Atender aos anseios e necessidades do consumidor nunca foi tarefa fácil. Mas, com o avanço das redes sociais, quantidade e velocidade das informações, antecipar-se às tendências exige ainda mais atenção e investimento no desenvolvimento de produtos.
Neste cenário de mudanças constantes, a indústria de móveis, em toda a sua cadeia produtiva, deve estar atenta aos movimentos e características do mercado. É o que defende a consultora de Marketing e Inovação da Indústria e Revenda da Eucatex, Andrea Krause.
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“O desenvolvimento de produtos tem um papel de relevância na capacidade de adaptação com a criação de novos itens, de forma que o negócio prospere”, reforça. “E as redes sociais permitem antecipar os comportamentos”, acredita.
Hoje a empresa conta com uma assessoria de tendências comportamentais e de interiores, além de estudos e pesquisas de mercado. Tudo isso para apoiar o departamento de Marketing nas novas coleções de painéis, MDP, MDF e chapas finas.
Um exemplo desse trabalho é o seu mais recente lançamento, a Coleção Origens, destaque nesta matéria da Plataforma Setor Moveleiro. O conceito da linha tem como raízes os elementos da natureza e a sustentabilidade, que também deve ser levada em consideração durante o desenvolvimento.
Primeiros passos no desenvolvimento de produtos
Para encontrar conceitos para novos produtos, as equipes precisam realizar uma série de análises e estudos. É o que defende o gerente de Produto da Indústria e Revenda da Eucatex, Alexandre Katsukake. “A área de desenvolvimento precisa dos inputs das áreas de Marketing e Comercial, que terão as demandas do mercado”, explica.
Também é fundamental, de acordo com o especialista, trazer o projeto para uma visão estratégica de recursos tecnológicos, de insumos disponíveis e fornecedores parceiros para que, através de objetivos claros, se possa atingir os objetivos de produtos a serem desenvolvidos.
Multidisciplinaridade faz a diferença
Com isso em mente, para o gerente de vendas da Interprint, Diogo de Hercule, é fundamental trazer uma equipe interdisciplinar para o processo de desenvolvimento de produtos.
“Não vejo outra forma de dar certo. É preciso oportunizar a participação de atores externos, ouvir o consumidor, o montador, o pessoal da embalagem, todos que, de alguma forma, se relacionam com o produto”, enumera. “E o desenvolvimento tem que ser responsabilidade de um designer com atuação transversal ao comercial e a produção”, completa.
Na Móveis Universum, conta a analista comercial Natália Barison, um comitê composto por diversas áreas da empresa tem a responsabilidade de fazer a análise detalhada do produto.
Desenvolvimento de produtos rápido, mas com assertividade
Com um mercado cada vez mais dinâmico, os lançamentos devem acontecer com certa celeridade, de acordo com o diretor da Móveis Lopas, Carlos Augusto Lopes.
“Devemos estar preparados para acompanhar as tendências com a mesma velocidade”, diz. “Para isso, é preciso ter profissionais capazes de tomar as melhores decisões em um menor espaço de tempo, para concluir todo o processo com eficiência”, completa.
Alexandre Katsukake, da Eucatex, pondera que, em determinados casos, a velocidade vai depender do aprimoramento ou melhoria de produto ou processo, aquisição de uma tecnologia nova, importação de insumos, parcerias, desenvolvimento de fornecedores. “Acertos e erros fazem parte do processo e devem ser considerados”, reforça.