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Mão de obra, custos e juros: saiba mais sobre os principais desafios do setor moveleiro em 2025

Mão de obra, custos e juros: saiba mais sobre os principais desafios do setor moveleiro em 2025

O setor moveleiro começou o ano sob o impacto de fatores que continuam a pressionar a atividade industrial. Pesquisas recentes mostram que, para grande parte das empresas, o desempenho do primeiro quadrimestre ficou abaixo do esperado. Em meio à dificuldade de encontrar mão de obra, ao aumento de custos e à manutenção de juros altos, os gestores buscam caminhos para manter a operação, ajustar estratégias e garantir competitividade. Leia o artigo e saiba mais!

Uma pesquisa recente realizada pela Plataforma Setor Moveleiro entre 28 e 30 de abril de 2025, com 101 respondentes majoritariamente da indústria (62,4%), fornecedores (22,8%) e lojistas (5,8%) oferece um panorama detalhado do atual momento e das perspectivas para o mercado de móveis B2B. Os resultados pintam um quadro de desafios significativos, mas também de busca por resiliência e estratégias adaptativas.

Mão de obra, custos e juros: saiba mais sobre os principais desafios do setor moveleiro em 2025
Os resultados da enquete realizada pela Plataforma Setor Moveleiro apresentam um quadro de desafios significativos, mas também de busca por resiliência e estratégias adaptativas

Desempenho do setor moveleiro no primeiro quadrimestre: um cenário misto

O início de 2025 não foi uniforme para todos. Enquanto 42,6% das empresas reportaram um desempenho dentro das expectativas no primeiro quadrimestre, uma parcela maior, 44,6%, ficou abaixo do esperado. Enquanto isso, apenas 12,9% superaram suas metas. 

Assim, o resultado misto sugere um ambiente de negócios complexo, onde fatores como segmento de atuação (móveis seriados representam 59,2% dos fabricantes respondentes), localização (Sul e Sudeste concentram a maioria dos respondentes) e capacidade de gestão influenciaram os resultados individuais.

Mão de obra, custos e juros: saiba mais sobre os principais desafios do mercado de móveis em 2025
Enquanto 42,6% das empresas reportaram um desempenho dentro das expectativas no primeiro quadrimestre, uma parcela maior, 44,6%, ficou abaixo do esperado

Estratégias de preços: a cautela predomina

Diante de um cenário de custos pressionados, a maioria das empresas (51,5%) optou por manter seus preços no primeiro quadrimestre. 

No entanto, uma parcela significativa (38,6%) realizou aumentos, refletindo a necessidade de repassar custos crescentes. Apenas 9,9% conseguiram ou precisaram baixar preços:

  • Fornecedores: a maior parte aplicou reajustes, com 28,6% ajustando entre 4,1% e 6,0% e 17,9% entre 0,1% e 2,0%;
  • Fabricantes (Painéis): houve maior dispersão, mas 17% reajustaram entre 0,1% e 2,0%, e grupos de 10,6% aplicaram reajustes nas faixas de 2,1-4,0%, 4,1-6,0% e 6,1-8,0%;
  • Fabricantes (Estofados): a faixa de 4,1% a 6,0% foi a mais comum (33,3%), seguida por 6,1% a 8,0% (20%);
  • Fabricantes (Colchões): Os reajustes foram variados, com 33,3% aplicando acima de 10%;
  • Lojistas: a maioria (41,7%) não aplicou reajuste ou aplicou na faixa de 0,1% a 2,0%.

Essa dinâmica de preços evidencia a tensão entre a necessidade de cobrir custos e o receio de perder competitividade em um mercado sensível.

Diante de um cenário de custos pressionados, a maioria das empresas (51,5%) optou por manter seus preços no primeiro quadrimestre

Perspectivas econômicas e expectativas de crescimento no setor moveleiro: otimismo contido

A visão para o segundo quadrimestre de 2025 é predominantemente cautelosa. A maioria (39,6%) espera que a economia se mantenha estável para o setor, enquanto 27,7% preveem uma piora leve e 25,7% uma melhora tímida.

As expectativas de crescimento para o ano de 2025 como um todo também refletem essa moderação. Embora haja variações, uma parcela considerável espera crescimento baixo (abaixo de 5%), indicando que a recuperação ainda é vista como gradual e incerta.

Mão de obra, custos e juros: saiba mais sobre os principais desafios do mercado de móveis em 2025
A visão para o segundo quadrimestre de 2025 é predominantemente cautelosa

Principais desafios no radar dos gestores

A enquete revela claramente os obstáculos que mais preocupam os decisores do setor:

  • Instabilidade política: afeta significativamente a confiança para investir e fazer negócios para 66,3% dos respondentes. Comentários mencionam insegurança jurídica e falta de credibilidade do governo como fatores limitantes;
  • Custos de matéria-prima: a expectativa majoritária é de novas altas no segundo quadrimestre, com 40,6% prevendo aumentos significativos e 43,6% aumentos leves. Isso pressiona as margens e exige negociações constantes;
  • Mão de obra: a escassez e/ou falta de qualificação da mão de obra é um gargalo crítico, comprometendo significativamente o desempenho para 79,2% das empresas. É o fator limitante mais citado nas respostas abertas. A concorrência com programas assistenciais também foi mencionada como um dificultador na contratação formal;
  • Taxas de juros elevadas: o custo do dinheiro impacta fortemente os investimentos. Muitos respondentes indicaram ter segurado ou adiado investimentos devido às altas taxas, limitando a modernização e expansão. Os juros altos também são vistos como um fator que desacelera o consumo e dificulta o acesso ao crédito;
  • Demanda e mercado: fatores como poder de compra reduzido, baixa demanda, guerra de preços, alta concorrência e inadimplência também foram citados como limitantes ao crescimento.
Mão de obra, custos e juros: saiba mais sobre os principais desafios do setor moveleiro em 2025
A instabilidade política nos cenários nacional e internacional é um dos obstáculos que mais preocupam os decisores do setor moveleiro

Respostas estratégicas: foco em eficiência e resiliência

Diante desses desafios, as empresas estão priorizando ações internas, como:

  • Redução de custos: as medidas mais adotadas no primeiro quadrimestre foram otimização de processos (31,7%), negociação com fornecedores (25,7%), redução de despesas gerais (17,8%) e investimento em tecnologia/automação (16,8%);
  • Prioridades para 2025: as respostas abertas indicam um foco em manter o negócio/sobreviver, melhorar eficiência, otimizar processos e reduzir custos, manter/aumentar vendas e margens, qualificar mão de obra, investir em tecnologia/automação, e diversificar mercados/produtos;
  • Estratégia para feiras: os resultados das feiras do início do ano foram mistos, tanto para expositores (48,6% abaixo da expectativa) quanto para visitantes (60,6% dentro da expectativa). A expectativa para os eventos de maio e junho é majoritariamente boa (42,4%) ou muito boa (44,7%). Contudo, a estratégia para 2025 aponta para uma maior seletividade, o que inclui reduzir o número de feiras, focar nas principais, buscar maior retorno sobre o investimento e questionar o modelo atual. Há um sentimento de que existem muitas feiras regionais e uma sugestão de concentrar esforços em eventos maiores e mais estratégicos.
Mão de obra, custos e juros: saiba mais sobre os principais desafios do mercado de móveis em 2025
Diante desses desafios, as empresas estão priorizando ações internas, que incluem redução de custos e estratégias para a participação em feiras do setor

Conclusão: o setor moveleiro navega em águas turbulentas

A enquete do primeiro quadrimestre de 2025 revela um setor moveleiro B2B resiliente, mas pressionado por um ambiente macroeconômico e político desafiador. 

A instabilidade, os custos elevados de matéria-prima e crédito, e a persistente dificuldade com mão de obra exigem dos gestores um foco aguçado em eficiência operacional, controle de custos e estratégias comerciais assertivas. 

As perspectivas de crescimento moderado e a cautela com investimentos refletem a incerteza predominante. A capacidade de adaptação, a busca por diferenciação, a otimização de processos e a colaboração serão cruciais para navegar neste cenário complexo e construir um caminho sustentável para o futuro.

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