Resultados preliminares recém-divulgados pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), apontam para um declínio de 19,8% na produção moveleira no primeiro semestre deste ano em relação a igual período no ano passado. Nos últimos 12 meses, o desempenho é semelhante: -19,9%.
Apesar da queda significativa, é possível observar uma evolução no volume de peças produzidas ao final da primeira metade de 2022. Após crescer 15,4% em maio na comparação com o mês anterior, a indústria brasileira de móveis experimentou, sim, um recuo de 3,5% na passagem do quinto para o sexto mês do ano. Ainda assim, a produção de móveis em junho manteve-se em patamar satisfatório, tendo sido fabricadas 31,5 milhões de peças no período. Sendo este o segundo melhor resultado de 2022 até o momento.
Em valores, a receita preliminar da indústria de móveis alcançou o montante de R$ 6,3 bilhões em junho de 2022, recuo de 3,3% sobre o mês anterior. No acumulado do ano, a queda foi de 11,6%.
Já o preço médio de produção nesse cenário foi de R$ 191,75 por peça em junho de 2022. Um leve aumento de 0,25% em relação a maio. De janeiro a junho deste ano houve estabilidade.
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Quando falamos do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ou seja, dos preços de mobiliário no varejo nacional, estes apresentaram aumento de 1,10% em julho frente a maio de 2022, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No ano, o índice registra um acúmulo de 12,68% no nível de preços.
Produção moveleira e mercado interno
Do total de peças produzidas, 30 milhões foram destinadas ao mercado interno, com o consumo aparente caindo 3,7% no mês de junho em relação a maio.
No acumulado do semestre, a queda gira em torno de 20,6%, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses registrou-se uma desaceleração de 18,6%.
A participação dos produtos importados sobre o consumo interno nacional, por sua vez, foi de 1,2% em junho de 2022.
Já as exportações registraram valor de US$ 74,5 milhões no sexto mês do ano, subindo 2,5% em relação ao mês anterior. Na entrada do segundo semestre, em julho, houve, em contrapartida, recuo de 1,8% comparado com o mês anterior, com o valor exportado pela indústria brasileira de móveis ficando em US$ 73,2 milhões.
Emprego e investimentos
O emprego, que foi um dos destaques no mês de maio, continuou em alta durante junho: +0,6% em comparação com maio. Ainda assim, há queda de 7,2% no acumulado do primeiro semestre deste ano sobre igual semestre no ano passado.
As importações de máquinas para fabricação de móveis, que também vinham em ascensão, fecharam o semestre com aumento de 50,9%. Apontando para um cenário de confiança por parte dos empresários industriais nos próximos meses.
Os segmentos que apresentaram os maiores resultados no período foram:
- Outras (473,3%)
- Máquinas para fender, seccionar, desenrolar (60,0%)
- Máquinas-ferramenta para madeira (29,9%)
“Com esses investimentos também aumentamos a nossa capacidade produtiva. O que nos capacita a atender uma provável alta de demanda que teremos após a acomodação da economia pós-pandêmica e o pós-guerra”, acredita Irineu Munhoz, presidente da ABIMÓVEL.
Os indicadores são extraídos da “Conjuntura de Móveis”, relatório mensal desenvolvido pelo IEMI – Inteligência de Mercado com exclusividade para a ABIMÓVEL. Veja um resumo dos principais resultados do primeiro semestre de 2022.