Um bom planejamento depende de método, disciplina e envolvimento do time. Quando cada pessoa sabe o que precisa fazer na gestão, acompanha os resultados e participa das decisões, a execução se torna mais clara e os ajustes acontecem no tempo certo
Falando em planejamento, lembro imediatamente do livro .“Sonhe Grande” O planejamento nada mais é do que o caminho que se percorre para chegar ao destino desejado.
Mas como fazer isso, na prática? Como transformar planejamento em ações concretas, com metas claras e indicadores mensuráveis?
O papel, sabemos bem, aceita tudo, principalmente quando nós mesmos acreditamos que assim deve ser. Ouso dizer que talvez esse seja o maior desafio: criar, dentro da metodologia escolhida, o melhor planejamento possível.
Mas, então, surge a grande pergunta: quando não atingimos o resultado, onde está o erro? Foi na hora de idealizar, ao traçar o plano? Ou na execução, que falhou em transformar estratégia em realidade?
Nós, do setor moveleiro, muitas vezes somos tomados por um profundo senso de sentimento. Misturamos emoção com dados e, nesse processo, corremos o risco de nos perder.
Antes da pandemia, falava-se muito em horizontes de cinco ou três anos. Então, todos fomos surpreendidos e desafiados por um novo senso de urgência.
Hoje, convivemos com um cenário de transformação contínua: tecnologia cada vez mais presente no dia a dia, interferências macroeconômicas afetando diretamente a microeconomia, e tudo absolutamente interligado. O mundo mudou, o consumidor mudou, os prazos mudaram, e o planejamento, para continuar vivo, também precisa mudar.

Para isso, surgiu a necessidade de planejar com horizontes menores. Ouso dizer: olhar para três anos, planejar detalhadamente para um ano, e medir diariamente.
E como medir? A resposta vai muito além de relatórios ou dashboards. Exige uma cultura forte, onde todos, independente da hierarquia, estejam imbuídos dos mesmos objetivos, compreendam suas metas e se sintam parte do resultado.
Para que a execução seja muito mais fluida, é necessário que todos os dias, todas as semanas e todos os meses, se analisem os indicadores e se corrijam os rumos.
Para que a cultura realmente se consolide, é fundamental criar método. E, a partir do método, estabelecer um rito. Deve existir cadência na tomada de decisão e na análise dos resultados. Só assim o planejamento poderá efetivamente vingar e gerar transformação verdadeira.
E, com isso, vamos evoluindo nossa cultura, ainda muito familiar e pautada em “aprender com os erros”, para uma gestão cada vez mais profissionalizada, com decisões baseadas em dados.
Assim, seguimos em um mercado que se consolida rapidamente, onde as empresas que conseguirem se atualizar, que tiverem um planejamento estratégico bem estruturado e uma execução afinada, certamente estarão mais preparadas para este novo momento.

Escreveu essa coluna
Diego Simões Munhoz, que concluiu o ensino médio no Canadá, na Leboldus High School, é formado em Administração de Empresas pela Unopar (Universidade Norte do Paraná) e possui MBA em Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Munhoz iniciou sua trajetória ainda jovem na empresa da família, passando por diferentes áreas da indústria moveleira. Em 2009, liderou, ao lado de outros executivos, a construção de um planejamento robusto, que passou a ser revisado anualmente.
Em 2019, assumiu o cargo de CEO da Caemmun após um processo estruturado de sucessão familiar, que incluiu mentoria e implantação de práticas de governança corporativa. Também atua como sócio-administrador em empresas de diferentes segmentos.
