Declínio na produção de móveis é decrescente, no entanto
Depois de crescer 0,7% em fevereiro de 2022, a produção de móveis voltou a cair em março, com queda de 4,5%, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na série com ajuste sazonal.
Com isso, no acumulado do primeiro trimestre, a queda na produção de móveis é de 28,4% comparado a igual período no ano passado. Sendo, dessa forma, o menor desempenho entre as principais atividades industriais. Exercendo, em contrapartida, o maior impacto negativo nos resultados gerais da indústria brasileira, que ficou em -4,5% de janeiro a março deste ano.
No acumulado dos últimos 12 meses, a produção de móveis tem recuo de 13%, também a menor entre as atividades industriais.
Produção de móveis: 2021 x 2022
Em relação a março de 2021, mais um resultado negativo. Interessante observar, porém, que apesar da performance desfavorável no ano, o curso de queda vem percorrendo um caminho decrescente nas comparações mensais. Isto é, -33% em janeiro, -28,3% em fevereiro e -22,7% no terceiro mês do ano.
Isso ocorre, possivelmente, devido ao processo de desaceleração do consumo de móveis, com a demanda perdendo força no decorrer do ano passado, após o bastante comentado boom do setor na segunda metade de 2020. Dessa forma, podemos observar bases comparativas cada vez menos influenciadas pelos efeitos da pandemia, portanto, menos inchadas.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do IBGE.
Setor industrial geral
Importante dizer que apesar da queda de -4,5% no ano, a produção industrial geral no Brasil teve variação positiva de 0,3% na passagem de fevereiro para março, após alta de 0,7% no mês anterior.
A manutenção do comportamento positivo em fevereiro e março, porém, não conseguiu eliminar a perda de 2% que ocorreu no mês de janeiro. Além do mais, os fatores que dificultam uma retomada da indústria ainda permanecem, enfatizando-se questões complicadas na oferta, que é algo mais global, afetada pelo mercado internacional, e também na demanda doméstica.
Além disso, de acordo com André Macedo, gerente da pesquisa, as plantas industriais ainda percebem o aumento do custo de produção e refletem a escassez de algumas matérias-primas. “Ainda há o fato de que a inflação vem diminuindo a renda disponível e os juros sobem e encarecem o crédito. Também o mercado do trabalho, que apresenta alguma melhora, ainda mostra índices como uma massa de rendimentos que não avança”, lembra.
Quais suas expectativas, industrial e varejista, para os próximos meses?