Queda na produção de móveis em agosto intensifica desaceleração na indústria, de acordo com o IBGE

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Mais uma baixa na produção de móveis em agosto de 2022. É o que indicam os resultados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), publicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

De acordo com os métodos e critérios utilizados pelos pesquisadores para medir o volume de peças produzidas pela indústria moveleira nacional, no oitavo mês do ano houve queda de 1,1% frente a julho (quando já havia decaído 5,4% em relação ao mês imediatamente anterior).  

Ao compararmos com o produzido em agosto de 2021, um ano importante para o setor moveleiro nacional, o recuo é ainda maior: -13,8%.

Resultados, portanto, que intensificam a desaceleração da indústria brasileira de móveis após anos aquecidos. Dessa forma, no acumulado de 2022, a produção de móveis é de -18,5% comparada a igual período do ano anterior, a menor entre as atividades industriais. Além de se mostrar muito aquém da média geral da indústria, que acumula queda de -1,3% no ano. 

No acumulado dos últimos 12 meses, a produção de móveis apresentou queda de 20%, mais uma vez se configurando como a menor entre as atividades industriais em agosto. 

Produção de móveis e cenário econômico no Brasil

Para Bernardo Almeida, analista responsável pela PIM Regional, alguns fatores econômicos que explicam a queda na indústria brasileira, aplicando-se a produção de móveis, com impacto negativo sobre a média nacional na última pesquisa, são: “Do lado da oferta, o encarecimento das matérias-primas e desabastecimento de insumos em alguns setores, que influenciam diretamente a cadeia produtiva. Já do lado da demanda, temos o aumento dos juros, encarecendo o crédito e diminuindo os investimentos na indústria nacional, a inflação elevada, que por mais que tenha desacelerado, ainda está em um patamar alto, o que reduz o poder de compra das famílias”.

Ainda segundo Almeida, apesar da redução no desemprego, a remuneração não é alta, o que também impacta nos resultados das indústrias. “O rendimento médio está em um patamar baixo. O desemprego vem caindo, mas as ocupações são de baixo nível de remuneração. Isso impacta no consumo das famílias e gera impactos sobre a cadeia produtiva”, aponta. 

Indústria brasileira

Em agosto de 2022, a produção industrial nacional caiu 0,6% frente a julho, na série com ajuste sazonal, eliminando o avanço de 0,6% do mês anterior. Frente a agosto de 2021, na série sem ajuste, a indústria cresceu 2,8%, após recuar em junho (-0,4%) e julho (-0,4%). No ano, a indústria acumula queda de 1,3% e, em 12 meses, queda de 2,7%.

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