Indicadores de desempenho: quais realmente importam para garantir eficiência e crescimento na indústria moveleira?

Diego Munhoz, CEO da Caemmun, autor da coluna sobre liderança e gestão de crises no setor moveleiro

Medir números é importante, mas entender o que revelam sobre o negócio é o que realmente faz a diferença. Com os indicadores certos e uma leitura integrada da operação, a indústria moveleira pode ganhar eficiência, previsibilidade e competitividade sem perder o rumo da estratégia

Em um mercado cada vez mais dinâmico, globalizado e sujeito a oscilações, uma pergunta continua ecoando entre os gestores industriais: “quais números realmente importam no dia a dia?”

Dessa forma, a verdade é que, em um cenário onde a informação transita com velocidade e a concorrência é global, ter clareza sobre os indicadores-chave, chamados de KPIs, é o que separa empresas reativas de organizações preparadas.

Indicadores de desempenho: quais realmente importam para garantir eficiência e crescimento na indústria moveleira?

O que olhar (e com que frequência)

Gosto de trabalhar com rotinas estruturadas de análise:

  • Diária: números que mudam rápido e afetam o resultado imediato, como produção, eficiência, absenteísmo e tempo de máquina parada;
  • Mensal: consolidação operacional, como custos, produtividade média, índice de refugo, faturamento e margem de lucro;
  • Trimestral: visão estratégica, como rentabilidade, crescimento, mix de produtos, novos clientes e evolução de indicadores críticos.

Porém, seria muito simplista dizer que existe um conjunto fixo de indicadores que toda indústria moveleira deve seguir. Afinal, cada negócio tem sua dinâmica, seu modelo de produção e suas variáveis operacionais. 

Dessa forma, o importante é entender a relação entre os números e a estratégia.

Quais dados realmente importam para garantir eficiência e crescimento na indústria moveleira?

O que não pode faltar

Ainda assim, existem indicadores que não podem ser ignorados em uma indústria moveleira:

  • Indicadores de entrega: o quanto efetivamente a indústria está conseguindo colocar no mercado;
  • Indicadores de custo de produção: entender quanto está custando fabricar cada produto, e se esse custo está dentro do planejado;
  • Parada de máquina e manutenção preventiva/preditiva: fundamentais para garantir que o parque fabril continue entregando sua capacidade real;
  • Entrada de pedidos vs. saída (notas fiscais): acompanhar se o que entra no sistema está sendo convertido em produção e faturamento na velocidade esperada.
  • Prazo médio de recebimento e pagamento: quando alinhados ao giro de estoque, permitem desenhar com precisão a necessidade de fluxo de caixa.

Muitas indústrias, infelizmente, não fazem essa conta completa e acabam se tornando reféns do custo de capital e, com a taxa de juros atual, esse custo é alto. O resultado é um caixa pressionado e um ciclo financeiro desequilibrado.

Indicadores de desempenho: quais realmente importam para garantir eficiência e crescimento na indústria moveleira?

Em resumo

Mais do que medir produção, o desafio é entender o ciclo completo: quanto você produz, quanto você capta de pedidos e quanto consegue escoar dentro do seu lead time, amarrando isso aos prazos médios de recebimento e pagamento.

Essa leitura integrada é o que diferencia gestão operacional de gestão estratégica. E é também o que garante que o negócio continue crescendo com rentabilidade, previsibilidade e propósito.

Quais dados realmente importam para garantir eficiência e crescimento na indústria moveleira?

Escreveu essa coluna

Diego Simões Munhoz, que concluiu o ensino médio no Canadá, na Leboldus High School, é formado em Administração de Empresas pela Unopar (Universidade Norte do Paraná) e possui MBA em Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getulio Vargas). 

Munhoz iniciou sua trajetória ainda jovem na empresa da família, passando por diferentes áreas da indústria moveleira. Em 2009, liderou, ao lado de outros executivos, a construção de um planejamento robusto, que passou a ser revisado anualmente. 

Em 2019, assumiu o cargo de CEO da Caemmun após um processo estruturado de sucessão familiar, que incluiu mentoria e implantação de práticas de governança corporativa. Também atua como sócio-administrador em empresas de diferentes segmentos.

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