A importância da normalização no setor mobiliário

A importância da normalização no setor mobiliário

A produção de móveis precisa acompanhar tanto as demandas do consumidor quanto as mudanças do mercado. Por isso, a normalização técnica não pode ficar para trás. A Norma de Móveis para Cozinha, publicada em 2005, passou por uma revisão importante para refletir melhor a realidade da indústria. A atualização, nesse caso, busca alinhar os critérios técnicos ao que já vem sendo feito, levando em conta materiais, processos e padrões internacionais. Leia a coluna para saber mais!

Dando continuidade às informações sobre as normas do setor moveleiro, abordaremos, nesta publicação, os aspectos da revisão da Norma de Móveis para Cozinha (ABNT NBR 14033Móveis para Cozinha), publicada em 2005.

Essa norma foi uma das referências iniciais para a elaboração da Norma de Guarda-Roupas, o que evidenciou ainda mais a necessidade de sua revisão. Parte da norma de Móveis para Cozinha teve como base a mesma Norma ISO 7170, que, posteriormente, se tornou a referência principal da Norma de Guarda-Roupas

Assim, para manter a mesma abordagem adotada na Norma de Guarda-Roupas, optou-se por revisar, também, a norma de móveis para cozinha, considerando a necessidade de internacionalização das normas e a semelhança entre essas duas categorias de produtos, desde matérias-primas e ferragens até aspectos construtivos e processos de fabricação.

A importância da normalização no setor mobiliário

Conforme descrito em seu objetivo, a Norma ABNT NBR 14033 padronizava as dimensões dos móveis para cozinha e estabelecia requisitos de segurança, além de métodos de ensaio para avaliar a estabilidade, resistência e durabilidade, aplicáveis a todos os tipos de móveis para cozinha, independentemente do material utilizado.  

No entanto, para se alinhar à Norma de Referência ISO 7170 e considerando argumentos comerciais relevantes, como a premissa de que uma norma não deve limitar consumidores que desejam móveis adaptados ao tamanho de sua cozinha ou ao seu poder aquisitivo, a Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha decidiu eliminar todos os requisitos dimensionais. 

Também foram removidos os requisitos sobre acabamento superficial, pois estes não afetam as propriedades físico-mecânicas como a durabilidade, resistência e a estabilidade do produto.

A Comissão de Estudos decidiu remover, também, a menção à aplicabilidade desta norma aos móveis para portadores de necessidades especiais, devido à ausência de definições e normas de referência sobre o tema.

A importância da Norma de Móveis para Cozinha para o setor

Outros requisitos relativos à qualidade de substratos metálicos ou à utilização de vidros foram transferidos para anexos específicos, dada à importância de critérios como resistência à corrosão em móveis de aço.  

Quanto ao uso de vidros, suscetíveis a impactos, a norma incorporou instruções básicas de segurança para evitar fraturas e garantir que, em caso de quebra, não ocorram acidentes causados por partes pontiagudas.

Essa publicação, que é a oitava, encerra a série que tratou sobre o processo de elaboração de Normas ABNT do setor mobiliário como guarda-roupas, sofás, mobiliário para cozinha e cadeiras de uso corporativo e algumas das suas nuances. 

Porém, o Projeto de Normalização do Setor Mobiliário segue com o apoio da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e deverá prosseguir com tradução da Norma ISO 7170, que poderá englobar demais produtos destinados a armazenamento, como armários multiuso, cômodas, mesas de cabeceira, entre outros tipos de mobiliários de armazenamento.

A importância da Norma de Móveis para Cozinha para o setor

Escreveu esse artigo

Jorge M. Kawasaki, que é engenheiro e mestre em engenharia de materiais. 

Tem experiência em desenvolvimento de novos produtos em vários segmentos industriais, incluindo autopeças (velas de ignição), aeronáutica (mobiliário da aviação executiva), florestal (certificação FSC na Amazônia Oriental) e madeira e mobiliário (Instituto Senai de Tecnologia), entre outros.

Atualmente, é colaborador da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), responsável pelo desenvolvimento do Projeto de Normalização de Móveis.

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