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Balanço 2022: depois de desempenho histórico em 2021, exportações brasileiras de móveis e colchões caíram no ano passado

Exportações brasileiras de móveis e colchões

Não é novidade para ninguém que o ano de 2022 foi desafiador. 

Enquanto de um lado celebramos o retorno à normalidade de diversos aspectos e atividades como conhecíamos antes da devastadora pandemia de Covid-19. De outro, o crescimento global está diminuindo diante de uma inflação elevada, taxas de juros mais altas, investimentos reduzidos, entraves logísticos e dificuldades na cadeia de abastecimento, além de problemáticas causadas pela invasão russa na Ucrânia. Questões que refletem na economia global, no comércio exterior e, consequentemente, na produção e nas exportações da indústria, inclusive no setor moveleiro do Brasil, já impactado por questões políticas e econômicas no cenário interno. 

Diante desse cenário, dados da última edição da “Conjuntura de Móveis”, estudo desenvolvido pelo IEMI com exclusividade para a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), demonstram que em 2022 foram exportadas mais de 21,8 milhões de peças pela indústria brasileira de móveis e colchões. Montante superior a US$ 830,7 milhões em receita

Tais resultados demonstram quedas em torno de 27,6% em volume e de 11,4% em valores exportados pelo setor no acumulado de 2022 (ou seja, de janeiro a dezembro). Isso, porém, frente a uma base de comparação bastante elevada em 2021, quando a indústria moveleira nacional alcançou resultados históricos, ao exportar mais de 30,1 milhões de peças de móveis e colchões, culminando em cerca de US$ 938 milhões em receita.

Para o presidente da ABIMÓVEL, porém, a queda é pontual. “Em face desses números é importante ressaltar que apesar das adversidades enfrentadas nas mais diversas cadeias produtivas em todo o mundo, resultando numa queda pontual das exportações no setor em 2022, a indústria brasileira de móveis e colchões manteve sua posição no mercado internacional. Mostrando resiliência e dando continuidade a um projeto sólido de expansão”, fala Irineu Munhoz.

Questão que, segundo a entidade, pode ser observada ao analisarmos o desempenho da indústria de móveis e colchões ao longo dos últimos anos. Em relação a 2019, por exemplo, ano pré-pandemia, o crescimento em 2022 foi de 5,3% em volume de peças e 29% em valores exportados

Balanço 2022 - depois de desempenho histórico em 2021, exportações brasileiras de móveis e colchões caíram no ano passado - ABIMÓVEL

Balança Comercial

Quando se trata das importações de móveis para o Brasil ao longo do ano passado, essas movimentaram cerca de US$ 191,9 milhões. Resultado aproximadamente 26,8% inferior ao de 2021, quando foram importados o montante de US$ 262,4 milhões. 

Dessa forma, apesar da queda nas exportações, a Balança Comercial no setor de móveis permaneceu favorável em 2022, acumulando superávit estimado de US$ 638,8 milhões ao longo do ano (janeiro a dezembro).

Principais estados exportadores

Quando falamos na origem dessas exportações, os três estados da região Sul continuam sendo os maiores exportadores de móveis do Brasil. Juntos, Santa Catarina (40,1%), Rio Grande do Sul (29,0%) e Paraná (14,5%), corresponderam a 83,6% das exportações brasileiras de móveis no ano passado. 

Outros estados, porém, vêm também ampliando suas exportações ano após ano, como é o caso de Minas Gerais e de Pernambuco. Confira mais: 

estados exportadores 2022 - abimovel

Destinos das exportações brasileiras de móveis e colchões

A manutenção de parcerias importantes no mercado global também é outro indicativo positivo para o setor moveleiro nacional. Ao receber 39,2% do total exportado no setor ao longo do ano passado, os Estados Unidos mantiveram a liderança como o principal destino das exportações brasileiras de móveis. Na segunda posição aparece o Uruguai, com participação de 8,3%; seguido pelo Chile, que recebeu 6,5% do total exportado pela indústria moveleira nacional em 2022.

O Reino Unido aparece logo na sequência, com 6,2% de participação, ficando à frente do Peru, com 4,0%. Veja mais indicadores do desempenho das exportações de móveis por destino na tabela abaixo:

destino das exportações 2022 - abimovel

Oportunidades para exportadores brasileiros de móveis e colchões

Embora o Brasil esteja entre os oito principais países produtores de móveis no mundo, posiciona-se no 26º lugar no ranking de exportadores, demonstrando que ainda há campo para expandir. 

Especialistas em inteligência de mercado do IEMI, estimam um potencial de US$ 1,1 bilhão nas exportações brasileiras no setor. Para isso, porém, novos mercados são necessários, assim como uma maior diferenciação do mix de produtos e a elevação do valor agregado dessas peças. Outra oportunidade para a indústria brasileira de móveis está relacionada aos quesitos qualidade, design e sustentabilidade

“O mercado internacional, especialmente o norte-americano e o europeu, vem buscando adotar soluções ecológicas, utilizando materiais reciclados e matérias-primas naturais sustentáveis, como madeira, revestimentos, pedras e couros, amplamente disponíveis no Brasil. Esses fatores, além do design integrado à indústria, devem contribuir para o posicionamento dos exportadores brasileiros nesses mercados-alvo”, ressalta Irineu Munhoz.

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