Na semana passada a gente compartilhou aqui na Plataforma Setor Moveleiro, as informações divulgadas pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (ABIMÓVEL) sobre a conjuntura geral do comércio exterior no Brasil. O conteúdo trazia especial foco aos mercados de maior relevância (positiva e negativa) em 2020 — caso ainda não tenha visto, é só clicar aqui. Agora, trazemos o panorama da exportação de móveis, bem como o valor do quilo exportado e as importações por estado no consolidado de janeiro a dezembro de 2020. Os dados fazem parte do relatório “Conjuntura de Móveis”, idealizado pela entidade em parceria com o IEMI – Inteligência de Mercado.
Exportação de móveis: Principais estados exportadores
Os estados da região Sul são os maiores exportadores de móveis do Brasil. Juntos, Santa Catarina (41,3%), Rio Grande do Sul (27,6%) e Paraná (14,9%) corresponderam a 83,9% das exportações brasileiras de móveis entre janeiro e dezembro de 2020. Apesar do número bastante expressivo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram queda no valor exportado frente ao mesmo período de 2019. O primeiro com redução de US$ 5,9 milhões e o segundo com queda de US$ 16,2 milhões nas vendas ao exterior durante o ano passado. O Paraná, em contrapartida, experimentou crescimento de US$ 2,3 milhões no mencionado período .
Em termos de crescimento na participação das exportações de móveis brasileiros, destaque para o Pará e para o Rio de Janeiro. Apesar de contarem com porcentagens ainda discretas — 0,2% e 0,3%, respectivamente —, o estado paraense apresentou evolução de 121,5% nas exportações nos 12 meses de 2020, enquanto a indústria moveleira carioca exportou 93,4% a mais no mesmo período comparado a 2019. Já em São Paulo, observou-se variação positiva de 8%, somando 12,1% de participação em 2020.
Valor do quilo exportado
“Para entender os números acima, é imprescindível compreender o movimento de queda no valor médio do quilo exportado”, ressalta a ABIMÓVEL. Segundo comunicado divulgado pela associação, entre os dez maiores exportadores brasileiros de móveis em 2020, esse movimento de queda só não foi observado nas exportações do Pará, que teve seus preços elevados em dólares por quilo: aumento de 3,10%, saltando de US$ 4,11 para US$ 4,24. Todos os demais estados registraram queda no preço médio em 2020, como é possível ver na tabela abaixo.
Ainda entre os dez maiores estados exportadores, a Bahia é a que responde pelo maior preço médio nas exportações de móveis e colchões do Brasil, com US$ 8,53 por quilo, quase cinco vezes maior que a média nacional. Confira:
Principais estados importadores
Segundo o relatório, ainda, o estado de São Paulo foi responsável por 37,4% das importações brasileiras de móveis e componentes para móveis no acumulado do ano passado. Apesar disso, houve queda de 6,7% na comparação do consolidado de 2019 para 2020. Em seguida aparece Santa Catarina com participação de 37%. O Rio de Janeiro vem na terceira posição, com participação de 8,3%. “Isso demonstra que mesmo num ano atípico, as indústrias importaram componentes, uma relação direta com o crescimento da produção industrial e do aquecimento do mercado interno”, segundo avaliação da ABIMÓVEL.
O destaque fica, portanto, para os estados da região Sudeste, que, juntos, foram responsáveis por cerca de 50,7% dos valores importados no acumulado do ano. Enquanto a região Sul foi responsável por 44,8%. Chegando, assim, a quase o número total das importações na indústria moveleira nacional em 2020.