Sustentabilidade é muito mais do que um termo da moda no mundo atual. Trata-se de um conjunto de ações essenciais para o desenvolvimento social, ambiental, econômico e também empresarial, inclusive no setor moveleiro. Como palavra, significa sustentar, apoiar, conservar e cuidar. Ou seja, sustentabilidade é a capacidade de sustentação ou conservação de um processo ou sistema que traga benefícios de dentro para fora e de fora para dentro. O que, quando falamos em uma indústria ou loja, quer dizer que beneficiará tanto quem produz / vende quanto quem compra. Numa cadeia que pode – e deve! – ir ainda muito além, levando também impactos positivos ao meio ambiente e à comunidade, por exemplo.
Temos certeza que vocês já ouviram e informaram-se bastante sobre o assunto. Responsabilidade socioambiental, apoios filantrópicos e culturais, economia e logística reversa, tratamento de efluentes, materiais não poluentes, máquinas e equipamentos eco-friendly, matéria-prima certificada… muitos são os detalhes, etapas e necessidades do processo. Todos, claro, muito importantes e bem-vindos. Enquanto a natureza e a sociedade agradecem, de que maneira tudo isso pode ser de fato percebido como valor agregado pelo consumidor final, porém?
Sustentabilidade na indústria moveleira
Ao comprar móveis, muitos consumidores – especialmente aqueles da geração millennial e outros mais jovens– consideram a “sustentabilidade” como fator decisivo no processo de escolha. Neste caso, o tema está intimamente relacionado a questões ambientais e sociais. Tais como a origem das matérias-primas e as condições de trabalho ligadas à produção daquele item. Dessa forma, construir uma marca com viés sustentável é ponto-chave para atrair a atenção deste público. Que muitas vezes considera a possibilidade de pagar um pouco mais por produtos que sejam comprovadamente alinhados às suas crenças e valores.
Mas é aí que entra um problema. Como de fato comprovar processos e sistemas sustentáveis dentro da sua indústria? À medida que mais e mais móveis são vendidos, como no cenário atual, a avaliação da sustentabilidade real durante a produção se torna cada vez mais difícil diante de tantos processos diferentes.
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Selos, certificações e valor agregado
Uma das mais populares indicações de sustentabilidade ecológica e produtiva são os vários selos de qualidade, como o ISO e o FSC. Mas, embora alguns desses rótulos indiquem um padrão sustentável superior em certos aspectos em comparação com produtos semelhantes. Isso não significa necessariamente que esses itens sejam produzidos de forma sustentável em sua totalidade processual. O que gera riscos e oportunidades.
Vamos dar um exemplo bem simples (e um tanto exagerado!), mas que nos ajuda a entender a complexidade desse tipo de comprovação. Suponhamos que você fabrique sofás. Todos produzidos com madeira certificada e sob processos rigidamente sustentáveis. Porém, o tecido utilizado em um dos estofados desobedece a uma das condições ou normas para obtenção do certificado. Perdendo-se, então, seu selo – única forma tangível de comprovação desses processos no mercado.
Nesse cenário, não só a empresa pode perder em venda e valor de mercado. Como muitos clientes poderão acabar “levando gato por lebre” no final da cadeia ao optarem pelo produto de um concorrente que desobedece a diversas normas ambientais em seus processos produtivos e rotinas organizacionais.
Além disso, uma última desvantagem é que esses selos de qualidade só são emitidos mediante solicitação. Podendo haver, ainda, produtos no mercado que são mais sustentáveis, mas não são rotulados – seja por escolha ou desconhecimento do fabricante.
Sustainability branding
Com tudo isso, estamos incentivando industriais a desistirem de adotarem processos sustentáveis e trabalharem com matérias-primas certificadas? Não, muito pelo contrário! Além do apelo comercial que tal atitude traz. Estamos falando de consequências ambientais, sociais e econômicas que impactam na manutenção do nosso planeta. Ser sustentável, portanto, é uma obrigação. Que começa dentro de casa e se estende por todos os círculos e planos de nosso dia a dia, incluindo os negócios.
O que estamos sugerindo, portanto, é que você, gestor no setor moveleiro – seja fornecedor, fabricante ou varejista -, olhe para o fator sustentabilidade como muito mais do que um selo ou outros tipos de certificações. Mantenha um diálogo aberto com seus fornecedores e todos os membros da cadeia; conheçam a origem dos produtos que trabalham; bem como ofereçam condições dignas para seus funcionários e realizem negociações saudáveis entre todos os elos da cadeia.
Por fim, saiba valorizar suas próprias ações. Usando o marketing ao seu favor para comunicar de forma assertiva e persuasiva esse seu diferencial. Sustainability brandingé o processo de criação e manutenção da identidade sustentável de um produto, serviço ou negócio específico, refletindo-se em valor agregado no mercado. Sendo ferramenta essencial na gestão de comunicação da empresa.