Entender o que o cliente deseja é um dos grandes desafios para as empresas moveleiras. Para isso, não basta acompanhar tendências ou lançar produtos pela intuição: é preciso criar móveis que façam sentido para a vida das pessoas, atendam necessidades, tragam praticidade, conforto e também expressem a personalidade de quem usa, ou seja, estar atento ao design centrado no consumidor. E como transformar desejos em produtos concretos? Leia a coluna e saiba mais sobre o tema!
Nos últimos tempos, falar sobre consumidor virou quase um mantra em todas as áreas. Mas no setor moveleiro, ainda vejo muita gente desenhando produtos de dentro pra fora, ou seja, criando com base no que acha que o público quer, sem validar de fato suas ideias.
E aqui eu te pergunto: como criar algo realmente relevante sem ouvir quem vai usar?
O design centrado no consumidor parte exatamente desse princípio: entender profundamente os desejos, necessidades e expectativas de quem vai ter o móvel dentro de casa.
Não se trata só de fazer pesquisas para inglês ver, mas de mergulhar na realidade do consumidor, captando o que ele valoriza, o que ele precisa e, muitas vezes, o que ele nem sabe ainda que deseja.
E por onde começar?
Tudo começa com boas perguntas.
Antes de desenhar, é importante investigar:
– Quem é o consumidor final? (Perfil, faixa etária, estilo de vida, poder de compra, etc.);
– Quais são as principais dores que ele enfrenta no dia a dia? (Falta de espaço, necessidade de multifuncionalidade, estética, durabilidade, etc.);
– Quais atributos ele valoriza em um móvel? (Preço, acabamento, facilidade de montagem, visual, inovação, etc.)
Hoje, plataformas de pesquisa on-line, redes sociais, feiras e até o próprio feedback de lojas parceiras podem ser grandes aliados para captar essas informações de forma prática e rápida.
Pequenos questionários, análises de comportamento de compra e até conversas informais com vendedores de ponta já trazem dados valiosíssimos.
Transformando desejo em produto
Entender o consumidor é só o primeiro passo. O grande diferencial está em traduzir esses insights em soluções reais dentro do projeto.
Se a pesquisa mostra que o consumidor quer móveis que facilitem a organização, por exemplo, não adianta criar apenas mais uma cômoda bonita: é preciso pensar em compartimentos inteligentes, divisórias funcionais, aproveitamento total do espaço.
Outro ponto importante: não basta atender ao desejo funcional. A estética também precisa conversar com o que o consumidor sonha para sua casa. Aqui, tendências de cores, texturas e detalhes fazem toda a diferença.
Design empático é o novo luxo
Se antes inovar era sinônimo de criar algo completamente inusitado, hoje inovar é, muitas vezes, entregar exatamente aquilo que o consumidor quer – da forma mais inteligente, bonita e acessível possível.
O consumidor atual valoriza marcas e produtos que entendem sua realidade, respeitam seu orçamento e ainda oferecem um toque de sonho.
No final das contas, quem projeta com o consumidor no centro não só cria produtos mais assertivos, como também constrói marcas mais sólidas e desejadas no mercado.
E num setor tão competitivo como o nosso, entender de gente é tão importante quanto entender de móvel.
Escreveu essa coluna
Gilson Vaz é designer de interiores com MBA em Criatividade e Inovação no Ambiente Empresarial.
Atua como diretor criativo do Estúdio Gilson Vaz, um estúdio de design especializado em pesquisa e desenvolvimento de produtos para a indústria moveleira e de acessórios, contando com uma equipe multidisciplinar.
Com mais de 10 anos de experiência, já colaborou com grandes marcas, como Kappesberg, desenvolvendo produtos que aliam design estratégico, viabilidade produtiva e com um diferencial, a avaliação do consumidor final.
O estúdio oferece serviços como análise e gestão de portfólio, pesquisa e desenvolvimento de mobiliário, modelagem 3D, e pesquisas de validação com consumidores.
Sempre alinhado às principais marcas de previsões de tendências, o estúdio mantém presença ativa nas maiores feiras do setor moveleiro e segmentos adjacentes, garantindo que seus projetos estejam atualizados com as inovações do mercado.
