a continuidade das ações em andamento, em especial aquelas que visam a ampliação do mix de oferta, incorporando produtos de maior valor agregado e com design próprio em algumas categorias”, reforçam. 

E como, então, “pegar carona” nessa tendência de desenvolvimento? É disso o que falaremos por aqui na próxima semana. Não perca!

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