Varejo: Móveis e eletrodomésticos continuam em destaque; cenário, porém, é de incerteza

Varejo nacional fevereiro/2021

A categoria “Móveis e Eletrodomésticos” liderou as altas no varejo nacional na série dessazonalizada em fevereiro de 2021, com crescimento de 9,3% no mês em comparação com janeiro deste ano. É o que mostra a última Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com fevereiro de 2020, pré-pandemia, o aumento foi de 0,7% no volume de vendas. Após uma queda de 5,2% em janeiro, no entanto, o acúmulo no primeiro bimestre é de -2,5%.

Considerando apenas móveis nesta base de comparação, houve crescimento de 2,6%, após janeiro apresentar queda de 1,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados de volume de vendas não mostram o segmento de móveis separado de eletrodomésticos na comparação com o mês imediatamente anterior, porém.

De toda forma, mesmo com o indicador acumulado nos últimos 12 meses demonstrando uma trajetória de redução de ganhos na categoria “Móveis e Eletrodomésticos” desde novembro de 2020, o que de fato é esperado todos os anos neste período, os números de uma maneira geral demonstram a resiliência destes setores, que vêm sendo referência na indústria e no comércio desde o início do segundo semestre do ano passado.

A receita nominal do segmento de móveis e eletrodomésticos, então, registrou aumento de 6,5% em fevereiro em relação ao mês anterior. Já em relação a fevereiro de 2020, a variação foi positiva em 9,8%. Nessa mesma base de comparação, o segmento de móveis, de maneira isolada, apresentou alta de 4,2% na receita nominal.

E o varejo geral?

O varejo restrito subiu 0,6% em fevereiro na comparação mensal dos dados sem ajuste sazonal, depois de recuar 0,2% em janeiro. Mas caiu 3,8% na comparação interanual. Segundo economistas do Movimento do Comércio Boa Vista, o resultado não é uma surpresa e apresenta-se como um prenúncio para o que veremos nas próximas pesquisas. Tratando, aqui, então, do movimento atual no varejo nacional.

“O cenário hoje é substancialmente pior em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar do crescimento mensal”, opinam os especialistas. Em fevereiro de 2020, o Índice de Confiança do Comércio era 8,7% superior. Já o Índice de Confiança do Consumidor, 12,6%. O crescimento de 14,6% na concessão de recursos livres às famílias foi revertido em queda de 4,4% na variação acumulada em 12 meses e a taxa de desemprego era de 11,6%, provavelmente inferior ao dado que será divulgado pelo IBGE referente ao mês de fevereiro de 2021.

Outro fator de suma importância, enfatizam eles, tem sido o aumento no nível médio de preços entre os períodos. “A inflação acumulada em 12 meses, medida pelo IBGE, passou de 4% para 5,20%. Não obstante, o mesmo tipo de índice, calculado pela FGV, passou de 6,84% para 28,94%.” Em resumo, para este grupo de economistas da Boa Vista, o poder de compra do consumidor, descontado da contribuição do Auxílio Emergencial pago entre os meses de julho e dezembro de 2020, se deteriorou em função da inflação, do desemprego, do crédito mais escasso e da falta de confiança, de uma forma geral.

Expectativas para o varejo nacional em 2021

Embora para eles as expectativas para os meses de março e abril de 2021 não sejam muito diferentes dos resultados vistos no mesmo período no ano passado, então, é sempre necessário analisarmos e contextualizarmos os detalhes dos momentos em que essas variações se apresentam.

Além disso, o bom momento de determinados setores varejistas, como o de móveis e eletrodomésticos; bem como as novas medidas com foco nos eixos trabalhista, regulatório, creditício, fiscal e tributário recém-anunciadas pelo Governo Federal; sem falar no avanço da campanha de vacinação, que já começa a fazer efeito entre uma parcela da população; podem ser bons indicativos de um cenário mais convidativo tanto para a produção quanto para o consumo.

Para qual panorama sua empresa vem se preparando?

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