A alta nas vendas de móveis no varejo em junho foi de “apenas” 0,7% na comparação com igual mês do ano passado. Avanço aparentemente tímido diante da taxa de crescimento dos últimos meses nesta comparação. Mas, como falamos por aqui há poucos dias, diante da situação inusitada em que vivemos no último biênio, olhar para o passado é não só um exercício para a memória, mas um movimento estratégico, lição para o futuro.
Diferente dos números dos últimos meses de março, abril e maio, que tinham uma base muito baixa de comparação relacionada ao mesmo período em 2020, a evolução histórica das vendas de móveis a partir de junho do ano passado traz variações comparativas totalmente diferentes e mais coerentes à realidade do mercado moveleiro nacional.
Dados da mais recente edição da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, confirmam a força e o aquecimento do segmento de móveis frente à média geral do varejo nacional, que caiu 1,7% em junho de 2021.
Dessa forma, nos últimos 12 meses, ou seja, justamente no período de guinada do setor moveleiro em meio à pandemia, a venda de móveis (sem contar eletrodomésticos) acumulou avanço positivo de 22,1% no varejo. Já no acumulado do primeiro semestre de 2021, as vendas de móveis subiram 17,5%, quando comparadas aos resultados dos primeiros seis meses do ano passado.
Vendas de móveis e eletrodomésticos: diferente cenário
A venda restrita de móveis, aliás, é o que vem empurrando para cima os resultados da categoria “Móveis e Eletrodomésticos”, de acordo com as últimas edições da pesquisa. Ainda assim, quando juntamos os dois segmentos, a categoria apresenta recuo de 5,3% em relação a junho de 2020. Primeira taxa negativa depois de quatro meses no campo positivo. No acumulado no ano, as vendas de móveis e eletrodomésticos passaram de 15,1% até maio para 11% até junho. O acumulado nos últimos 12 meses foi de 16,3%, abaixo do conquistado até o quinto mês do ano, que foi 18,9%.