Tendência para móveis – Para começar a semana, a gente propõe um exercício: deixe de pensar um pouco como um empresário ou profissional do setor moveleiro e abrace sua individualidade, pense nos seus momentos preferidos de relaxamento ou descontração. Muitos deles são passados em casa, não é mesmo? Nossos lares devem nos trazer conforto e felicidade, ao mesmo tempo em que refletem nossa personalidade.
Dessa forma, os consumidores estão cada vez mais buscando por interiores que contem sua história, que estimule o humor, a criatividade e que promova um certo escapismo do cotidiano. O minimalismo, tão glorificado, tem se tornado agora… chato!
Se é impossível, porém, que designers e indústrias saibam das preferências e peculiaridades de cada um de seus clientes, é dever dos atores envolvidos no setor moveleiro, no entanto, acompanhar as mudanças de comportamento e buscar a melhor forma de respondê-las por meio de materiais, cores, padrões, formas, tecnologia, acessórios e o que mais for necessário.
Design contemporâneo e tendências para o futuro
Após longos períodos de confinamento, os consumidores estão procurando revigorar os interiores por meio de um design estimulante e expressivo. Encontrando conforto, então, ao se cercarem de tons que reflitam sensações, tecidos táteis, superfície com efeitos e obras de arte que tenham valor sentimental. Eles estão abraçando a liberdade de expressar suas preferências pessoais em casa, independentemente de ser tendência ou considerado de “bom gosto” pelo senso comum.
“Nossas casas e interiores devem ser um reflexo de nossas personalidades. Por isso aplicamos nossas escolhas de design com a mesma confiança pela qual nos expressamos através da moda”, fala a designer de interiores Beata Heuman.
A profissional segue a mesma linha de pensamento do escritor David Perrel. Ele afirma em ensaio sobre “After Minimalism”, ou seja, depois do minimalismo que tanto dominou o design de móveis e de interiores em anos passados, que imagina a partir de agora um mundo onde os criadores possam expressar seu estilo com tanta força quanto as pessoas expressam suas personalidades na companhia de entes queridos. “Imagino um mundo iluminado por formas e cores que brilham com ritmo e cantam com significado. Uma estética que deixa de lado a homogeneidade do design contemporâneo e injeta no mundo visões de um amanhã melhor”, diz ele.
Nesse sentido, muitos pesquisadores da área acreditam que a pandemia e, mais especificamente as restrições sociais, com a falta de feiras físicas e de prazos para a exibição de novas coleções, permitiu maior liberdade e espaço para projetar, resultando em fronteiras borradas entre arte e design, bem como o que convencionalmente é pensado como um produto. E isso deverá ser agora refletido no que veremos nos maiores eventos e semanas de design pelo mundo, como em Milão (Itália) e Nova York (EUA).
Tendência para móveis: projetando para a felicidade
Kusheda Mensah, fundadora da marca Modular by Mensah, cria projetos lúdicos que incentivam a conversação e a conexão, o que assumirá relevância adicional neste mundo pós-pandemia. A marca trabalha com a importância de nos cercarmos de coisas que amamos e criarmos espaços de vida aos quais podemos tanto escapar como viver.
O designer Martin Brudnizki chama sua nova linha de móveis e acessórios de “peças sérias de diversão”. Ele cria desenhos com o objetivo de ter um impacto positivo sobre a mente. “Não há nada mais agradável do que entrar em uma sala que faz você sorrir. Agora mais do que nunca, precisamos nos cercar de beleza”, afirma.
De fato, como chama a atenção a marca americana CB2, estamos vendo muitos usos não tradicionais em trabalhos de design recentes. “Uma grande luz suspensa sobre uma mesa de cabeceira ou uma pequena mesa de café é uma maneira divertida de brincar”, fala Andrea Erman, líder no desenvolvimento de produtos da empresa.
Claire Dickinson, especialista da WGSN, acredita que a energia da mente, do corpo e da alma através do poder do design e da criação de peças e ambientes únicos será fundamental à medida que entramos nesse mundo “pós-pandemia”. “Estilos exuberantes trazem alegria para o dia a dia e aproveitam a necessidade de otimismo dos consumidores atuais.”
De fato, a hashtag #styleithappy já conquistou centenas de milhares de posts no Instagram e o Pinterest relatou que as buscas por “positividade” aumentaram 64% desde 2020, provando um apetite por interiores felizes.
E sua marca, vai continuar no minimalismo ou abraçar o novo mundo proposto pela Pantone na escolha da cor do ano 2023, a Viva Magenta? Aliás, por falar em cor, na semana passada nós trouxemos um conteúdo super legal sobre o assunto: “Cores para todos os momentos: a casa com sentido e as tendências para o design de móveis”.