O novo mapa da exportação de móveis: oportunidades além dos mercados tradicionais

O novo mapa da exportação de móveis: oportunidades além dos mercados tradicionais

O novo mapa da exportação de móveis vem ganhando espaço nas estratégias da indústria brasileira, que já não se restringe apenas aos mercados tradicionais da Europa e dos Estados Unidos. Nos últimos anos, um movimento consistente de diversificação tem apontado para a América Latina, a Ásia e países específicos da Europa, regiões que demonstram interesse crescente em móveis com design diferenciado, preços acessíveis e identidade cultural. Essa reconfiguração abre um leque de oportunidades para empresas que buscam expandir sua presença internacional de forma sustentável.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), as exportações brasileiras de móveis somaram 837 milhões de dólares em 2023, com alta de 6% em relação ao ano anterior. O resultado confirma a relevância do Brasil no comércio global, mas também expõe os desafios que o setor enfrenta para se consolidar nos novos destinos. Custos logísticos, exigências regulatórias e variações cambiais seguem como barreiras, exigindo planejamento e inovação.

Ao longo desta matéria, faremos uma análise sobre os destinos que mais crescem, os benefícios de diversificação, os obstáculos a superar e as estratégias que a indústria pode adotar para manter competitividade.

  1. O novo mapa da exportação é uma tendência real no setor moveleiro?
  2. Quais são os principais mercados emergentes para os móveis brasileiros?
  3. Quais benefícios a diversificação internacional pode trazer às empresas?
  4. Quais desafios logísticos e regulatórios precisam ser enfrentados?
  5. Como a indústria pode se adaptar para manter competitividade e margem atualmente?

O novo mapa da exportação como tendência global

A busca por novos destinos tem se consolidado como estratégia no setor moveleiro. Além de Estados Unidos e Alemanha, que seguem como grandes compradores, mercados latino-americanos e europeus despontam com relevância. Segundo levantamento da ApexBrasil (2024), países como Chile e México registraram aumento superior a 10% nas importações de móveis brasileiros no último ano.

Celso Theisen, vice-presidente do Grupo K1, maior conglomerado moveleiro da América Latina, confirma esse cenário. Presente em mais de 45 países, a companhia aposta em mercados como Argentina, Chile, Inglaterra e França para fortalecer sua presença global.

Mercados emergentes no novo mapa da exportação

Na América Latina, a Argentina e o Chile surgem como destinos estratégicos para os móveis brasileiros. Além disso, o perfil do consumidor latino-americano, mais sensível ao preço e em busca de soluções funcionais, favorece o posicionamento da indústria nacional.

Já na Europa, Inglaterra e França têm demonstrado crescente demanda por móveis acessíveis e com design diferenciado. Portanto, esse movimento reflete a valorização de produtos que conciliam estética, durabilidade e praticidade. Para Celso Theisen, esse é justamente um diferencial da produção brasileira.

Benefícios da diversificação

A expansão para novos mercados garante mais do que crescimento em volume. A diversificação reduz riscos associados à dependência de poucos destinos, protegendo empresas de crises regionais. Além disso, amplia a visibilidade global do design brasileiro, reconhecido pela criatividade e pela capacidade de adaptação cultural.

Celso Theisen
De acordo com Celso Theisen, Vice-Presidente do Grupo K1, a diversificação reduz riscos e amplia oportunidades, fortalecendo a presença global da indústria moveleira brasileira.

Desafios a superar no novo mapa da exportação

Apesar das oportunidades, barreiras estruturais ainda travam a expansão. O custo Brasil, que envolve alta carga tributária, burocracia e fretes elevados, representa desafio importante. Além disso, normas técnicas e exigências regulatórias específicas de cada país obrigam adaptações de produto, embalagem e certificação, levantando a questão: o Brasil está pronto para atender o mundo?

O impacto da digitalização no novo mapa da exportação

A digitalização tornou-se peça-chave na expansão internacional. Plataformas digitais e marketplaces globais permitem que fabricantes brasileiros ampliem sua visibilidade sem depender apenas de feiras presenciais. Segundo a eMarketer (2023), as vendas globais de e-commerce B2B ultrapassaram 1,8 trilhão de dólares e devem manter ritmo de crescimento.

Como a indústria pode reagir?

Especialistas apontam três caminhos principais para adaptação: inovação em produto, fortalecimento de parcerias internacionais e investimento em tecnologia. Inovar é essencial para equilibrar custo e qualidade, mantendo a competitividade diante da concorrência asiática. Já as parcerias ajudam a superar barreiras culturais e logísticas.

O investimento em tecnologia e processos digitais completa o tripé estratégico. Inteligência de mercado, automação de processos e presença digital estruturada permitem reduzir custos e ampliar o alcance.

Perspectivas futuras do novo mapa da exportação

O futuro aponta para uma estratégia multipaíses e multicanal. O Brasil, com sua diversidade cultural e criativa, tem potencial para liderar em mercados emergentes. No entanto, será preciso investir em logística, sustentabilidade e eficiência produtiva para assegurar margens de lucro. Ao mesmo tempo, os desafios impostos por medidas como a tarifa de 50% dos EUA sobre móveis importados evidenciam a importância de ampliar destinos e fortalecer a diversificação.

Celso Theisen resume a visão do Grupo K1 para os próximos anos. “Com 30 anos de história, seguimos atentos às mudanças e oportunidades globais. Nosso objetivo é expandir mercados e proporcionar que todas as pessoas vivam no lar dos seus sonhos.” Além disso, a afirmação sintetiza o espírito do setor e reforça a importância da diversificação internacional. Assim, o Novo Mapa da Exportação representa tanto uma oportunidade quanto um convite à reinvenção.

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