Muito além da estética, a cor é linguagem. No universo do design de móveis, ela ocupa um papel central na forma como os consumidores percebem os ambientes, experimentam sensações e tomam decisões de compra. A neurociência e o marketing já comprovaram que as cores afetam diretamente o estado emocional das pessoas — o que se traduz em impacto direto nas escolhas de produtos. Um estudo clássico conduzido pela Universidade de Winnipeg (Canadá) aponta que até 90% das decisões de compra são influenciadas pela cor do produto (Impact of Color on Marketing, Satyendra Singh, 2006 – ResearchGate). Embora o dado já seja amplamente difundido, ele continua sendo referenciado em análises contemporâneas sobre comportamento do consumidor.
A cor como fator estratégico no consumo de móveis
Além disso, uma pesquisa mais recente da Adobe Creative Trends 2023 revelou que o uso de cores evocativas e personalizadas está entre os cinco principais fatores que influenciam a percepção de valor de um produto no segmento de design de interiores. De acordo com o relatório, os consumidores estão cada vez mais inclinados a adquirir móveis que expressem sua personalidade, valores e estado de espírito. Nesse contexto, a paleta de cores torna-se tão estratégica quanto os materiais e a funcionalidade. No Brasil, onde a diversidade cultural e climática proporciona uma relação afetiva intensa com as cores, o tema ganha ainda mais relevância. Entender a influência das cores no design de móveis não é apenas uma questão de tendência: é uma necessidade para marcas e indústrias que desejam permanecer competitivas e emocionalmente conectadas com o seu público.
Nesta reportagem, você vai entender como as cores impactam o bem-estar e a decisão de compra do consumidor, quais são as tendências mais relevantes para os próximos anos e de que forma a indústria pode se adaptar. Ainda mais:
- Como a escolha das cores nos móveis pode impactar a percepção e o bem-estar dos consumidores?
- Quais são as principais tendências de cores no design de móveis e como elas dialogam com diferentes estilos de decoração?
- Como produtos como o MDP Perffect Colors ampliam as possibilidades no design de interiores?
- Afinal, a personalização de cores nos móveis é uma nova tendência? Como a indústria pode acompanhar?
- Quais os benefícios e desafios de adotar estratégias de cor no design de móveis atualmente?
Cor é sentimento: a influência no bem-estar e na percepção
A escolha das cores no design de móveis afeta diretamente como o consumidor percebe os espaços em que vive. De acordo com Andrea Krause, consultora de Marketing e Inovação da Eucatex, as cores provocam reações emocionais e traduzem comportamentos. “Elas refletem identidade, memória afetiva e estado de espírito. Quando conectadas com o momento de vida do consumidor, geram bem-estar e sensação de pertencimento”, afirma. Essa percepção encontra respaldo em estudos de psicologia do consumo. A Universidade de Loyola, em Maryland (EUA), por exemplo, constatou que o uso eficaz das cores pode aumentar o reconhecimento de marca em até 80%. Com isso, percebe-se que a cor não apenas comunica, mas também fortalece o vínculo emocional com o produto e influencia sua aceitação no ponto de venda.
Quatro tendências que traduzem comportamento em paleta
Mais do que modismos, as tendências de cores no design de móveis dialogam com formas de habitar e estilos de vida. Andrea destaca que, para os anos de 2025 e 2026, a Eucatex mapeou quatro grandes tendências criativas. A primeira, chamada Tropicalismo Vivo, aproxima o consumidor da natureza com tons de verde e elementos biofílicos. A segunda, Horizontes Sensoriais, traz tons neutros e industriais para espaços compactos e minimalistas. As demais tendências refletem mudanças de comportamento e visão de mundo. A Cubocasa aposta em suavidade visual e nostalgia, utilizando tons pastel e neutros que desaceleram o olhar e valorizam objetos afetivos. Já Laços Naturais prioriza tons terrosos e materiais orgânicos para comunicar valores ligados à sustentabilidade e ao reuso. “Cada uma dessas tendências influencia diretamente o desenvolvimento do nosso portfólio de padrões de madeira e revestimentos”, explica Andrea.

MDP Perffect Colors: mais eficiência com possibilidades estéticas
Com a crescente pressão por produtividade e, ao mesmo tempo, a necessidade de oferecer variedade, a indústria moveleira precisa investir em soluções práticas. Nesse sentido, o MDP Perffect Colors, da Eucatex, atende plenamente essa demanda ao reunir design, funcionalidade e eficiência industrial. “É um painel já revestido que simplifica a produção, sem abrir mão da variedade estética”, explica Andrea. Além disso, ele oferece uma gama de cores versátil, que inclui tons como bege, cinza, cacau e grafite.
Ao unir acabamento sofisticado com agilidade de produção, o produto amplia significativamente as possibilidades para designers e fabricantes. “Com ele, conseguimos atender diferentes perfis de consumidores e propostas de decoração”, reforça. Dessa forma, o revestimento direto no painel elimina etapas produtivas, o que, por consequência, torna o processo mais sustentável e competitivo — um ponto cada vez mais crucial no cenário atual.
Personalização em alta: cor como expressão individual
Com o acesso a referências globais por meio de redes sociais, os consumidores têm clareza sobre o que desejam. E mais do que encontrar móveis funcionais, eles buscam peças que se adaptem à sua estética pessoal. “A personalização é uma demanda crescente e representa uma nova forma de consumo. As pessoas querem se ver representadas nos móveis que escolhem”, destaca Andrea. Para atender essa tendência, a Eucatex investe em estudos de comportamento e jornadas de compra. A empresa também participa de feiras internacionais e mantém parcerias com designers para captar, de forma antecipada, as mudanças nas preferências dos consumidores. De acordo com o relatório da WGSN (Interior Design Futures 2023), 72% dos consumidores jovens valorizam a possibilidade de adaptar cores e acabamentos à sua identidade. Ou seja, a cor tornou-se parte essencial da experiência.
Desafios da indústria: agilidade, coerência e atualização constante
Embora o uso das cores traga inúmeras vantagens, ele também exige preparo consistente por parte da indústria. Afinal, é necessário entender que o gosto do consumidor é mutável e, além disso, altamente influenciado por fatores externos, como tendências sociais e contextos econômicos. Portanto, apostar em paletas desatualizadas pode comprometer não apenas a atratividade de um produto, mas também sua aceitação no mercado.
Por isso, o grande desafio está em manter um portfólio coerente e, ao mesmo tempo, constantemente atualizado. Para isso, são indispensáveis o investimento contínuo em inovação, a flexibilidade produtiva e o monitoramento atento das transformações do setor. “Inovar com cores não é sobre seguir modas, mas sobre entender o momento do consumidor e entregar algo que faça sentido para ele”, afirma Andrea. Nesse cenário dinâmico, a integração entre áreas técnicas e criativas torna-se determinante para alcançar resultados relevantes e duradouros.
Quando cor vira linguagem e diferencial
Ao longo dos últimos anos, a cor deixou de ser apenas um complemento visual para se tornar uma linguagem no design de móveis. Ela comunica valores, reforça identidades e cria conexões afetivas. No cenário atual, essa tendência ganha ainda mais força, especialmente com consumidores que buscam bem-estar, personalização e propósito. Para a indústria moveleira, o caminho está na escuta ativa, no investimento em soluções tecnológicas e na capacidade de traduzir tendências em produtos com sentido. Como resume Andrea Krause, “as cores falam com a alma — e é com ela que os consumidores escolhem seus móveis”. Nesse contexto, o design cromático se firma como um dos pilares da inovação no setor.