Ocorreu na noite da última sexta-feira (01), a Cerimônia de Posse da nova diretoria do SIMA (Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas – PR), para o triênio 2021 – 2024. Sob a presidência de José Lopes Aquino, CEO da Colibri Móveis, e mantendo Silvio Luiz Pinetti na secretaria-executiva, a nova diretoria recebeu o apoio de Irineu Munhoz, presidente da entidade por dois mandatos consecutivos, entre 2015 e 2021.
Em seu discurso para os convidados do evento, no qual a Plataforma Setor Moveleiro esteve representada por nosso CEO, Carlos Bessa, Aquino agradeceu aos presentes e ressaltou os desafios de assumir uma das mais importantes entidades industriais moveleiras do País em meio a um período de luta pela industrialização nacional e de recuperação pelos prejuízos causados pela pandemia de Coronavírus no Brasil e no mundo.
Fortalecimento da indústria de transformação na economia nacional
“Falando da pandemia, não podemos deixar de lembrar que o bem maior perdido foram as vidas humanas, pelas quais lamentamos muito e nos solidarizamos com todas as famílias atingidas”, foi empático o novo presidente. “Estou ciente da difícil missão de continuar empunhando a bandeira da indústria moveleira e defendê-la, visando o bem comum. Sabemos dos desafios que temos pela frente, não só na defesa do nosso polo moveleiro e do setor como um todo. Mas também na defesa da indústria brasileira, que de muito vem perdendo representatividade no Produto Interno Bruto Nacional.”
Nos últimos dez anos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), o PIB do País cresceu a um ritmo médio de 1% ao ano. No mesmo período, porém, a indústria encolheu, em média, 1,6% anualmente. “Estamos virando as costas para as linhas de produção das fábricas em nosso País. Em 25 anos, a participação da indústria de transformação desabou de 20% para 11% em relação ao PIB nacional. Ou seja, perdemos quase 50% em nossa representatividade”, lamenta o novo presidente do SIMA, José Lopes Aquino.
Tais números, segundo ele, representam um movimento inverso aos interesses do País e do povo brasileiro na condução da política econômica. O setor industrial, que tem um dos maiores potenciais de gerar emprego e renda, vem definhando por não existir um projeto adequado e estruturado para que a indústria de transformação, um dos mais importantes pilares de qualquer economia, possa atuar na sua plenitude.
Aquino explicou, ainda em seu discurso na Cerimônia de Posse em Arapongas, que o que temos visto há décadas são subsídios dados “para um e outro setor ou a grupos empresariais, deixando de fora os que não têm representatividade ou, ainda, não conseguem se articular politicamente”. O resultado desta falta de planejamento político-econômico em nosso País é a evidente desindustrialização. Levando as plantas fabris ao sucateamento, gerando baixa produtividade e consequente baixa competitividade. “Dessa forma, um círculo negativo se instaura e se perpetua”, pontua Aquino, que também é CEO da Colibri Móveis.
União pela redução do Custo Brasil
O novo presidente do SIMA também falou sobre a importância de olharmos para além do consumo doméstico e focarmos na internacionalização de nossas indústrias. “Hoje, a realidade é que estamos sim em um mundo globalizado. A indústria brasileira precisa estar apta a concorrer internacionalmente. Não há qualquer possibilidade de pensarmos apenas no mercado interno, já que hoje competimos com o mundo todo.”
Para ele, um dos caminhos para que isso aconteça se dá por meio do trabalho conjunto das entidades empresariais com os governos Federal, estaduais e municipais, exigindo articulação para não apenas obter subsídios e favores para pequenos grupos, mas, sim, para construirmos um projeto que atenda a necessidade de toda a indústria nacional.
Paralelo a isso, é preciso que os governos também se comprometam efetivamente a reduzir o Custo Brasil. Afinal, como já repetimos inúmeras vezes por aqui, é abusivo lidar com uma carga tributária que oscila sempre acima de 34% e ainda com efeito cascata devastador na cadeia produtiva. Isso, ainda, sem contar os custos trabalhistas, que diferem muito dos impostos da maioria de nossos concorrentes internacionais.
“À frente do SIMA, continuaremos o trabalho até aqui desenvolvido, tendo a ABIMÓVEL [Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário] e a FIEP [Federação das Indústrias do Estado Paraná] como parceiras. Ressaltando a importância do apoio do Irineu [Munhoz, ex-presidente], como participante que é das diretorias dessas entidades co-irmãs. Essa união entre entidades com os mesmos propósitos dará maior vigor e melhores condições para influenciarmos de forma legítima e construtiva na defesa dos interesses da indústria brasileira, dos moveleiros e, em especial, do nosso polo de Arapongas”, disse Aquino.
Melhoria do ambiente de negócios na indústria moveleira
De fato, precisamos reverter a tendência da desindustrialização que vem ao longo dos anos ocorrendo no Brasil. Colocando a indústria como grande meio do desenvolvimento. Retomando, assim, o seu valor e representatividade — tão necessários — no cenário nacional.
Ao SIMA e outras entidades de classe cabe o papel de fomentar a união entre seus associados, mesmo entre concorrentes no mercado. “O espírito colaborativo e a ética devem prevalecer em nossas relações. Desta forma será possível manter um ambiente empresarial favorável a se ter soluções conjuntas para problemas comuns e, assim, continuarmos avançando de forma mais ágil na evolução dos negócios. Favorecendo também elevar o papel que nos cabe como ente importante da sociedade. Gerar riqueza e empregos, com sustentabilidade, deve ser o objetivo maior”, finaliza José Lopes Aquino, que ainda agradece pela confiança nele e em seus parceiros depositada.
Conheça a nova diretoria do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas:
Presidente
JOSÉ LOPES AQUINO
Vice-Presidente / Secretário
IRINEU ANTONIO BORRASCA
Tesoureiro
DEVANIL MARÓSTICA
Tesoureiro Adjunto
GIANCARLO BEGA PIZZA
Diretor Social
JEAN FELIPE DOS SANTOS CAOBIANCO
Diretor Social Suplentes
BRUNO SANCHES
CONSELHO FISCAL
Efetivos
FABRICIO MOURA
MARCIO ANDRÉ MARTINEZ
ANTONIO CARLOS CONSTANTINO
Suplentes
JOSÉ CARLOS ARRUDA
MARCELO DIOGNYS CARANDINA
ISRAEL GUERRA LOPES
DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO A FIEP
Efetivos
JOSÉ LOPES AQUINO
IRINEU ANTONIO BORRASCA
Suplentes
IRINEU MUNHOZ
ELISON CATTÂNEO ESTRADA
Sobre o polo moveleiro de Arapongas, no Paraná
O município de Arapongas conta com quase 125 mil habitantes e aproximadamente 270 indústrias moveleiras. Gerando, assim, cerca de 10 mil empregos diretos e movimentando em média R$ 500 milhões por ano. Da arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais, 64% vêm das indústrias moveleiras.