Indicadores Comerciais: Informações confiáveis como base para ações assertivas no setor moveleiro

Projeções econômicas setor moveleiro

A gente já falou que o Grupo de WhatsApp Setor Moveleiro é um espaço riquíssimo para a troca de informação em tempo real sobre a cadeia madeira-móvel e tudo o que diz respeito à nossa área – de suprimentos passando pela economia até movimentos em ascensão em todo o mundo. Formado por membros que não só entendem, mas vivenciam o setor moveleiro no dia a dia, entre as diversas curiosidades e opiniões compartilhadas cotidianamente por lá, nesta semana nos chamou a atenção a análise realizada por Laércio Comar, CEO da ADDE – Indicadores Comerciais, acerca dos dados apurados pela instituição junto às indústrias moveleiras filiadas a eles.

Inadimplência

Segundo os números divulgados, a inadimplência continua em queda no setor, mesmo com o aumento do “valor a receber”. Os valores em atraso também tiveram diminuição. Números que, entre outras várias situações, puxaram o aumento do faturamento da indústria moveleira em junho de 2020. O semestre, de acordo com a ADDE, acumula crescimento de faturamento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado. “O percentual de pedidos em aberto está bem alto, refletindo o que todos percebem com carteira de 30 a 60 dias para entrega”, complementa Comar.

Crescimento de Faturamento

O percentual de perda da carteira de clientes, por sua vez, foi de 4,1% no mês. “A diminuição deste índice deve ser alvo das áreas comerciais, pois além de indicar quantos clientes estamos perdendo todo mês, afeta consideravelmente o faturamento acumulado no futuro”, explica mais uma vez o CEO da ADDE. “Esta ‘perda’ de cliente tende a agravar em momentos como agora onde a venda está aquecida, pois tendemos a não perceber essa evasão até que seja tarde demais.”

Percentual de perda de carteira de clientes

Chamou atenção, ainda, a contínua queda no índice de concentração de venda nas grandes redes entre essas empresas. O que, segundo a análise realizada por Comar, indica claramente uma maior pulverização das vendas. O especialista compartilha, ainda, um cálculo para tentar encontrar um índice de “perda” dos recebíveis na indústria moveleira, que indica uma média de 1% sobre o faturamento mensal. “Penso que se trata de um índice muito alto, impactando nos custos das empresas.”

Laércio Comar continua: “É importante destacar que grande parte destas perdas não são clientes novos. E, sim, lojas que pagaram em dia, mas que por algum motivo entraram em insolvência. Normalmente começaram a atrasar para algum fornecedor e em um determinado momento já não conseguiram honrar os débitos. Digo isso, porque se quisermos diminuir esta perda nas indústrias, e certamente precisamos diminuir, teremos que acompanhar o comportamento dos lojistas, inclusive com nossos concorrentes. E isto inevitavelmente envolve mais tempo gasto na análise de crédito. Mas, convenhamos, 1% pago em atraso faz parte do negócio, já 1% do faturamento de perda é muito!”

Questionado por Aurélio Sant’Anna, presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Estado do Paraná, o Simov, se os números positivos de inadimplência em junho indicavam estabilidade dos clientes, prudência diante do cenário difícil ou outro comportamento? Comar explica que a maioria das empresas teve que readequar seu fluxo de caixa quando suspenderam atividade em março, mas de forma geral tem boa situação financeira e apenas se readequou.

“Particularmente, eu vejo que a parcela que sempre está com fluxo em descompasso gira em torno de 10%. É a parcela do mercado que ‘atrasa, mas paga’. Dentro deste grupo há outros 10% que acabam por não conseguir vencer os problemas e ficam inadimplentes indefinidamente”, comenta. Tal avaliação indica que o percentual de perda (parcela de faturamento não recebida de 12 a 18 meses após faturado) na indústria moveleira varia de 0,5% a 1% do faturamento perdido. O desafio é saber quais serão essas empresas no futuro.

E você, moveleiro, compartilha desses números? Como está a situação do seu negócio? Que tal continuarmos a discussão e buscarmos soluções em nosso Grupo no WhatsApp? Nos encontramos lá!

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