Nos últimos anos, a economia global tem se comportado como uma verdadeira montanha-russa, com altos e baixos que desafiam a estabilidade de diversos setores. Para a indústria moveleira, essas flutuações econômicas apresentam tanto desafios quanto oportunidades. A volatilidade nos preços das matérias-primas, as mudanças nas políticas comerciais e a evolução das preferências dos consumidores são alguns dos fatores que têm moldado o panorama atual. Boa leitura!
A economia global é um tema de extrema relevância, especialmente para o setor moveleiro, conhecido por sua dinamicidade.
Recentemente, tivemos o privilégio de acompanhar as “Perspectivas Econômicas”, apresentadas por Fernando Gonçalves, responsável pela área de Sell Side no time de pesquisa econômica do Itaú, em junho de 2024.
Sua palestra trouxe à luz diversos pontos cruciais que devem ser levados em consideração por todos os tomadores de decisão do segmento B2B moveleiro. Isso porque compreender as tendências macroeconômicas é essencial para antecipar desafios e aproveitar oportunidades.
Um dos pontos altos da apresentação sobre a economia global foi a situação atual da China. O gigante asiático está passando por uma fase de reorientação de sua política econômica, buscando compensar a fragilidade do mercado imobiliário através de investimentos em manufatura e infraestrutura.
Segundo Gonçalves, essa mudança tem impactado o Brasil com a entrada massiva de produtos chineses a preços mais competitivos, especialmente nos setores de aço, químicos e têxteis – insumos fundamentais para a indústria moveleira –, além de veículos, pneus e plásticos.
Diante dessa nova realidade, é imperativo que o setor moveleiro esteja atento. A chegada de produtos chineses com preços mais atrativos pode representar tanto uma ameaça quanto uma oportunidade.
Esse é o momento ideal para procurar fornecedores alternativos, negociar melhores condições com os atuais parceiros, otimizar processos produtivos e, sobretudo, investir em inovação e design para oferecer produtos com maior valor agregado e diferenciação.
Outro ponto abordado por Gonçalves que impacta diretamente a economia brasileira é a crescente trajetória da dívida e do PIB (Produto Interno Bruto), que parece estar se tornando novamente um fator de pressão.
Essa conjuntura associada ao cenário político interno e à deterioração da conta corrente limitam as possibilidades de valorização do real, o que pode afetar os custos de importação dos insumos.
Neste contexto, o consumo das famílias segue resiliente e a retomada dos investimentos é um aspecto positivo para o setor moveleiro, conforme indicado pela mais recente pesquisa do PIB.
No entanto, é crucial estar atento à perspectiva de um PIB mais robusto no 1T24, decorrente da liberação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), e do PIS/Pasep (Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) no 2T24, o que poderá gerar uma subsequente acomodação.
Tal volatilidade requer um planejamento estratégico sólido e uma boa gestão financeira para navegar com confiança pelas inevitáveis oscilações do mercado.
A apresentação magistral de Fernando Gonçalves ressalta a importância de estarmos sempre vigilantes em relação às “Perspectivas Econômicas” e suas complexidades.
Uma análise minuciosa do cenário nacional e internacional, como as que a Plataforma Setor Moveleiro tem realizado, inclusive, por meio da palestra para os polos moveleiros que receberam a edição 2024 do Painel Setor Moveleiro – na qual falei sobre o tema “Análise do Mercado Global de Móveis para 2024 e Projeções para 2025” -, se mostra imprescindível para que os agentes desse mercado possam tomar decisões estratégicas assertivas, bem como mitigar riscos e alcançar o sucesso em um ambiente cada vez mais desafiador e competitivo.
Neste sentido, é fundamental que as empresas do setor moveleiro estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades decorrentes dessas mudanças no cenário econômico global.
A busca por fornecedores alternativos, a negociação de condições mais vantajosas, a inovação no design, a avaliação contínua dos canais de vendas, a análise sobre as oportunidades emergentes e a otimização dos processos produtivos são estratégias essenciais para se manterem competitivas.
Além disso, é crucial acompanhar de perto as tendências macroeconômicas e políticas, a fim de tomar decisões embasadas e assertivas em um ambiente dinâmico e complexo.
A análise constante do mercado e a adaptação ágil às transformações são chaves para o sucesso no setor moveleiro atual.
