“Quais as expectativas para a Black Friday 2021?”. Diante de um cenário incerto, fazer esta pergunta é fundamental e, ao mesmo tempo, bastante complexo. De um lado: inflação e dólar em níveis recordes; alto desemprego; instabilidade econômica; crise logística; atrasos na cadeia de suprimentos e escassez de matérias-primas. De outro, o retorno à normalidade, com o aumento significativo da presença do público nos pontos de vendas; novos benefícios sociais em ascensão; novos focos de consumo; além da forte adesão ao e-commerce, que se firmou a partir do isolamento social.
Cenários distintos, mas que nos trazem reflexões.
1- A inflação e a crise logística deverão ter impactos diretos nos resultados da data, mesmo com projeções históricas
A adesão do público à Black Friday 2020 foi recebida até mesmo com surpresa por alguns especialistas de mercado, com o e-commerce assumindo o protagonismo da edição. Para 2021, a expectativa é ainda maior, mas com seus “poréns”.
A megapromoção, que marca a última sexta-feira de novembro, neste ano no dia 26, deve movimentar pelo menos R$ 3,93 bilhões, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
A cifra é recorde em relação aos levantamento da instituição desde que o evento começou a ganhar força no Brasil em 2010. Representando, assim, crescimento de 3,8% em relação às vendas do ano passado, período bastante peculiar para a economia e o consumo mundial.
Apesar de um número expressivo, ao descontarmos a inflação acumulada em 12 meses, porém, que ultrapassa dois dígitos pelo índice oficial, o IPCA, a receita do varejo com a data deve encolher 6,5% ante 2020.
2- Black Fraude?
Com custos pressionados de várias matérias-primas e a falta de componentes, as chances de o consumidor encontrar super-barganhas no evento deste ano deverão ser menores. Ainda assim, estima-se que a grande maioria dos lojistas adotem a Black Friday 2021.
Para avaliar o potencial de descontos efetivos durante a data, a CNC coletou diariamente, mais de dois mil preços de itens agrupados em 34 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias encerrados em 16 de novembro. Destes, 26% revelaram tendências de redução no período. Percentual que contrasta com os 46% observados às vésperas da Black Friday de 2020, quando a taxa de inflação era de menos da metade da atual (+3,9%).
Quando falamos do consumidor, pesquisa desenvolvida pela Méliuz revelou que 71% dos entrevistados afirmaram ter intenção de comprar na Black Friday deste ano. Ou melhor, irão às compras nesta data importante. Além disso, revelaram também que darão preferência a itens de desejo pessoal.
Dessa forma, apesar da desconfiança que a data traz para os consumidores brasileiros, é importante ressaltar que a Black Friday é tradicionalmente marcada por um ticket médio mais alto e, em 2021, não deverá ser diferente. De acordo com a Conversion, 55,84% dos consumidores pretendem gastar entre R$500,01 e R$3.000,00. Inclusive antecipando as compras de final de ano.
3- Mesmo com o relaxamento das restrições sociais, o e-commerce deverá continuar no foco de interesse dos consumidores
De acordo com pesquisa do UOL, 67% dos clientes pretendem fazer alguma compra na Black Friday 2021. Sendo que 47% planejam comprar somente no e-commerce e 38% desejam mesclar canais físicos e digitais.
Com o recrudescimento de movimentos como o “fique em casa” no ano passado, muitos dos consumidores passaram a comprar produtos, e até mesmo serviços, pela Internet. De acordo com a Neotrust/Compre&Confie, foram realizadas 7,6 milhões de compras on-line na data durante o ano passado. Número 24,7% maior do que o registrado na Black Friday em 2019.
Dentre os motivos dos que preferem comprar em lojas físicas, segundo pesquisa realizada pela Conversion, 52% declara que gosta de ver o produto pessoalmente antes de comprar e 32% alega que o frete é muito caro. Já os que gostam de lojas online, declaram que os benefícios deste meio são a comodidade de poder comprar sem sair de casa (53%) e também a crença de que lojas físicas não possuem bons descontos (42%).
Dos que optam pelo comércio eletrônico, lojas virtuais (56,98%) e apps (14,81%) são alternativas. Contudo, um obstáculo considerável para a prática é o receio de fraudes, com 80,63% dos respondentes apontando ter algum.
Outro ponto interessante identificado pelo estudo foi o fato de que mais da metade dos respondentes (52%) disseram que a busca no Google é importante na decisão de compra. A Conversion destaca que a busca orgânica é o segundo maior canal de tráfego do comércio eletrônico brasileiro. Perdendo apenas para o acesso direto e estando a frente da mídia paga.
3- Expectativas para a Black Friday 2021 apontam a casa ainda como prioridade
Em 2021, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), mais da metade do faturamento com a Black Friday deve ficar concentrada nos segmentos de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e utilidades domésticas, com as expectativas de vendas somadas de mais de R$ 2 bilhões.
São Paulo é a unidade da federação carro-chefe das vendas, com faturamento esperado de R$ 1,360 bilhão, seguido por Minas Gerais (R$ 377 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 357 milhões).
4- Para além dos descontos nos preços, fatores para a decisão da compra
A Black Friday já virou sinônimo de descontos para os consumidores brasileiros. No entanto, oferecer outros benefícios e facilidades também é primordial.
De acordo com relatório apresentado pelo UOL, outros importantes fatores com influência na decisão de compra são: valor do frete ou frete grátis (55%); prazo de entrega (29%); credibilidade e segurança do site/app (27%); cashback (25%); facilidades no pagamento (24%).
Já em relação às formas de pagamento, estas também podem ser decisivas para o consumidor finalizar a compra na sua loja. De acordo com a Neotrust, os métodos que os clientes mais pretendem utilizar nesta Black Friday são: cartão de crédito (91%); Pix (25%); boleto bancário (17%); cartão de débito (14%).
Dessa maneira, é imprescindível contar com um meio de pagamento seguro e eficiente que ofereça as principais modalidades de cobrança, para que o cliente possa escolher aquele que melhor atenda às suas necessidades.
Isso porque, no meio da forte concorrência que acontece durante a Black Friday, especialmente num momento como este, oferecer vantagens nesses aspectos pode ser o diferencial que estava faltando para o cliente decidir comprar na sua loja, seja ela física ou virtual.