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Pequenos e médios puxam vendas no varejo eletrônico, com alta de 23% no 1º Tri de 2023

Não há a menor dúvida: as vendas do comércio em nível mundial – incluindo o comércio físico e o varejo eletrônico – viveram momentos indescritíveis nos últimos três anos. A pandemia da Covid-19 foi o principal agente influenciador. Os leitores da plataforma Setor Moveleiro puderam acompanhar aqui as análises realizadas sobre o período.

A fase de isolamento social, com estabelecimentos de portas fechadas em 2020, sobreveio o momento de retomada em 2021. Retomada que veio apesar da escalada de juros, do aumento da inflação, da alta dos valores de fretes e, consequentemente, dos preços em geral.

Logo depois, 2022 chegou com nova mudança de cenário e de papéis entre os players do varejo. Mas, as compras digitais, que eram, até então, drivers de vendas, cederam espaço para as lojas físicas em vários mercados importantes. E o crescimento do comércio eletrônico em todo o mundo desacelerou desde o boom impulsionado pela pandemia de 2020.

Pois o que se sabe é que 2023 traz em suas estatísticas um fôlego para os varejistas digitais. Mas também é patente que os bons tempos da década de 2010 dificilmente voltam – pelo menos não tão cedo.

Números globais do varejo eletrônico

Segundo a consultoria norte-americana Insider Intelligence, as vendas de comércio eletrônico no varejo em todo o mundo subirão 8,9% em 2023. Estima-se que, após mais de uma década de crescimento do comércio eletrônico, a diferença entre os dois diminuirá daqui para frente.

Por sua vez, as pesquisas da consultoria Statista apontam que as vendas por internet desempenham papel cada vez mais significativo no varejo. O estudo mostra que, em 2021, o comércio eletrônico representou quase 19% das vendas no varejo em todo o mundo. As previsões indicam que, até 2026, o segmento on-line representará cerca de um quarto do total das vendas globais no varejo.

Em consequência, as vendas globais de varejo on-line em 2021 totalizaram quase 5 trilhões de dólares, número que deve ultrapassar 7 trilhões de dólares até 2025.

Desde já, chama atenção a presença destacada da América Latina no mapa global do e-commerce. Conforme a Statista, o ápice da pandemia da Covid-19, na virada de 2020/21, coincide com o crescimento sem precedentes do comércio eletrônico em várias economias em todo o mundo.

Afinal, no continente latino-americano, Brasil e Argentina lideraram despontaram como os mercados de varejo on-line mais atuantes.

Um mercado digital chamado Brasil, com crescimento de 23% dos pequenos e médios comércios eletrônicos

Pois, num mundo liderado por grandes market places, há espaço para pequenos e médios, conforme levantamento da plataforma brasileira de e-commerce Nunvenshop.

No entanto, não são números modestos. Só no primeiro trimestre de 2023, pequenos e médios comércios eletrônicos movimentaram cerca de R$ 703 milhões. Isto representa um crescimento de 23% em comparação a igual período do ano anterior.

A Nuvemshop, que possui uma base de dados de 100 mil empresas, detectou um volume de pedidos on-line que chegou a quase três milhões no primeiro trimestre. O número perfaz um aumento de 31% em relação ao primeiro trimestres de 2022.

Além disso, os pedidos resultaram na comercialização de 12 milhões de itens, em comparação aos 10,7 milhões vendidos on-line no ano anterior.

Pois, na pesquisa fica também o registro de tíquete médio, que chegou a R$ 243,60, contra os R$ 236,92 do primeiro trimestre de 2022. Os meios de pagamento mais utilizados foram: cartão de crédito (49,5%), seguido pelo Pix, que foi o que mais cresceu no último ano, subindo de 14% para 34% dos pedidos pagos.

MIDC lança Observatório do Comércio Eletrônico com dados de vendas online no Brasil

Ciente da performance das vendas no meio digital e do potencial a ser explorado neste campo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou, em 11 de maio de 2023, o Observatório de Comércio Eletrônico Nacional. A ferramenta apresenta dados sobre vendas online realizadas no Brasil, a partir da emissão de nota fiscal, entre 2016 e 2022.

Desde já, neste intervalo de sete anos, o valor total bruto movimentado por e-commerce foi de R$ 628 bilhões, saindo de R$ 36 bi em 2016 para R$ 187 bi em 2022. A plataforma registra o impulso às vendas on-line, com a pandemia. O comércio eletrônico brasileiro movimentou R$ 450 bilhões em operações de compra e venda nos últimos três anos.

Atualmente, a pesquisa pode ser realizada na página do Observatório do Comércio Eletrônico. “A compilação e publicação das estatísticas estão alinhadas aos esforços do governo para impulsionar e dar transparência à economia digital”, comenta o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira.

Móveis, entre os itens disponíveis na nova plataforma governamental

Celulares lideram a lista de compras pela internet entre 2016 e 2022 no Brasil. Neste período, a venda de terminais portáteis de telefonia, incluindo smartphones, movimentou R$ 72,1 bilhões, ou 11,5% do total.

Então, na sequência, aparecem televisores, com faturamento de R$ 28 bilhões (4,5%), e notebooks, tablets e similares, com R$ 21 bilhões em vendas. Depois vêm geladeiras ou freezers, R$ 17,8 bilhões (2,8%); livros, brochuras e impressos semelhantes, com R$ 16,8 bilhões (2,6%); e máquinas de lavar roupas, com R$ 10,8 bilhões (1,7%).

Afinal, a lista completa é muito abrangente. E os móveis de madeira constam do rol dos segmentos contabilizados pelo Observatório do Comércio Eletrônico.

A princípio, o Observatório do Comércio Eletrônico Nacional mostra que, em 2022, a região Sudeste emitiu perto de R$ 2,42 bilhões (61,82%) em notas fiscais correspondentes à venda de móveis de madeira. Em seguida, vem a região Sul, com R$ 1,12 bilhão faturado (28,64%), seguida pelo Nordeste, com faturamento de R$ 2,9 milhões (7,52%). O Centro Oeste emitiu o equivalente a R$ 62,5 milhões e o Nordeste R$ 16,5 milhões.

Fonte: Observatório do Comércio Eletrônico Nacional

Cada região, um perfil diferente de consumo

Os dados do dashboard (painel de controle) mostram que existem diferenças no fluxo de comércio eletrônico interestadual entre as regiões. O Sudeste lidera, com 74,1% de todas as vendas online no período de 2016 a 2022 das vendas por e-commerce no geral.

São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os estados que mais venderam e mais compraram no período de sete anos. Os três movimentaram 68% do valor transacionado na condição de emitentes, e 54% na de destinatários.

Níveis de detalhamento

Por fim, além dos números gerais, a ferramenta permite leitura detalhada sobre dados dos produtos comercializados. Traz com abrangência as operações realizadas em território nacional. Além da pesquisa por produtos, também é possível consultar bens por posição tarifária.

 

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