O mundo está mudando de maneira acelerada. Tal afirmação não é mais uma novidade, mas uma constatação. Nesse ambiente de imprevisibilidade, transformações constantes e bastante insegurança, quatro propulsores globais de comportamento aparecem como respostas naturais a esse momento tão único e delicado. Impactando, inclusive, a mentalidade humana em relação ao consumo e moldando as principais características do consumidor do futuro. Antes de apresentá-las, porém, é essencial entendermos o campo em que elas se constroem.
Tendências previstas para 2030 – ao melhor estilo “a casa do futuro” -, por exemplo, não só apareceram como se consolidaram em 2020. Com nossos lares se tornando uma espécie de hub da vida moderna. Onde o privado, o profissional e o social se encontram sem barreiras de tempo ou espaço. Portanto, impondo a busca por alternativas que acompanhem ao ritmo e à dinâmica desse novo morar.
Nesse cenário, um dos pontos aos quais mais nos apoiamos quando falamos em soluções para esse novo momento é, sem dúvida, a conectividade digital. Enquanto, de fato, questões como da tecnologia 5G, a evolução da Internet das Coisas e a ascensão do comércio eletrônico deverão transformar diversos aspectos da vida e dos negócios, especialistas em comportamento da WGSN – líder global na previsão de tendências de mercado – acreditam que a resposta está mesmo em outro tipo de conexão. Para eles, a conexão humana é o que deverá moldar o comportamento de consumo a partir de agora. Afinal, nunca antes sentimos tanta necessidade de nos comunicar, influenciar e de estarmos próximos… ok, mesmo que virtualmente.
Conexão digital + Conexão humana
Além disso, ao mesmo tempo em que a nossa velocidade de conexão à Internet dispara, os índices de contágio emocional digital também tendem a serem agravados. Mas o que isso quer dizer? Esse contágio emocional se trata de uma característica comportamental na qual uma pessoa imita os sentimentos daqueles que a cercam. O que, na era digital, pode ser transmitido rapidamente e em escala global. Com a opinião e as emoções de um tornando-se a de milhões de outros.
Um meme enviado por uma pessoa pode arrancar gargalhadas no mundo todo. Enquanto a imagem de uma floresta em chamas é capaz de criar um sentimento de cólera generalizado. E, acredite, isso se aplica também à comunicação da sua marca.
Dessa maneira, além de propor uma análise demográfica (quem é o seu cliente?) e de dados psicográficos (por que ele está comprando?), a partir do relatório “Consumidor do Futuro 2022”, a WGSN convida o mercado a de fato conhecer o seu público. Entender sua linguagem, seus anseios, desejos, necessidades e até mesmo seus medos e inseguranças. Para, assim, não só aprendermos a nos comunicar com eles, mas também a atingir o seu lado emocional, influenciando-os e criando conexões humanizadas. A partir daí, aliás, é muito mais fácil compreender o que as pessoas querem comprar e como criar os produtos certos levando todo universo de informações em consideração.
Como manter o setor moveleiro aquecido até 2022?
Obviamente, existem produtos dos quais as pessoas precisam de imediato e facilmente observamos isso. Por exemplo: agora que estão trabalhando de casa precisarão de uma boa cadeira, entre outros artigos de mobiliário e itens para casa que possam tornar esse novo cotidiano mais prático e confortável. Justificando, assim, a alta demanda no setor.
Mas o que será preciso para que esse consumidor viva bem e feliz a curto e médio prazo; mantendo, claro, o comércio de móveis e artigos para casa aquecido? O ponto é: depois que essa crise passar, sabemos que, além das pontuais, haverá também inúmeras mudanças permanentes. O que significa que os produtos e experiências aos quais estamos acostumados deverão ser readequados. Seja na forma, na funcionalidade, no conteúdo ou na maneira de apresentá-los.
Sentimentos do consumidor futuro
Para os trendsetters da WGSN, então, há atualmente quatro grandes sentimentos que vêm ditando o comportamento do consumidor e deverão ser levados em conta no desenvolvimento, marketing e comercialização de novos produtos e serviços, inclusive no setor moveleiro. São eles: medo, dessincronização social, resiliência equitativa e otimismo radical.
Como propulsores globais de comportamento, como já falamos, esses sentimentos resultam em três novos perfis de consumidores que provavelmente se consolidarão até 2022: os estabilizadores, os comunitários e os novos otimistas.
Estabilizadores
Os estabilizadores priorizam o equilíbrio em todos os âmbitos da vida como uma reação à falta de sincronização e a uma sensação crônica de incerteza. Eles querem experiências de varejo simplificadas, compras tranquilas e relacionamentos transparentes com as marcas.
Comunitários
Já os comunitários querem urgentemente redefinir a rotina global e agitada de trabalho. Eles querem se acomodar em sua comunidade, mas não em sua profissão. Passando a promover uma nova era centrada no localismo.
Novos otimistas
Preocupados com os níveis crescentes de medo e ansiedade, os novos otimistas, por sua vez, estão ávidos por momentos de alegria. Uma escolha corajosa diante desta época atual de incertezas.
Fator humano no centro das relações de mercado
Apesar de todos esses grupos se apoiarem na conectividade digital, acredita-se que outro fator em comum entre eles será a necessidade de interação humana, como falamos no início do artigo. Não à toa, a humanização do design foi assunto da coluna de Claudia Lens nesta semana aqui na Plataforma Setor Moveleiro.
Para além do fator desenvolvimento, portanto, é imprescindível analisarmos com cuidado como mantermos nossas marcas relevantes, mesmo que o mercado pareça cada vez mais volátil. Abaixo estão algumas das sugestões da WGSN para nos prepararmos para o consumidor de 2022.
Pontos de ação
A simplicidade importa
Os consumidores estão exaustos. Simplifique o processo de compra, tanto nas lojas físicas quanto on-line, e às vendas deverão fluir.
Comércio em livestream
O comércio conversacional chegou para ficar. Empresas inovadoras já estão investindo em eventos de compra transmitidos ao vivo para promover as vendas e estimular o retorno sobre investimentos em plataformas sociais.
A evolução dos serviços sob demanda
Os varejistas que disponibilizarem plataformas que permitam compras e entregas coletivas atrairão o público. Outro diferencial são as marcas focadas nas entregas hiperlocais.
Consumidor do futuro 2022
Nas próximas semanas continuaremos a desvendar as características e necessidades desse consumidor do futuro. Ajudando, assim, a indústria moveleira a mergulhar em um novo momento que já começou e, do qual, o setor de móveis tem tudo para ser um dos grandes protagonistas.