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Retomada da indústria moveleira nos últimos 12 meses

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Chegar ao fim do primeiro semestre de 2021 e olhar para trás, buscando compreender as mudanças que ocorreram na indústria moveleira e na economia nacional nos últimos 12 meses, é não só um exercício para a memória, mas uma lição para o futuro de toda a cadeia produtiva madeira e móvel.

O que num primeiro momento exigiu a parada de fábricas e do varejo físico, além de inibir o consumo ao redor do País, o isolamento social trouxe também uma mudança significativa no comportamento e nos hábitos de compra do brasileiro. Nesse sentido, dois pontos em especial colaboraram para esta transformação, segundo aponta a Impress Decor Brasil em balanço semestral divulgado pela empresa.

Primeiro, as restrições físicas trouxeram atividades típicas do mundo externo, como trabalhar, estudar, se exercitar, entre outras, para dentro de nossos lares, o que pediu por uma readequação dos espaços domésticos. Depois, com os gastos das famílias antes comprometidos com lazer, viagens etc., passando a se voltar para a casa, a compra de móveis tornou-se uma das prioridades no Brasil e no mundo a partir de junho de 2020. O que, claro, atingiu e continua atingindo todos os elos da cadeia moveleira.

Produção industrial e impactos na cadeia moveleira

Mesmo com a indústria de móveis fechando 2020 com uma queda de 3,8% no acumulado do ano em comparação com 2019, então, os números do segundo semestre impressionam. Para se ter uma ideia, a queda na produção de móveis chegou a cerca de 60% durante os meses de acirramento da primeira onda da pandemia no Brasil. Nesse cenário de perdas abruptas, a escalada de recuperação não só restabeleceu quase todo o volume perdido na primeira metade do ano, como também colocou o setor de volta no rumo do crescimento.

Segundo a última Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o panorama continua bastante otimista para a indústria moveleira, que acumula resultados positivos em todas as variações do estudo (base mais recente): +42,5% em maio de 2021 em relação a igual mês de 2020; +29,4% de janeiro a maio de 2021 na comparação com igual período do ano passado; e +15,1% nos últimos 12 meses, ou seja, de maio de 2020 a maio de 2021. Veja tabela abaixo:

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Indústria moveleira: processo de retomada e projeções

Não foi de surpreender, porém, que a explosão no consumo de móveis tenha gerado desequilíbrio na cadeia produtiva. Exigindo, assim, agilidade no reposicionamento das equipes e das operações para atendimento da nova demanda que se estabelecia.

Como é de conhecimento, a procura aquecida no varejo pegou muitas indústrias de móveis e colchões sem estoque tanto de produtos acabados quanto de materiais para produção. O que somado ao aumento abusivo no valor do frete internacional e à variação cambial desfavorável para importação no Brasil, deu início a uma severa escassez e super-precificação de matérias-primas e outros insumos essenciais para a fabricação de móveis.

A crise no abastecimento afetou a diversos segmentos, com alguns enfrentando aumentos que ultrapassaram 200%, como no caso do aço. Questões que se estenderam por 2021, com demanda represada, prazos muito longos na entrega e aumento nos preços para o consumidor final.

Na busca por solucionar ou ao menos minimizar este problema, a ABIMÓVEL vem estreitando seu relacionamento com entidades representativas de setores produtivos essenciais para a manutenção de nossa indústria, tal qual o Instituto Aço Brasil, entidade que representa empresas brasileiras produtoras de aço. Articulando, então, acordos com os associados para que se consiga chegar a um ponto comum entre as partes.

O objetivo é encontrar recursos que possibilitem maior fluidez no fornecimento da matéria-prima e seus derivados às fábricas de móveis, praticando-se preços mais compatíveis com o mercado e, consequentemente, regularizando a produção para que seja possível evitar paradas nas fábricas, o desligamento de funcionários e o não atendimento do consumo por falta de insumo, como infelizmente já vimos acontecer no período.

Retomada e projeções

Os resultados dessa reestabilização parecem começar a aparecer, com os números do varejo em maio voltando a demonstrar aquecimento no setor de móveis ao subir pelo segundo mês consecutivo. Em abril deste ano, inclusive, a venda de móveis alcançou o maior patamar para o mês desde o ano 2000. Isso, após uma queda em março. Dessa forma, no acumulado de janeiro a maio, o crescimento foi de 21,8% sobre igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o resultado é ainda maior: +24,1%.

“Tendências como a do trabalho remoto, ainda, com 74% das empresas no Brasil devendo adotar o home office de forma definitiva em diversas áreas, além do boom na formalização de microempreendedores individuais [MEI] no último ano, também deverão contribuir para manutenção do aquecimento nas vendas no setor”, compartilha a Impress em comunicado para a imprensa e parceiros de negócios. “Com cada vez mais brasileiros passando a adotar o ambiente residencial como um espaço multifuncional, portanto, entende-se que o consumo de móveis e artigos para casa continuará aquecido, assim como na arquitetura e na construção civil”, finaliza a fornecedora de superfícies decorativas.

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