As exportações de móveis brasileiros vêm experimentando queda nos últimos meses do ano. Em setembro, o recuo foi de 11,1% comparado ao mês anterior, com a indústria moveleira nacional atingindo US$ 67,2 milhões no montante exportado no nono mês do ano. Em outubro, as exportações do setor voltaram a apresentar declínio, dessa vez de 2,9% frente a setembro, atingindo o montante de US$ 65,3 milhões.
A estabilização nas exportações brasileiras no setor frente aos desempenhos históricos nos anos anteriores, especialmente em 2021, contudo, não surpreende empresários e profissionais do mercado, segundo a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), que já esperavam um processo de reequilíbrio nos números a partir de 2022, mas ainda com margens satisfatórias para a indústria brasileira.
O saldo da balança comercial, por exemplo, permanece consideravelmente favorável para o setor moveleiro nacional em 2022, acumulando US$ 576,1 milhões nos dez primeiros meses do ano.
Importações e exportações de móveis
“A perspectiva é que em 2023 haja uma restabilização definitiva desses números, já sem o impacto das primeiras ondas da pandemia, que, aliás, volta a deixar o mercado global em alerta, é importante ressaltar. Porém, agora tendo que enfrentar inflação generalizada, aumento nos preços, bem como outras dificuldades relacionadas às cadeias de abastecimento mundiais e políticas locais que influenciam na expansão comercial e no acesso a diferentes mercados”, avalia o presidente da ABIMÓVEL, Irineu Munhoz.
Produção de móveis no Brasil
Os dados são da “Conjuntura de Móveis”, estudo mensal desenvolvido pelo IEMI – Inteligência de Mercado com exclusividade para a ABIMÓVEL, que revela, ainda, que após alcançar o melhor resultado do ano em agosto de 2022, a indústria brasileira de móveis e colchões experimentou retração na passagem para o mês de setembro, quando produziu 31,8 milhões de peças: desempenho 6,7% inferior ao do mês anterior.
Apesar do recuo na variação mês a mês, contudo, o acumulado no ano, que apresentava queda de 18,5% até agosto, passou para -17,9% entre janeiro e setembro de 2022, na comparação com igual período em 2021. Apontando, portanto, para uma desaceleração no ritmo de perdas durante este ano.
Nos últimos 12 meses, porém, o indicador manteve-se estável, com diminuição de 19,3% em volume produzido no período.
O consumo aparente de móveis e colchões no mercado interno foi de 30,6 milhões de peças em setembro. Número que representa um recuo de 7,4% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o indicador passou de -19,1% até agosto para -18,5% até setembro. A participação dos produtos importados sobre o consumo interno nacional foi de 2% em setembro, menor do que em agosto, quando foi de 2,3%.
De fato, o Brasil importou cerca de US$ 9,3 milhões em móveis e colchões em setembro de 2022. O que representa uma queda de 30,9% na comparação com o mês anterior. Já no mês seguinte, em outubro de 2022, as importações apresentaram alta de 5,4%, atingindo o montante de US $9,8 milhões.
Veja um resumo dos principais indicadores do setor moveleiro nos meses de setembro e outubro de 2022: