O assunto de hoje é o impacto da escassez de capacidade e da escassez de inventário no supply chain
É fato: apesar da falta ou alto custo de matérias-primas estar lenta, mas progressivamente sendo menos assinaladas pelos industriais brasileiros, segundo aponta a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a questão ainda ocupa a primeira posição entre os problemas que mais atravancam a produção industrial no País.
A cadeia produtiva de móveis, assim como todos os outros setores industriais, vem enfrentando problemas contínuos com abastecimento nos últimos dois anos, tendo no supply chain e na logística, alguns dos maiores desafios para o desenvolvimento sustentado, com atendimento de demanda e manutenção de custos / preços.
Especializada em soluções de logística e supply chain management baseadas em cloud computing, a Descartes mapeou oito tendências que devem dominar o segmento a partir deste ano, e que trazemos em uma série que chega agora ao segundo artigo, tratando, hoje, da escassez de capacidade e de inventário.
- Relembre o último conteúdo com as duas primeiras tendências para a cadeia de abastecimento global – Conflitos geopolíticos e crise logística: as principais tendências do supply chain global
3 – Escassez de capacidade
“Como há mais movimentação de frete, a infraestrutura logística atual, por sua vez, não pode efetivamente acompanhar a demanda. Além disso, há um grande desequilíbrio nos ativos logísticos impedindo que as mercadorias fluam”, são enfáticos os especialistas em supply chain da Descartes.
E a gente explica! Por exemplo, o crescimento vertiginoso do comércio eletrônico durante a pandemia mudou a crise de capacidade para o caminhão de última milha e logística, à medida que os consumidores compram mais online e menos na loja. Some-se a isso a escassez de logística de trabalhadores, situação desafiadora diagnosticada mesmo antes da pandemia, e voilá!
“Sabemos que haverá mudanças de infraestrutura em portos e estradas de todo o mundo para atender o crescimento sem precedentes, e isso produzirá benefícios em longo prazo”, pontuam os profissionais. “Hoje, porém, o supply chain e as operações logísticas precisam ser mais produtivas e eficazes com recursos que já existem. Isso, para dar mais visibilidade aos ativos e maximizar sua utilização, reequilibrando sua localização ao longo do tempo.”
A otimização, dessa forma, também será fundamental para reduzir o espaço no armazém, bem como as ineficiências de transporte e aumento da eficácia dos ativos disponíveis atualmente. O efeito da rede será fundamental para levar as operações logísticas a um novo nível, à medida que as empresas trabalham juntas para desbloquear a capacidade de transporte preso, criando eficiências que nunca acontecem no supply chain individual.
4 – Escassez de Inventário
O aumento da demanda por bens de consumo, a crise global do transporte marítimo, a falta de capacidade de transporte e a escassez de recursos humanos para planejar e mover as mercadorias, tudo isso combinado, levou à falta também de inventário, ou seja, de identificação, classificação, precificação e valorização de estoque. Como resultado, os varejistas, fabricantes e distribuidores estão tendo sua top-line restringida por causa da escassez de estoque.
“Em alguns casos é pior devido à crescente incerteza em torno da escassez de capacidade em supply chain global e logística. Varejistas, fabricantes e distribuidores querem aumentar seu inventário, mas não conseguem em tempo hábil”, ressaltam.
Ganhar melhor visibilidade para o inventário em movimento e em repouso em todo o supply chain, portanto, é fundamental para fabricantes, varejistas e distribuidores, além de seus parceiros logísticos, para que possam, então, tomar a melhor decisão sobre como implantá-lo para maximizar a receita e minimizar custos. Além disso, saber a condição do inventário é essencial para garantir que o que está disponível seja devidamente mantido para minimizar a perda.
“À medida que o inventário se torna disponível, a velocidade e eficiência de seu movimento através do supply chain e processos aduaneiros para o comércio transfronteiriço torna-se muito mais importante. Uma vez nas mãos dos varejistas, a precisão do estoque torna-se primordial para garantir uma experiência diferenciada do cliente e não sobrevenda o que está disponível ou perca uma oportunidade de vendas”, comunica a Descartes.
No próximo conteúdo da série sobre as tendências para o supply chain global nós falaremos sobre os custos crescentes e a experiência do cliente. Não perca!