Que a carga inflacionária sobre o preço dos móveis em conjunto com diversos fatores complexos tanto na cadeia produtiva quanto na economia afastaram os consumidores das lojas, disso, todo mundo já sabe. Mas qual foi o real impacto nas vendas de móveis no varejo em 2022?
Bem, quando se trata exclusivamente das vendas de móveis no varejo, estas experimentaram uma queda de 11,1% em volume ao longo do ano passado (janeiro a dezembro), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi pior do que o esperado pelo mercado, que previa um recuo próximo a 6,5%.
Apenas uma entre as 12 unidades da Federação analisadas na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), apresentou resultado superior de vendas na comparação de 2022 com 2021: o estado de Goiás, com crescimento de 5,7% no acumulado de janeiro a dezembro. Entenda melhor o cenário na tabela abaixo:
Receita das vendas de móveis no varejo
Em receita, todavia, houve crescimento de 2,4% no ano. Desempenho que também ficou abaixo da expectativa do mercado, que era de 3,5%. Vale ressaltar, ainda, que o resultado positivo na variação foi puxado, sobretudo, justamente pela alta carga inflacionária, que acumulou aumento de 18,38% sobre os preços dos móveis no varejo nacional em 2022.
Balanço do varejo nacional em 2022
Para além das vendas de móveis no varejo, quando falamos da performance geral do comércio varejista brasileiro em 2022, o resultado também não foi animador.
Ao recuar 2,6% na passagem de novembro para dezembro — segunda queda consecutiva do setor, que no penúltimo mês do ano já havia caído 0,9% —, o varejo nacional encerrou o ano no campo positivo, com crescimento de 1%. O resultado, porém, representou a menor evolução desde 2016 (-6,2%).
Cinco das oito atividades pesquisadas fecharam o ano no campo positivo, embora a maior alta esteja acumulada no segmento de combustíveis e lubrificantes, +16,6%. O setor de hiper e supermercados, que é o de maior peso na pesquisa, por sua vez, está há dois meses no campo negativo, mas encerrou o ano com ganho acumulado de 1,4%.
Cinco segmentos recuaram neste indicador: Material de construção (-8,7%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-8,4%), Móveis e eletrodomésticos (-6,7%), Veículos e motos, partes e peças (-1,7%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,5%). No varejo ampliado, que inclui também os setores de veículos e material de construção, também houve perda no acumulado do ano (-0,6%).