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Varejo de móveis continua deslocado da média nacional… tanto positiva quanto negativamente

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Em julho de 2021, o volume de vendas do comércio varejista nacional aumentou +1,2% frente a junho do mesmo ano, na série com ajuste sazonal. Foi o quarto crescimento consecutivo desse indicador, fazendo com que o volume de vendas do varejo chegasse ao patamar recorde da série histórica da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), iniciada em 2000 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A média móvel trimestral cresceu +1,1% frente ao trimestre encerrado em junho (+2,2%). Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista subiu +5,7% em comparação a julho de 2020, quinta taxa positiva consecutiva. O acumulado no ano chegou a +6,6% e o acumulado nos últimos 12 meses permaneceu em + 5,9%.

A alta no volume de vendas do varejo em julho de 2021, na série com ajuste sazonal, foi acompanhada de taxas positivas em cinco das oito atividades. Infelizmente, a categoria “móveis e eletrodomésticos” está entre os três destaques negativos na variação mês a mês, com decréscimo de -1,4% sobre junho.

Varejo de móveis no acumulado do ano

Embora o estudo não apresente os resultados da variação mês a mês nos segmentos isolados, a venda de móveis, sem incluir eletros, demonstrou queda de -6,3% sobre julho de 2020 — período bastante aquecido para o setor moveleiro no varejo nacional. Apesar do recuo, que pode, entre outras questões, ser justificado pelo cenário comparativo, o comércio de móveis mantêm-se consideravelmente acima da média nacional no acumulado de janeiro a julho de 2021 (+12,8%) e dos últimos 12 meses (+18,5%). Veja as comparações abaixo:

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Inflação sobre móveis no varejo: um panorama que assusta

Já quando falamos nos preços no comércio varejista, a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), atingiu +0,87% em agosto de 2021. A taxa é a maior para o oitavo mês do ano desde 2000, apesar de estar abaixo da taxa de +0,96% registrada em julho.

Se o número, puxado sobretudo pela alta na gasolina, espanta, mais assustador ele fica ao recortarmos o quadro para o setor do mobiliário. O preço de móveis no varejo subiu +1,33% em agosto. Neste caso, deslocando-se negativamente da média nacional, que já é alta.

No acumulado do ano, janeiro a agosto de 2021, o IPCA geral foi de +5,57%, com o de móveis, por sua vez, chegando a +7,08%. Distância que fica ainda maior no comparativo dos últimos 12 meses: com a inflação geral acumulando +9,68%, enquanto a inflação sobre o preço dos móveis bate a casa dos +14,82%, uma diferença de 53 pontos percentuais.

A maior oscilação ocorreu no segmento de colchões, que experimentou aumento de +0,73% na variação mês a mês; mas acumula queda de -2,21% no ano; e alta de +27,72% nos últimos 12 meses — a maior entre os cinco segmentos pesquisados, construindo um cenário de difícil leitura. Os móveis para quarto também vivenciam avanço na inflação: +1,89% em agosto; +9,66% em oito meses de 2021; e +19,3% em 12 meses.

Momento é de atenção e planejamento

Em uma tentativa de frear a inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) passou a subir a taxa básica de juros, a Selic. Em agosto, o colegiado confirmou alta de 1 ponto percentual,  para 5,25% ao ano.

Como reforçado pelos especialistas do comitê, os preços em patamar alto, em um ambiente de juros maiores, desemprego acentuado e renda fragilizada, jogam contra o consumo das famílias e os investimentos das empresas. Devendo, assim, ser motivo de atenção e da busca por proposições também do setor moveleiro.

Com isso, o mercado financeiro vem subindo suas projeções para a inflação geral. A estimativa mais recente é de IPCA de 7,58% ao final de 2021. Quem pagará a conta?

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