Produção de móveis cresce em dezembro, mas fecha o ano no negativo

Fechando um dos ciclos mais imprevisíveis da história, em dezembro de 2020, a indústria moveleira registrou um aumento de 1% em termos de produção de móveis na comparação com novembro do mesmo ano. Mostrando, assim, que embora sinalize estabilização (o que já é de se esperar para a época), o mercado de móveis entra aquecido em 2021. Tal perspectiva fica ainda mais evidente ao compararmos os números de dezembro do ano passado com os do último mês de 2019: crescimento de 16,3%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O fator isolamento social na produção de móveis

Impacto do novo normal na produção de móveis

Apesar da força demonstrada no segundo semestre do ano, mesmo com todas as dificuldades encontradas no caminho — falaremos mais sobre isso no conteúdo bastante especial de amanhã —, a produção de móveis em 2020 caiu 3,8% no acumulado do ano em relação a 2019, segundo o estudo. As medidas de controle de disseminação do vírus, que impossibilitaram as atividades no varejo físico e também nas fábricas moveleiras durante  o segundo trimestre do ano, causaram quedas abruptas na produção industrial no período. Com o isolamento social, portanto, sendo a principal justificativa para esse declínio.

Mas como já falamos, esse foi, definitivamente, um dos ciclos mais imprevisíveis pelos quais já passamos. Nesse cenário, o mesmo vilão que fez com que a produção e as vendas de móveis desmoronassem, foi também um dos responsáveis pela reviravolta do setor moveleiro a partir de junho / julho. Com as pessoas passando a desenvolver quase todas as atividades (trabalho, estudo, exercícios físicos, lazer etc., etc.) em casa, houve não só a necessidade de se adquirir novas peças de mobiliário antes tidas como não essenciais (tais qual uma estação de trabalho) como também os consumidores passaram a se importar mais com a decoração / estética, o conforto e a funcionalidade de seus lares.

Dados da indústria em geral

Questões que “respingaram” também em outros setores produtivos. Enquanto alguns, como o moveleiro e de outros artigos para casa, ganharam mais essencialidade. Outros tidos como “luxos” tornaram-se mais acessíveis, uma vez que os gastos com viagens, lazer, entre outras atividades, foram bastante reduzidos em 2020. Nesse ambiente, a atividade industrial nacional em geral avançou 0,9% na passagem de novembro para dezembro.

Com isso, consolidou oito meses seguidos de crescimento após as baixas do início da pandemia. Acúmulo de 41,8%, eliminando parte das perdas registradas nos meses de março e abril, momento de agravamento da crise. Tais resultados colocam o setor industrial 3,4% acima do patamar de fevereiro de 2020, pré-pandemia.

Ainda assim, no geral, como era esperado, a indústria brasileira fechou 2020 com uma queda de 4,5% em sua produção, de acordo com o IBGE. Para conhecimento, entre as atividades industriais, a principal queda veio dos veículos automotores, reboques e carrocerias (-28,1%). Outras contribuições negativas importantes vieram dos ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-23,7%), indústrias extrativas (-3,4%), metalurgia (-7,2%), couro, artigos para viagem e calçados (-18,8%), outros equipamentos de transporte (-29,1%) e impressão e reprodução de gravações (-38,0%).

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