Boas novas no varejo de móveis e eletros. Acumulando quedas consecutivas desde o mês de junho do ano passado, quando o esfriamento da demanda de consumo na área começou a se intensificar, o segmento cresceu 2,3% em volume e 3,7% em receita em fevereiro sobre janeiro de 2022, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Embora tímido, o avanço demonstra que os esforços do varejo em criar promoções e explorar o marketing na área estão gerando efeito.
Para a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), o crescimento no varejo em oposição ao declínio na produção de móveis no período, pode ser justificado, entre diversas análises possíveis de serem feitas, pelo fato de que um dos pontos que mais pesaram sobre a produção nos últimos meses está concentrado nas categorias de móveis corporativos (empresas, bares e restaurantes, hotéis, escolas, etc.), enquanto que o varejo reflete a demanda por móveis residenciais.
Apesar da alta na passagem dos meses, ao olharmos para as demais variações da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), porém, vemos que a categoria ainda encontra dificuldades para se reestabelecer após o boom das vendas. Na comparação com fevereiro de 2021, por exemplo, os resultados nas vendas de móveis e eletrodomésticos foi de -12,6% em volume. Em receita, porém, o recuo é bem menor, mantendo o faturamento em níveis de estabilidade: -0,3%.
No acumulado dos últimos 12 meses, a atividade de móveis e eletrodomésticos registra -8,5% em volume (que melhor demonstra a real procura na área). Já no ano, observa-se um declínio de 11,9%.
Varejo de móveis e eletros
Nesta mesma comparação, quando observamos apenas os números das vendas de móveis, sem incluir os eletrodomésticos, a queda foi de 5,5% em volume e de 7,3% em receita em fevereiro de 2022 sobre fevereiro de 2021. Já o recuo nas vendas de eletros de maneira isolada chega a 16,1% em receita e -3,4% em receita nominal.
Nos últimos 12 meses, o varejo de móveis sofreu uma queda de 2,9%. No ano, observa-se um acúmulo negativo de 6,6%.
O resultado interanual posiciona a atividade como a de maior contribuição negativa sobre o comércio varejista, somando -1,3% no total de +1,3%.
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