Sondagem industrial de outubro

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A atividade industrial manteve-se em alta, acompanhada por crescimento nas contratações no último mês de outubro. Os dados são da Sondagem Industrial realizada mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A indústria brasileira, que já operava acima do usual para o período de setembro, continuou aquecida em outubro.

Contudo, mesmo com as seguidas altas na produção, os estoques seguem em queda e abaixo do desejado. As expectativas dos empresários recuaram pelo segundo mês consecutivo, mas seguem positivas e em patamar elevado. Por outro lado, a intenção do empresário para investir é a maior de 2020. Indicativos gerais, que refletem muito bem o contexto moveleiro.

Setor moveleiro segue em alta, mas apresenta desaceleração

Os índices de evolução da produção e do número de empregados foram superiores a 50 pontos para virtualmente todos os setores considerados na Sondagem Industrial. Ou seja, mostram alta crescente. Os dados de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual, por sua vez, mostram que metade (14 de 27 setores) apresentaram atividade industrial acima do normal para o mês de outubro. Apesar do desempenho positivo, ao contrário do mês de setembro, o setor moveleiro não aparece entre os com maiores índices.

Setor Evolução da produção Evolução do número de empregados UCI efetiva em relação ao usual Expectativa de demanda
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 58,6 55,1 51,2 60,0
MÓVEIS 59,5 54,6 51,8 55,6

Sondagem industrial de desempenho

As expectativas de demanda seguem otimistas em todos os setores analisados em novembro. Com todos os índices, então, situando-se acima dos 50 pontos (valor de referência). Mais uma vez, porém, o setor moveleiro não configura entre os tops da lista. O que não necessariamente indica um mau desempenho, muito pelo contrário. Porém, observamos uma desaceleração — como já havíamos indicado aqui.

Vale ressaltar, ainda, que essa não é uma realidade apenas no setor moveleiro. Todos os índices de expectativa recuaram pelo segundo mês consecutivo em novembro. Possivelmente tratando-se de uma acomodação após a rápida recuperação dos efeitos da pandemia. Mesmo assim, os índices permanecem em patamares elevados, acima não só da linha divisória de 50 pontos como de suas respectivas médias históricas. Indicando, assim, que os empresários seguem bastante otimistas em relação aos próximos seis meses.

Em valores gerais, o índice de expectativa para a demanda caiu 1,8 ponto, ficando em 59,8 pontos em novembro. O índice de expectativa de compras de matérias-primas declinou 2 pontos, indo para 58 no mês. Já o índice de expectativa de número de empregados, por sua vez, apresentou queda de 0,9, indo para 53,5 pontos. Enquanto a expectativa de exportação também desceu 0,9 ponto, caindo para 53,9.

Propensão a investir alcança níveis pré-pandemia

Em contrapartida, a propensão a investir do empresário cresceu mais uma vez. A intenção de investimento cresceu pelo sétimo mês consecutivo e alcançou 59,3 pontos. O índice aumentou 2,1 pontos em novembro e acumula alta de 22,6 na comparação com abril (pior mês do ano).

Com a alta, o índice aumentou sua distância em relação à sua média histórica de 49,7 pontos, e alcançou os níveis registrados no pré-pandemia. Sendo, então, o maior índice de 2020, mostrando que a indústria continua tem muita lenha para queimar ainda neste ano. Afinal, em tempos nebulosos, em que fica difícil se enxergar os próximos passos e se fazer previsões, é ainda mais essencial estar preparado para o que vier! A torcida fica, então, pela estabilização do abastecimento de matéria-prima e a manutenção do consumo em níveis positivos.

 

 

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