Desempenho habitual para o mês de janeiro, a atividade industrial no Brasil abriu o ano em queda, com o índice de evolução da produção alcançando a média de 46,5 pontos. Ou seja, abaixo da linha de corte dos 50 pontos, indicando perda de ritmo na área. O panorama é pior entre as pequenas empresas. Apesar do cenário percebido em janeiro, contudo, todos os indicadores de expectativas aumentaram para o primeiro semestre, com os industriais também compartilhando uma tendência maior, ainda que pequena, nas intenções de investimento. O setor de móveis, porém, é um dos menos confiantes.
Embora tenha registrado queda na produção, o índice geral avançou 3,3 pontos em janeiro, segundo a Sondagem Industrial realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Demonstrando, assim, um recuo menos disseminado do que o observado em dezembro de 2022.
Nesse cenário, o índice do nível de estoque efetivo registrou 51,6 pontos em relação ao planejado em janeiro. O dado mostra, portanto, que o estoque se encontra acima do nível esperado pelas empresas. Com isso, percebe-se que a confiança vem, mesmo que timidamente, crescendo entre os industriais brasileiros, após a indústria, no geral, registrar atividade mais forte que o habitual em 2022.
Todos os índices de expectativas aumentaram em fevereiro de 2023. É o segundo mês seguido de melhora. O resultado mostra que os empresários aguardam aumento na quantidade exportada, nas compras de matérias-primas e na demanda. O mesmo, porém, não foi observado no setor de móveis, que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), vivenciou queda de 16,2% na produção — leia mais aqui.
Confiança é baixa no setor de móveis
Por um lado, então, o Índice de Expectativas aponta que 22 de 29 setores estão otimistas com relação aos próximos seis meses. Por outro, o Índice de Condições Atuais mostra que 27 de 29 setores avaliam que as condições atuais são piores que as observadas nos seis meses anteriores.
Em meio a esse panorama conflituoso, ainda assim a intenção de investimento apresentou leve crescimento de 0,3 ponto, alcançando 54 pontos. O índice permanece acima da média histórica de 51,4 pontos, o que indica que há intenção de investir na indústria. A preocupação, porém, é que não o suficiente para se recuperar perdas passadas, caso não haja contrapartida governamental em matéria de desoneraçõe, subsídios e políticas públicas de incentivo à produção e, consequentemente, à geração de emprego e consumo.
Essa intenção de investimento, portanto, tem registrado trajetória de lenta recuperação desde a queda de 5,5 pontos acumulados em outubro e novembro de 2022 (de 59 pontos para 53,8 pontos). Entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023, o índice recuperou 0,5 ponto.