Inovar é imperativo para que as empresas se mantenham competitivas no mercado. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a cultura de inovação é uma ação cada vez mais importante. Por isso, nesta reportagem, a Plataforma Setor Moveleiro investiga como anda todo esse processo no mercado de móveis.
Há recursos e atenção suficientes para uma produção mais inteligente? O mercado está de olho nas necessidades dos lojistas e dos consumidores?
O que é a cultura de inovação?
A cultura de inovação nada mais é do que o conjunto de hábitos e valores que favorecem a criatividade dentro de uma organização. Para que surjam as novas ideias, é preciso que a empresa esteja aberta em todos os seus níveis. E, mais do que isso, incentive essas novas ideias. É isso que vai fazer a diferença na geração de novos negócios.
A cultura de inovação no setor moveleiro
Para o consultor empresarial Nilson Violato, os empresários do setor moveleiro ainda precisam mudar a mentalidade e internalizar a inovação dentro das indústrias. “Ainda existe uma resistência, uma insistência em se repetir, o que implica na repetição de erros também”, comenta. “É preciso mudar os modelos de negócios e investir nesse movimento”, completa.
Para isso, sugere Violato, é preciso incentivar os talentos dentro das empresas, sem medo que eles sejam captados pela concorrência. Esse incentivo pode vir de remuneração e de benefícios. “É fundamental tirar as pessoas da zona de conforto”, avisa.
A fala do consultor para a Plataforma Setor Moveleiro foi em uma das matérias feitas a respeito da inovação, que falava sobre o incentivo ao intraempreendedorismo como forma de trazer novas e melhores formas de produzir.
A cultura da inovação pode conviver com a tradição?
Para o CEO da Ciello Móveis, Anderson Vinícius Cielo, o setor moveleiro ainda é um pouco resistente à cultura da inovação. “Esse tradicionalismo deixa pouco espaço para ouvir o cliente e entender as necessidades do consumidor final”, aponta. Isso resulta, segundo ele, no desenvolvimento de produtos que não irão atender determinadas regiões.
Mas há exceções, acredita o varejista. São esses parceiros que buscam o mercado para fazer o desenvolvimento que acabam tendo melhor desempenho. “O desempenho é melhor, ainda que o próprio consumidor apresente uma certa lentidão também em adotar inovações que venham do setor”, avalia.
Cultura da inovação na origem
Entre as exceções, é possível citar a Sofa Soft, de Londrina (PR). O cofundador, Daniel Nissola Filho, conta que entre os pilares do desenvolvimento dos produtos da marca está o contato direto e a observação do público consumidor.
“Utilizando fundamentos do design thinking, conseguimos compreender e mapear as reais necessidades e desejos de nosso público-alvo. Isso nos permite construir soluções que atendem perfeitamente às suas expectativas”, revela.
A marca conta ainda com um modelo de negócio inovador, de acordo com Nissola, e uma plataforma que integra diversas fábricas e permite atender aos pedidos de personalização dos produtos. A opção é dada pela plataforma de venda do site.
O consumidor ainda consegue ver o produto por todos os ângulos e experimentá-lo em seu ambiente por meio da realidade aumentada (RA). E a resposta do mercado tem sido satisfatória, avalia Nissola.
“A grande maioria dos consumidores adora inovações. Especialmente quando elas trazem benefícios reais”, diz. “Muitas pessoas buscam o que é novo e melhor, e quando encontram, adotam e recomendam. Por isso, inovar é uma maneira poderosa de criar conexões fortes com o consumidor e criar um posicionamento único no mercado”, completa.
Ainda assim, na visão do empresário, um dos maiores entraves para a adoção de uma cultura de inovação no setor moveleiro é a falta de recursos. “Essa escassez desestimula muitas iniciativas inovadoras no setor e, consequentemente, reduz a velocidade do desenvolvimento de tecnologia, materiais, processos, produtos, experiência do cliente e modelos de negócio”, finaliza.