Varejo de móveis – Abrindo o segundo semestre, as vendas no varejo geral recuaram 0,8% em julho frente a junho de 2022. Esta é a terceira queda seguida após meses de alta, demonstrando uma retomada da trajetória irregular detectada desde o período mais grave da pandemia. Repetindo, assim, a trajetória que vem ocorrendo desde março de 2020, destacando-se pela alta volatilidade nas vendas.
O mês de abril foi o último com crescimento. Desde então, maio, junho e julho acumulam recuo de 2,7% em volume. “Por conta desses resultados, o varejo se encontra praticamente no mesmo nível do período imediatamente pré-pandemia, com variação de 0,5%. Patamar que já esteve muito mais alto. Em julho de 2021, por exemplo, esse esteve 5,3% acima de fevereiro de 2020”, contextualiza o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
É preciso ressaltar, contudo, que nesta comparação com o nível pré-pandemia, o comércio varejista mostra desigualdades em termos setoriais. Há atividades muito acima, é verdade. Porém, há outras também muito abaixo, como infelizmente é o caso da categoria de “móveis e eletrodomésticos”, com o resultado de julho de 2022 se mostrando 18,4% inferior ao de fevereiro de 2020 em volume de vendas no varejo.
Móveis e eletrodomésticos
Os indicadores são da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), desenvolvida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que aponta, ainda, queda de 5,2% no comércio varejista nacional em julho de 2022 na comparação com igual mês em 2021. Número puxado por taxas negativas em cinco das oito atividades pesquisadas, incluindo móveis e eletrodomésticos, que caíram 14,7%.
A categoria apresentou queda de 14,6% frente a julho de 2021. Sendo este, o quarto resultado consecutivo no campo negativo e a segunda maior influência no indicador interanual para o varejo (-1,4 p.p. no total de -5,2%). O acumulado no ano, ao passar de -9,3% até junho para -10,1% em julho, intensifica o ritmo de perdas.
Varejo de móveis
Ao olharmos para as vendas de móveis, exclusivamente, destoando-se dos eletrodomésticos, a queda nas vendas no comparativo de julho de 2021 com julho de 2022 é ainda maior: -17,3%.
No acumulado de janeiro a julho, contudo, a situação é um pouco menos intensa: -8,6% no volume de peças vendidas em comparação com igual período no passado. Já nos últimos 12 meses houve recuo de 12,1%.
Houve também uma diminuição no volume de vendas de móveis na passagem de junho para julho de 2022: -3%. Performance que, entre outros fatores, se justifica pela redução na capacidade de consumo atual. Veja mais resultados na tabela:
Faturamento no varejo de móveis
Já em termos de faturamento, a receita nominal no varejo de móveis registrou queda de 3,3% em julho comparando-se ao mesmo mês em 2021. Nas demais variações, contudo, os indicadores são positivos, como é possível observar na tabela abaixo.
Importante mais uma vez lembrar que segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE, os preços nacionais de mobiliário apresentaram aumento de 1,10%, em julho frente a junho de 2022. No ano, o índice registra um acúmulo de 12,68% no nível de preços.