O varejo brasileiro acumulou perda de 2,5% entre junho e agosto de 2022, comparando-se a igual período do ano passado. O ritmo de perda, contudo, se estabilizou na passagem do sétimo para o oitavo mês do ano, quando ficou em -0,1%. Entre as boas notícias está o crescimento de 1% nas vendas no varejo de móveis e eletrodomésticos em agosto frente a junho. Sendo esta uma das cinco entre as oito atividades pesquisadas que apresentaram evolução positiva no mês.
Em relação a agosto de 2021, porém, a categoria teve queda de 8,5%, quinto mês consecutivo de redução, apesar da desaceleração no ritmo mês a mês. Nos últimos 15 meses, aliás, apenas março de 2022 mostrou taxa positiva (7,2%). O acumulado no ano, até agosto, ficou em -9,9%. Já o acumulado em 12 meses é de -14,3%, 11ª queda na sequência.
Outro ponto de atenção é que a dinâmica entre os dois segmentos que compõem a categoria se inverteu neste ano. Na comparação com agosto de 2021, o varejo de móveis, sem contar eletros, registrou queda de 19,4%; enquanto eletrodomésticos tiveram queda de apenas 3,5%.
Todos os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, desenvolvida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Faturamento no varejo de móveis
Quando falamos em faturamento, o varejo de móveis e eletrodomésticos apontou alta de 1,6% em agosto após a queda de 3,3% em julho. Alta também em relação ao mesmo mês de 2021: +2,3%.
Considerando apenas o segmento de móveis na comparação interanual, ou seja, agosto de 2022 versus agosto de 2021, o resultado, porém, é negativo: -5,4%. Na mesma variação, em contrapartida, a receita nominal das vendas de eletrodomésticos cresceu 6%, puxando o aumento na receita nominal da categoria em agosto.
De janeiro a agosto, por sua vez, vemos um aumento de 3,7% na receita acumulada de vendas de móveis, exclusivamente.
Inflação no varejo de móveis
Falando em valores, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador do IBGE que mede a inflação oficial do País, foi de -0,29% em setembro, terceiro mês seguido de deflação.
Em julho, o IPCA ficou em -0,68%. Já em agosto, -0,36%. No ano, a inflação acumulada é de 4,09% e nos últimos 12 meses, 7,17%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, contudo, quatro tiveram queda no mês de setembro: alimentação e bebida; transportes; comunicação e artigos de residência. Ressalta-se que a categoria “artigos de residência” inclui móveis para sala, móveis para quarto, móveis para copa e cozinha, móveis infantil, colchões, entre outros tipos de mobiliário e utensílios. Com a alta inflação ainda sendo um problema no setor moveleiro, como falamos no artigo: “Produção de móveis volta a crescer em julho, segundo ABIMÓVEL”.