Estima-se que 78,6% da produção moveleira no Brasil esteja concentrada em pequenas empresas, que tiveram de buscar alternativas inteligentes e sustentáveis, não só do ponto de vista ambiental e econômico, mas, sobretudo, organizacional, para contornarem os impactos gerados pela pandemia nos últimos dois anos.
As dificuldades impostas, inclusive pela inflação — muito mais forte junto aos fornecedores de insumos, chegando a bater 35% ao ano, segundo o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) —, alavancaram os preços de produção, que nem sempre são ou podem ser totalmente repassados ao cliente final, em especial por conta da queda na renda das famílias e o baixo poder de compra no País atualmente. Questões que vêm achatando ainda mais as margens de lucro das empresas, em todos os níveis da cadeia.
Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a inovação, portanto, tem sido o caminho preponderante entre as PMEs na busca de alternativas para aquecer as vendas sem onerar o processo.
Melhora no atendimento e redução de desperdícios
Pesquisa realizada pela entidade indica que, em 2021, 97% dos empreendedores brasileiros realizaram inovações no negócio. Cerca de 500 mil deles buscaram apoio financeiro para essas inovações. Número 75% maior do que em 2019.
Interessante de se observar que, entre as mudanças mais importantes, a maior parte delas está relacionada a transformações na cultura empresarial. Tais como: melhora do atendimento; melhora na qualidade dos produtos; redução de desperdícios; aumento das vendas; inserção em redes sociais; redução de custos; uso mais eficiente de água e energia; etc.
Acredita-se, portanto, que as empresas mais bem-sucedidas serão aquelas que desenvolverem um ambiente adequado ao perfil do público; priorizarem um atendimento de qualidade; não criarem burocracias para o consumo; e, investirem em canais de comunicação adequados para relacionamento e divulgação de futuras promoções.
Pequenas empresas
“A melhoria dos produtos envolve, dessa forma, a contratação de consultores e o uso de laboratórios para desenvolver protótipos. Os desperdícios podem ser evitados com a adoção de padrões e rotinas de compras de insumos e sua organização em previsão de consumo, evitando o excesso de estoque”, pontua o economista Ecio Costa.
Já em relação aos canais, as redes sociais são as preferidas. Para tanto, porém, é preciso: entender quais são as redes ideais para se comunicar com seu público; pensar como será a abordagem no mundo digital; planejar a presença digital e a atuação com links patrocinados; bem como manter o engajamento dos seguidores e clientes.
“O empresário, independentemente do seu porte, precisa estar em constante evolução para poder superar os diferentes momentos do mercado, principalmente no Brasil, quando flutuações de mercado internacional e crises domésticas estão sempre impactando o resultado dos negócios”, finaliza o economista.
Projeto de Desenvolvimento, Competitividade e Integração da Indústria do Mobiliário
Vale lembrar que a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) anunciou recente um novo Acordo de Cooperação Técnica com o Sebrae Nacional para a execução do “Projeto de Desenvolvimento, Competitividade e Integração da Indústria do Mobiliário”, o PDCIMob, com foco em negócios de pequeno porte do setor.
A parceria vai ao encontro dos desafios do planejamento estratégico de ambas as entidades até, inicialmente, 2023, que objetivam transformar as pequenas empresas em protagonistas do desenvolvimento sustentável do Brasil. Contribuindo, dessa forma, para elevar a competitividade e a produtividade não só dessas empresas, mas de toda a cadeia produtiva, que se beneficia de uma indústria mais moderna, profissionalizada e inclusiva, tendo como principais indicadores a produtividade, o faturamento, a integração digital e a internacionalização dos negócios.