Após seis meses consecutivos de crescimento com ganhos acumulados de 32,2%, o volume de vendas do comércio varejista nacional parece ter se estabilizado, com uma leve queda de 0,1% entre outubro e novembro de 2020, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC – IBGE), divulgada na última sexta-feira (15). No confronto com igual mês do ano anterior, também houve perda de ritmo, com o varejo crescendo 3,4% em novembro de 2020, número menor do que a alta de 8,4% em outubro. Apesar da desaceleração, as vendas no varejo se encontram 7,3% acima do patamar pré-pandemia, e a seguir reforçamos alguns dos fatores para o setor de móveis continuar acreditando em sua força!
Ainda confrontando-se os números de 2020 aos do ano imediatamente anterior — relembrando que o mês de novembro de 2019 foi considerado o melhor da série histórica desde 2014 —, três setores foram responsáveis por posicionar o varejo no campo positivo dentro desta comparação (+3,4%). Entre eles, claro, está o segmento de “móveis e eletrodomésticos”. A categoria cresceu 17,8% no volume de vendas em relação a novembro de 2019, tendo exercido o segundo maior impacto positivo (2,0 p.p.) na formação da taxa total do comércio varejista de novembro do ano passado. Aliás, o segmento registra a sexta taxa positiva consecutiva para esse indicador.
Quando olhamos para o volume de venda de móveis de maneira isolada, sem considerar os eletrodomésticos, o número é ainda maior: 21,6%. Em relação ao acumulado no ano, ao passar de 10,8% até outubro para 11,6% até novembro, a categoria “móveis e eletrodomésticos” reforça a elevação no ritmo de vendas. O indicador dos últimos doze meses, vale ressaltar, acumulou 12,3% em novembro, contra 11% em outubro. Isoladamente, porém, a subcategoria “móveis” acumula 12,3% no ano e 12,5% nos últimos 12 meses.
Varejo de móveis em novembro de 2020: Atenção ao lar continua ditando ritmo de vendas
Importante ressaltar que novembro é o mês das promoções de Black Friday, que em 2020 se estenderam ainda mais durante o período — relembre. “A Black Friday impacta principalmente as atividades de ‘outros artigos de uso pessoal’, ‘móveis e eletrodomésticos’, além de ‘equipamentos de escritório, informática e comunicação’. Sendo que, neste novembro, essas duas primeiras atividades tiveram um desempenho bem superior ao do ano anterior, ao contrário dos equipamentos de escritório e informática, que ficaram 9,9% abaixo do mesmo período de 2019’, comenta Cristiano Santos, gerente da PMC – IBGE, que completa: “Esses resultados também refletem o fato de as pessoas estarem ficando mais em casa.”
Por região, a maior alta de venda de móveis em novembro ocorreu no Rio de Janeiro, com 42,5%, sem considerar eletrodomésticos. Tal resultado foi seguido pelo Distrito Federal (35,5%) e São Paulo (32,5%). Apenas quatro estados registraram queda em novembro, sendo que o maior baque foi registrado no Espírito Santo, com -19,6%. Na sequência negativa estão Minas Gerais (-4,7%), Goiás (-1,3%) e Pernambuco (-1,1%).
Já no acumulado de janeiro a novembro, São Paulo, que concentra quase 30% das vendas do País, registra a maior alta, com 21,9%. Vale lembrar que os móveis deverão ficar 1,8% mais caros no varejo paulista a partir desta semana, segundo a Federação das indústria do Estado de São Paulo (FIESP). A gente falou mais sobre o assunto no artigo de ontem, clique para ler. Bahia (19,5%) e Paraná (18,3%) aparecem na segunda e terceira posições no acumulado dos 11 primeiros meses de 2020.