Nós estamos falando bastante aqui na Plataforma de Negócios Setor Moveleiro sobre a ascensão meteórica do e-commerce durante a pandemia. Forçando, assim, uma adequação dos modelos de negócios no varejo. O que já era previsto para os próximos anos, porém, de maneira gradual. Claro, todo esse cenário impacta também à produção de móveis, provocando um aquecimento muito bem-vindo no setor durante as últimas semanas – como retratamos em nosso “Overview 2020”. Essa aceleração dos meios digitais revela, ainda, outro fenômeno relativamente novo para a indústria moveleira: uma aproximação direta, sem intermediários, com o consumidor final por meio das redes sociais.
Sim, se antes a comunicação no setor moveleiro ficava restrita entre fornecedores, fabricantes / representantes e lojistas. Com estes últimos tendo a exclusividade do contato com o público final. Fazendo, então, essa ponte entre as demandas do industrial e do consumidor, e vice-versa – tanto ao compartilhar demandas e tendências de consumo quanto ao buscar por assistência técnica e suporte no pós-venda, por exemplo. Cada vez mais essa dinâmica de mercado vem se transformando. Com tendências como a da valorização do local e do consumo consciente fazendo com que as pessoas se preocupem mais com a origem dos produtos que consomem. O que inclui dos materiais utilizados na produção ao posicionamento das empresas.
Dessa maneira, se antes os consumidores no segmento popular muitas vezes sequer reconheciam as marcas dos móveis que compravam. Focando-se em preço, formas de pagamento, garantia no varejo, entre fatores similares. Hoje, com a Internet como vitrine – como falamos nesse artigo -, uma boa parte deles deverá buscar por informações mais completas no universo virtual antes de tomar sua decisão de compra – mesmo que ela aconteça posteriormente numa loja física. Nesse sentido, se os sites das indústrias moveleiras são tradicionalmente pensados para atenderem ao B2B. As redes sociais, por sua vez, se mostram como terrenos bastante propícios para esse “encurtamento de distância” entre indústria e consumidor final.
Claro, além da aceleração das plataformas e modelos digitais, bem como mudanças nos perfis de consumo, outros fatores contribuem para esse novo cenário. Tais como o próprio aumento de lojas de marca própria. No entanto, mais do que o foco em vendas, estamos falando da consolidação e popularização das marcas moveleiras no inconsciente coletivo. A exemplo do que vem acontecendo com outros setores, como o da moda. Por isso, saber falar a linguagem de seu público-alvo, construindo uma identidade de marca que converse com os anseios deste grupo é fundamental para se desenvolver nesse campo tão vasto que são as redes sociais.
Mas como, afinal, estourar essa bolha entre a indústria e o consumidor final?
Para aqueles na indústria de móveis que procuram melhorar seu jogo nas redes sociais, o algoritmo é rei! Quem explica é Tom Bourne, diretor criativo da Select First – agência de marketing e relações públicas focada no setor moveleiro. “O algoritmo controla quem vê seu conteúdo e quando o vê. Tentar superá-lo sem um guia é como tentar escalar o Everest apenas com um tênis e um agasalho.”
A verdade é que os algoritmos por trás da maioria das plataformas de mídia social priorizam o conteúdo pago, de modo que suas postagens orgânicas podem, sim, ficar a mercê de alguém disposto a gastar dinheiro com as delas. Depois, há o conjunto de regras pelas quais os computadores julgam seu conteúdo – quem está se envolvendo com ele, o que você está dizendo, como está dizendo, que tipo de conteúdo você carrega…
A lista é muito longa, sempre oculta e sempre mudando. Por isso, profissionalizar o gerenciamento dessas plataformas é essencial. No entanto, mais do que te entregar regras malucas e rígidas para combater o algoritmo e alcançar progresso no crescimento de seus seguidores, nosso objetivo aqui hoje é tentar te ajudar a encontrar um ritmo simples, mas eficiente de comunicação nas redes sociais para atrair um público qualificado – quiçá futuros compradores, não só seguidores.
Público qualificado > seguidores
Felizmente existem algumas ações que podem ajudar a garantir que mais pessoas vejam o que você deseja que elas vejam. Mas primeiro é importante você ter certeza de estar produzindo o conteúdo que elas realmente querem ver. Entendeu?! O primeiro ponto é apagar completamente a ideia de comprar seguidores de suas estratégias. O foco aqui é criar diferença, construir sua marca de maneira emocional. Se conseguirmos envolver seguidores, que de fato acompanhem as postagens e até interajam com elas, ótimo! Mas se conseguirmos atender a uma necessidade, responder a uma dúvida, entregar uma dica ou sugestão valiosa, criar identidade e conexões, melhor ainda!
Faça vídeos
As plataformas de mídia social adoram um pouco de vídeo. E quanto mais você inserir vídeos em suas postagens, melhor para você. Algo tão simples como o passo a passo de um projeto filmado em seu smartphone, um vídeo rápido da renderização de um ambiente ou mesmo dicas de pequenas reformas ou da montagem de determinados móveis pode fazer maravilhas para melhorar seu conteúdo aos olhos dos computadores e do público que os julgam.
Abrace o novo
Use os novos recursos das plataformas tanto quanto possível, especialmente quando eles estão introduzindo grandes mudanças. Um bom exemplo disso é a introdução dos Reels no Instagram, que chegou para combater o crescimento do Tik Tok no mercado jovem. Com uma vida útil limitada, os vídeos curtos fora do feed, como os Reels e também os Stories, são uma ótima maneira de humanizar suas interações de mídia social sem estragar o visual corporativo da página.
Socialize
Aliás, seja social! Converse com seus seguidores e visitantes. Faça enquetes. Provoque interações. Peça dicas. Comente as postagens de outras pessoas ou compartilhe conteúdo de outros em seu feed (certificando-se de que não seja originado de um concorrente, claro). Esta é uma ótima maneira de mostrar tanto ao seu público quanto ao algoritmo que você está interessado em movimentar aquela plataforma, não só compartilhar conteúdo monótono. Dessa forma, além de aumentar o seu engajamento, você pode descobrir muito sobre as novas demandas do seu público-alvo. Bem como criar uma sensação de proximidade muito bem-vinda por esse tipo de consumidor.
Crie uma narrativa
Nada de ficar postando foto de mobiliário sem contexto, hein! Diferente do varejista que está na rede social para vender um móvel. Você, industrial, está ali para criar valor de marca, bem como gerar desejo e necessidade. Para que, então, esse cliente final busque por seus móveis nas lojas físicas e digitais. Aqui, o processo se inverte, portanto.
‘Timing is money’ nas redes sociais
O tempo também pode desempenhar um papel importante para que sua postagem seja vista. Tratando-se do segmento popular, muito provavelmente essas pessoas possuem um cotidiano comum entre o trabalho, casa e vida social. Dessa forma, geralmente acessam essas páginas no caminho para o trabalho, na hora do almoço, assistindo TV após o expediente. Por isso, priorize esses horários chamados “de pico” nas redes sociais para compartilhar seus conteúdos.
Think smart!
E, claro, por falar em conteúdo, além da linguagem adequada, essencial em qualquer ação – sobretudo no universo digital, que permite um nível muito maior de coloquialismo e interação. Entender os interesses do seu público é o ponto-chave. Realize pesquisas, converse com os lojistas, compreenda as atuais tendências e movimentos comportamentais em ascensão. Nada adianta ficar insistindo no azul, pois você quer tirá-lo do estoque, quando seu cliente quer o verde. Entregue opções, claro, mas sempre de maneira agregada. Nós falamos sobre isso em nosso artigo sobre Business Intelligence.
Não estamos prometendo que seguir essas dicas será a sua resposta a um aumento dramático de seguidores ou curtidas de páginas. Mas certamente lhe entregarão algum sucesso, que muitas vezes não será percebido de forma direta. Mas, acredite, apenas demonstrar sua aptidão por abraçar o novo, já te coloca muitos passos à frente da concorrência. Por fim, como bem coloca o especialista Tom Bourne, trata-se de um processo de tentativa e erro, e experimentar faz parte dele!