Economia no Nordeste: como o setor moveleiro tem impulsionado a região?

Economia no nordeste

Com um cenário econômico promissor, o Nordeste se consolida como polo estratégico para a indústria moveleira no Brasil.

O setor moveleiro brasileiro segue em expansão, registrando uma alta de 8,9% em 2024, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Este crescimento, somado a economia no nordeste em ascensão, posiciona a região como um dos principais motores do desenvolvimento econômico nacional.

No primeiro trimestre de 2024, o índice de atividade econômica do Nordeste, IBCR-NE, registrou um aumento de 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando a média nacional de 1%, segundo o Banco Central do Brasil (Bacen). O setor moveleiro tem desempenhado um papel fundamental nesse avanço, com investimentos que promovem a geração de empregos e a movimentação econômica local.

Nesta matéria abordamos como o setor moveleiro têm impulsionado a economia no Nordeste, explorando os fatores que levaram ao seu crescimento, os impactos na diversificação econômica regional e na geração de empregos. Ainda mais:

  • Quais fatores têm impulsionado o crescimento do setor moveleiro no Nordeste?
  • O crescimento no setor é sustentável a longo prazo?
  • Como a indústria moveleira impacta a economia regional em geração de empregos e desenvolvimento de empresas atualmente?
  • Quais os desafios do setor no Nordeste em infraestrutura, logística e competitividade?
  • Afinal, por que o Nordeste se tornou uma peça-chave no mercado moveleiro nacional?
Economia no nordeste
De acordo com o relatório “Brasil Móveis 2024” do IEMI, a produção de móveis no Nordeste apresentou um crescimento de 7,1% em 2024, indicando uma recuperação significativa do setor.

Expansão do setor moveleiro: fatores de crescimento da Economia no Nordeste

O crescimento do setor moveleiro no Nordeste é resultado de uma combinação de fatores econômicos, sociais e estratégicos. A chegada de grandes indústrias, como a Essanto, especializada em móveis sob medida, e Natuzzi, com sua linha de estofados de couro de alta qualidade, demonstra o potencial da região. Adeilton Pereira, sócio-administrador da Essanto, explica que “estamos em sintonia com o desenvolvimento da região, contribuindo para a geração de empregos e projetando o Nordeste no cenário nacional e internacional.”

Adeilton Pereira
Para Adeilton Pereira, o Nordeste está em pleno desenvolvimento, e o setor moveleiro tem sido um motor desse crescimento.

O presidente do Baianão Móveis, Nei Bacetto, destaca que o Nordeste é um mercado promissor, com grande potencial agrícola e turístico, além de uma localização estratégica. “Com o sol o ano todo, recursos naturais abundantes e um mercado consumidor crescente, o Nordeste oferece condições únicas para a expansão da indústria moveleira.”. A diversificação da produção na região, especialmente em colchões e móveis planejados, também foi mencionada por Marcelo Villin Prado, do IEMI. De acordo com ele, o Nordeste, mesmo antes de 2023, já havia praticamente recuperado as perdas causadas pela pandemia, graças à menor dependência das grandes redes de varejo do Sul e Sudeste.

Economia no Nordeste e geração de empregos

O impacto do setor moveleiro vai além da produção. Entre 2019 e 2023, a geração de empregos no Nordeste cresceu 8%, com destaque para a indústria colchoeira, que adicionou 1,3 mil postos de trabalho. Segundo Prado, essa expansão é resultado de investimentos em infraestrutura produtiva e na proximidade dos mercados consumidores.

Apesar disso, os desafios permanecem. Mauricio Lassmann, presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia (Moveba), ressalta “A mão de obra qualificada ainda é um problema, principalmente em regiões onde a formação escolar básica é deficiente. Isso limita a competitividade da indústria.” A localização estratégica das empresas, próxima aos grandes mercados de Salvador, Recife e Fortaleza, permite otimizar a logística e reduzir custos. Contudo, o alto custo de transporte e a dependência de matérias-primas vindas de outras regiões do país ainda representam obstáculos.

Segundo Mauricio Lassmann, a geração de empregos no Nordeste cresceu 8% nos últimos cinco anos, destacando o impacto positivo do setor moveleiro na economia regional.

Desafios na economia e sustentabilidade da economia

A expansão do setor moveleiro no Nordeste levanta questões sobre sua sustentabilidade. A dependência de insumos de outras regiões e a carência de tecnologia avançada são pontos de atenção. “As máquinas mais sofisticadas, comuns no Sul e Sudeste, ainda são uma realidade distante para muitas indústrias do Nordeste,” afirma Lassmann. Além disso, a escassez de infraestrutura logística adequada para atender à demanda crescente pode comprometer o desempenho do setor no longo prazo. Segundo Bacetto, a instalação de plantas locais seria uma solução estratégica para reduzir custos e melhorar a eficiência. “Empresas que apostarem no Nordeste terão vantagens competitivas significativas,” completa.

A sustentabilidade econômica do setor também está diretamente ligada à diversificação de mercados e à redução da dependência de grandes redes varejistas. De acordo com Marcelo, a região Nordeste já demonstrou resiliência ao se recuperar mais rapidamente das perdas da pandemia, graças à menor dependência dessas redes. Contudo, ele destaca que há espaço para avanços: “O desempenho do Nordeste tem tudo para ser melhor do que a média brasileira, mas é fundamental superar barreiras como a logística e a qualificação de mão de obra para manter a competitividade.”

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Para Marcelo Prado, o fortalecimento do setor moveleiro no Nordeste exige modernização produtiva e estratégias eficazes para acessar mercados nacionais e internacionais.

Inovação e oportunidades para exportação

Apesar dos desafios, o Nordeste tem mostrado capacidade de inovar e competir no mercado internacional. Empresas como Tidelli, referência em design diferenciado, e Natuzzi, com exportações para os Estados Unidos e Oriente Médio, são exemplos de como a região pode se destacar globalmente.

Prado acredita que há espaço para crescimento, especialmente na exportação de móveis de madeira maciça e planejados. “O Nordeste ainda está aquém do seu potencial. Com investimentos certos, pode se tornar um player importante no mercado externo,” avalia. A busca por práticas sustentáveis também é um diferencial competitivo. Empresas como a Essanto têm investido em iniciativas que conciliam crescimento econômico com preservação ambiental. “Queremos mostrar que é possível crescer com responsabilidade, gerando impacto positivo na economia e no meio ambiente,” conclui Pereira.

Perspectivas para o futuro do setor moveleiro no Nordeste

Com o aquecimento da economia em 2024, o setor moveleiro no Nordeste está em posição de destaque. Contudo, manter o ritmo de crescimento dependerá de investimentos em infraestrutura, qualificação de mão de obra e adoção de tecnologias mais avançadas. Os entrevistados são unânimes ao afirmar que o Nordeste é uma região estratégica para o futuro da indústria moveleira no Brasil.

Nei Bacetto
De acordo com Nei Bacetto, futuro do setor moveleiro está no Nordeste. Com imenso potencial de crescimento e desenvolvimento sustentável a longo prazo.

Como Bacetto resume: “Quem chegar primeiro no Nordeste encontrará um mercado promissor, com um enorme potencial a ser explorado.”. Com desafios a superar, o setor moveleiro no Nordeste continua impulsionando a economia local, mostrando que a região pode liderar o crescimento econômico brasileiro nos próximos anos.

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