À medida que o ano de 2024 se aproxima, é crucial que os gestores e colaboradores da indústria moveleira tenham seus olhos voltados para o horizonte das tendências de design de móveis. Em um cenário dinâmico e em constante evolução, a capacidade de antecipar e abraçar as tendências emergentes é essencial para se destacar. Na matéria abaixo, você vai conhecer as principais tendências no que se refere ao design de móveis para o próximo ano, assim como conferir dicas para ter diferenciais competitivos. Boa leitura!
No dinâmico universo da indústria moveleira, no qual a forma e a função convergem para criar experiências únicas, a busca por inovação é a bússola que guia a navegação das tendências.
À medida que o ano de 2024 se aproxima, o cenário se revela como um palco de oportunidades e desafios para os fabricantes e designers de móveis.
Desde a adaptação às mudanças culturais até a integração de tecnologias de ponta, o setor está imerso em um processo contínuo de redefinição.
Isso acontece porque o consumidor contemporâneo não busca apenas móveis, mas sim narrativas envolventes, soluções inteligentes e um comprometimento genuíno com a sustentabilidade.
Nesta matéria, que aborda tudo que você precisa saber sobre as tendências de design de móveis dos próximos meses, você vai conferir:
- O que é design de móveis?
- Quais são os princípios do design de móveis?
- Quais são as tendências de design de móveis para 2024?
- Como se destacar no mercado no próximo ano?
O que é design de móveis?
No contexto moderno, o design de móveis transcende a mera estética e funcionalidade e compreende uma abordagem que considera as aspirações culturais e as demandas práticas dos consumidores.
Isso significa que o conceito está além da criação de peças, já que consiste em uma narrativa que ecoa as tendências sociais, incorpora a tecnologia e promove práticas sustentáveis.
O design de móveis, em 2024, é um catalisador de experiências, que irá proporcionar não apenas utilidade, mas também uma conexão emocional com os usuários.
Consumidores mais exigentes
No próximo ano, é fundamental destacar a crescente importância do equilíbrio entre forma e função. A fusão entre estilos diversificados e a ênfase na personalização emergem como protagonistas nesse palco em constante evolução.
“As inovações estão impactando nos insumos que compõem os móveis através de novos acessórios, sistemas e padrões de acabamento, até chegarem no design propriamente dito, na qualidade e multifuncionalidade dos móveis, refletindo diretamente na experiência de uso deles. Em suma, hoje embarcamos mais valor nos móveis, porque na ponta o padrão exigido também subiu”, argumenta Paulo Pacheco, especialista em indústria e varejo de móveis e proprietário da empresa Evecom Marketing Estratégico.
Quais são os princípios do design de móveis?
No cenário atual da indústria moveleira, os princípios que norteiam essa disciplina são mais cruciais do que nunca.
A designer Marta Manente, do Studio Marta Manente Design, explica que, para avaliar os princípios do design de móveis no próximo ano, é necessário considerar o contexto no qual o Brasil está inserido: o pós-pandemia.
“A pandemia nos mostrou um momento em que nós ficamos muito distantes um do outro e, por isso, a tendência é que as pessoas se aproximem. E, para a gente ficar próximo um do outro, o design de móveis vem a favor com toda essa tendência das peças orgânicas, como mesas e sofás nos quais todos conseguem se enxergar ao mesmo tempo”, pontua.
Funcionalidade e ergonomia
A funcionalidade continua a ser uma âncora, entrelaçada com uma estética que não somente encanta os olhos, mas também se adapta aos espaços em constante transformação.
A ergonomia, por sua vez, assume um papel proeminente, garantindo que cada peça seja uma extensão natural do corpo humano, o que proporciona conforto e eficiência no uso diário.
Sustentabilidade
Além disso, a sustentabilidade emerge como um pilar central nos princípios do design de móveis contemporâneo. À medida que a consciência ambiental ganha força, os fabricantes e designers estão adotando materiais eco-friendly e práticas de produção sustentáveis.
A busca por matérias-primas renováveis, processos de fabricação de baixo impacto e a ênfase na durabilidade também se convertem em diretrizes fundamentais, promovendo não apenas a estética, mas também a responsabilidade ambiental no setor.
“O que era uma tendência está mais do que confirmada: a sustentabilidade se tornou essencial para o design e para tudo o que vem antes e depois do design. Isso inclui a escolha das matérias-primas, os processos, as práticas e atitudes até chegar no consumidor, a utilização, o descarte e o reaproveitamento”, destaca Pacheco.
Quais são as tendências de design de móveis para 2024?
Em 2024, as tendências de design de móveis apontam para uma fusão intrigante entre o artesanal e o tecnológico.
A valorização do trabalho manual e a celebração da singularidade artística ganham destaque, trazendo à tona móveis que refletem a habilidade artesanal e a individualidade de cada peça.
Ao mesmo tempo, a tecnologia se integra de maneira harmoniosa, incorporando elementos como iluminação inteligente, carregamento sem fio e superfícies interativas, o que eleva a funcionalidade dos móveis a novos patamares de sofisticação.
Claudia Lens é consultora industrial e aponta que, mesmo sendo um pilar importante, a tecnologia não deve ser o ponto central do design de móveis em 2024.
“A tecnologia continuará a desempenhar um papel importante e vai estar presente beneficiando o uso, mas sem comprometer a estética. A autenticidade do feito à mão, com pegada artesanal, vai fazer parte de produtos autênticos e com personalidade. Em alguns momentos, esse estilo pode aparecer apoiado no design de décadas passadas”, conta.
A influência da natureza e do design orgânico
Outra tendência marcante é a influência crescente da natureza no design de móveis. Em 2024, observamos uma preferência por materiais orgânicos e uma estética que ecoa a beleza natural.
Desde o uso de madeiras sustentáveis até formas inspiradas em elementos da natureza, como folhas e pedras, os móveis buscam estabelecer uma conexão mais profunda com o meio ambiente.
Lens destaca que, no próximo ano, as tendências de design de móveis estarão voltadas, sobretudo, a esse contexto natural.
“A consciência ambiental é uma crescente. Temos cada vez mais pessoas comprometidas com o tema e a máxima é proporcionar conexão com o meio ambiente. O lema de ‘menos é mais’ vai potencializar a presença do minimalismo, o visual clean com tons terrosos e texturas suaves. A ideia é encontrar um refúgio em meio a tanta agitação”, explica.
Tendências de design de móveis: os materiais
Nesse contexto, a especialista explica que materiais orgânicos, tais como cerâmica, tecidos naturais e madeira de origem certificada, terão uma maior procura por parte dos consumidores.
“A tendência de cores segue o ritmo natural: tons que remetem à paleta dos laranjas, com cores quentes e amarelados, por exemplo. Quando pensamos em móveis, esses tons permeiam entre os tons sólidos e compõem a paleta dos amadeirados. Apesar dessa onda quente, é importante considerar o equilíbrio de paletas mais frias, mas ainda relacionadas com a natureza, como verdes e azuis. Essas cores vão oferecer frescor e diminuir a sensação de calor excessivo.”
Tendências de design de móveis: as cores
O especialista Paulo Pacheco segue a mesma linha de pensamento de Lens ao destacar que a paleta de cores com tons claros e aquarelados pode ser uma tendência que vai trazer harmonia a abrir espaços no próximo ano.
“O Pantone do ano, o Peach Fuzz, que acabou de ser divulgado, vem neste conceito, trazendo leveza, gentileza e acolhimento cativante como um abraço, na linguagem de seus criadores”, explica.
As texturas
No que se refere à textura, contudo, a designer Marta Manente explica que, sobretudo na atualidade, os seres humanos dependem da questão tátil para “experienciar o mundo”.
“Vivemos em um mundo digital, no qual estamos com o celular em mãos o tempo todo. Por isso, o toque na ponta dos dedos é fundamental para o consumidor, o que faz com que as texturas dos móveis tenham de aparecer em excesso ou não aparecer. Isso aguça os cinco sentidos, o que, segundo estudos, contribui, inclusive, para a concretização de vendas”, conta.
Influências orientais
André Menin, CEO da Refresher Trends, aponta que, além dos pontos destacados pelos demais especialistas, é preciso considerar que as tendências de design de móveis do próximo ano serão impactadas pela cultura oriental.
“Uma tendência estilística que tem ganhado cada vez mais destaque, inclusive na mídia, é o estilo japandi, que mistura elementos das culturas Ocidental e Oriental. Aqui, há a busca por um equilíbrio, tendência presente, sobretudo, na cultura japonesa, ao mesmo tempo em que há combinações de cores e formas que prezam pelo conforto e pela conexão com a natureza, como na cultura escandinava”, explica.
Como se destacar no mercado no próximo ano?
À medida que os contornos do mercado de móveis se transformam, destacar-se torna-se uma missão estratégica.
Em 2024, a personalização emerge como uma ferramenta poderosa para conquistar a atenção dos consumidores.
Oferecer opções de personalização, desde a escolha de materiais até o design final, permite que os clientes coloquem sua marca pessoal nas peças. Isso resulta em uma conexão emocional mais profunda e, consequentemente, na fidelização dos clientes.
“Vamos nos deparar com desafios e oportunidades, impulsionados pela evolução tecnológica, mudanças nas preferências do consumidor e novas abordagens comerciais. Nesse cenário, adaptabilidade, tecnologia e personalização vão ser pilares essenciais, que poderão influenciar o mercado geral ou segmentos mais exclusivos”, ressalta Lens.
Sustentabilidade e responsabilidade ambiental
Outra estratégia chave é a transparência na cadeia de suprimentos e produção. Os consumidores modernos estão mais conscientes do que nunca sobre a procedência dos produtos que adquirem.
Empresas que adotam práticas sustentáveis destacam a origem de seus materiais e demonstram um compromisso genuíno com a responsabilidade ambiental ganham a confiança dos clientes.
Além disso, a narrativa por trás de cada peça, seja a inspiração artística ou o processo de fabricação, se torna uma ferramenta valiosa para envolver os consumidores. A construção de uma identidade de marca única no competitivo mercado de móveis também é impactada.
“Olhando para o design biofílico, que expressa essa vontade sustentável dos consumidores, é importante ressaltar que não precisamos ‘trazer a natureza para dentro’. Existem inúmeras formas de investir na sustentabilidade. Aqui, não precisamos investir somente em plantas e vegetações, mas em matérias-primas naturais e orgânicas. Além disso, devemos foca em linhas, conceitos e visões que, por exemplo, estimulem a criatividade, reduzam o estresse e favoreçam a motivação das pessoas”, finaliza Menin.