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Móveis para crianças: o impacto das normas de segurança no design e na produção

Móveis para crianças

A segurança infantil é uma prioridade inegociável na fabricação de móveis para crianças. Para garantir que os produtos não apresentem riscos aos pequenos, fabricantes de todo o mundo precisam seguir normas rígidas, que variam entre diferentes regiões e países. No Brasil, normas estabelecidas por órgãos como o INMETRO são responsáveis por definir padrões de segurança obrigatórios para diversos itens. Porém, cumprir essas regulamentações é apenas uma parte do processo. As empresas também precisam equilibrar as exigências legais com aspectos estéticos, funcionais e financeiros para se manterem competitivas no mercado.

Nesta matéria, vamos discutir como essas regulamentações afetam o design e a produção de móveis infantis, os principais desafios enfrentados pelas empresas do setor e como elas estão lidando com essas exigências. Você verá também como as normas de segurança podem abrir espaço para inovações, contribuindo para a criação de produtos mais seguros e atraentes. Ainda mais:

  • Como as regulamentações de segurança variam entre países e impactam a produção global?
  • Quais são os maiores desafios na adequação às normas de móveis infantis atualmente?
  • De que forma as normas influenciam a escolha de materiais?
  • Como o design se adapta para cumprir as regulamentações sem comprometer a funcionalidade?
  • Afinal, as normas de segurança podem ser vistas como uma oportunidade de inovação?

A influência das normas de segurança no mercado de móveis para crianças

As normas de segurança em móveis infantis têm o objetivo de garantir que os produtos sejam adequados para o uso diário sem colocar as crianças em risco. No Brasil, por exemplo, a portaria 143/2021 do INMETRO, que regulamenta a fabricação de berços, é de cumprimento obrigatório. “Ela impõe uma série de requisitos rigorosos que os fabricantes precisam seguir para que seus produtos possam ser comercializados”, explica Daniel Carazai, engenheiro e especialista em certificação.

No entanto, ele destaca que essas regulamentações podem variar de um mercado para outro. “Nos Estados Unidos, as exigências são regidas por normas como a ASTM F1169, enquanto na Europa segue-se a EN 716. Cada país possui suas próprias especificidades, e isso impõe desafios para os fabricantes que desejam atuar em mais de uma região”, diz. Essas variações obrigam as empresas a adaptarem seus produtos e processos de produção para se manterem competitivas em mercados globais.

Embora a conformidade com as normas seja vista como um desafio, ela também proporciona benefícios importantes, como a garantia de que os produtos atendem aos mais altos padrões de qualidade. Isso pode, inclusive, se tornar um diferencial competitivo no setor.

móveis para crianças
De acordo com uma pesquisa da Safe Kids Worldwide, acidentes relacionados a móveis não seguros causam mais de 42.000 atendimentos de emergência por ano nos EUA. Esse número destaca a importância de normas rigorosas para a segurança infantil.

Principais desafios para a conformidade com as normas de móveis infantis

A adequação às normas de segurança para móveis infantis não é uma tarefa simples. Os fabricantes precisam conhecer profundamente as regulamentações e integrá-las ao design e à produção desde o início do desenvolvimento dos produtos. “Um dos maiores desafios é entender as particularidades de cada norma para cada tipo de produto, como berços, cadeiras e mesas”, comenta Carazai.

Os fabricantes também precisam ajustar o processo de produção para atender aos padrões exigidos. Dimensões e acabamentos, por exemplo, precisam estar de acordo com os limites estabelecidos pelas normas, o que requer precisão na fabricação. No caso dos berços, os espaçamentos entre as grades são críticos para evitar riscos de aprisionamento, o que exige atenção constante. “Pequenas variações podem comprometer a conformidade do produto e colocar a segurança em risco”, alerta o engenheiro.

Outro obstáculo é o custo associado à implementação e manutenção dos processos de controle de qualidade, além dos testes necessários para garantir a segurança dos produtos. Esses custos podem ser desafiadores, especialmente para pequenas e médias empresas, que precisam equilibrar o orçamento sem comprometer a qualidade ou a segurança dos móveis infantis.

A escolha dos materiais e a influência das normas de segurança

Além de impactarem o design, as normas de segurança também exercem uma forte influência na escolha dos materiais utilizados na fabricação de móveis para crianças. Para que os produtos passem nos testes de resistência e durabilidade, é necessário utilizar materiais que atendam aos requisitos de segurança estabelecidos por leis e normas técnicas. Isso inclui desde a seleção de madeiras e plásticos até a escolha de tintas e acabamentos que sejam atóxicos.

“As regulamentações estabelecem padrões de toxicidade para garantir que as crianças não sejam expostas a substâncias nocivas, o que limita as opções de materiais”, explica Carazai. Ele enfatiza que os fabricantes devem trabalhar com fornecedores certificados, garantindo que os insumos estejam em conformidade com normas de qualidade, como a ISO 9001.

Por outro lado, essas exigências também podem impulsionar o uso de materiais inovadores e sustentáveis. O mercado tem se voltado cada vez mais para o uso de recursos que são tanto seguros para as crianças quanto responsáveis do ponto de vista ambiental, o que pode ser uma oportunidade para as empresas que desejam se destacar nesse nicho.

Daniel Carazai
De acordo com Daniel Carazai, os materiais usados na fabricação de móveis infantis precisam passar por rigorosos testes. Seja de toxicidade ou durabilidade, tudo para garantir a segurança das crianças. Além disso, claro, atender a normas certificadas.

Como o design de móveis para crianças se adapta às normas de segurança

Embora as normas de segurança sejam essenciais para garantir a proteção dos pequenos, elas não precisam limitar a criatividade dos designers. Na verdade, essas regulamentações podem servir como um guia para criar produtos que sejam, ao mesmo tempo, funcionais e esteticamente atraentes. Segundo Carazai, “as normas fornecem parâmetros para assegurar que os móveis sejam seguros, mas ainda permitem uma margem considerável para a inovação”.

Por exemplo, os designers devem projetar mesas e cadeiras infantis com bordas não afiadas para evitar lesões. Nos berços, eles precisam calcular cuidadosamente o espaçamento entre as grades para impedir que a criança fique presa. “Esses aspectos técnicos devem ser considerados desde o início do processo de design para que a segurança não seja comprometida”, comenta o especialista.

Carazai destaca que seguir corretamente as normas de segurança pode aumentar a durabilidade dos produtos, pois os fabricantes os projetam para suportar o uso intenso e prolongado. “Ao focar na segurança, os designers conseguem criar móveis mais robustos e resistentes, o que também agrada os consumidores que buscam produtos de qualidade superior.”

Inovação através das normas de segurança: uma oportunidade para a indústria de móveis para crianças

As empresas não precisam encarar o cumprimento das regulamentações de segurança apenas como uma obrigação. Na realidade, isso pode abrir caminho para novas oportunidades de inovação no setor moveleiro. Empresas que desenvolvem produtos que atendem ou superam as exigências de segurança frequentemente se destacam no mercado, conquistando a confiança dos consumidores.

“O respeito às normas de segurança pode ser um diferencial competitivo para as marcas. Principalmente em um mercado onde os pais estão cada vez mais atentos à qualidade e segurança dos produtos para seus filhos”, observa Carazai. Além disso, o cumprimento dessas regulamentações também incentiva o uso de materiais mais modernos e técnicas de produção que minimizam riscos, beneficiando tanto os fabricantes quanto os consumidores.

Em suma, as normas de segurança, longe de restringirem o desenvolvimento criativo, podem ser vistas como um ponto de partida para a inovação. Elas garantem que os móveis para crianças sejam projetados com o mais alto nível de cuidado, permitindo que a indústria crie produtos que são, ao mesmo tempo, seguros, funcionais e visualmente atraentes.

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