O passado, o presente e o futuro do varejo!

Ocorreu nos dias 17 e 18 de agosto o Varejo Experience Brasil, um dos maiores eventos de palestras e networking da América Latina voltado a troca de experiências entre alguns dos maiores profissionais do varejo nacional. Com temáticas diversas, incluindo o ontem, o hoje e o amanhã no setor, um dos convidados para falar sobre “O futuro do varejo”, tema de sua palestra, foi Carlos Bessa, CEO da Plataforma Setor Moveleiro. 

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Em 2021, o varejo empregou 25,8% dos trabalhadores com carteira assinada no Brasil. Aproximadamente 8,5 milhões de pessoas.

No ano passado, ainda, o varejo restrito representou 22,9% do Produto Interno Bruto brasileiro. Enquanto, ao olharmos para o varejo ampliado, este número chega a 27,7% do PIB nacional.

Das civilizações antigas, com o escambo, até o século 20, com o primeiro shopping center, as grandes cadeias varejistas, o e-commerce e agora a revolução digital e a era da experiência, a evolução do varejo acompanha a história humana e passou por drásticas transformações ao longo do tempo. Transformações, essas, que se mostraram e continuam se mostrando ainda mais disruptivas a partir de 2020.

Contextualizando o presente

Marcando o terceiro ano consecutivo de crescimento, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o varejo nacional cresceu 1,8% em 2019 sobre 2018, os dois anos imediatamente pré-pandemia.

É importante observar, no entanto, que o número marca uma desaceleração frente aos avanços conquistados nos anos anteriores: +2,1% em 2017 e +2,3% em 2018.  Com os três anos de taxas positivas, ainda não sendo suficientes para recuperar as perdas de 2015 e 2016.

Apontando, assim, para um ano que começaria com dúvidas em 2020, mas nada próximo da grande interrogação que iria pairar no ar pelos meses seguintes com a primeira onda da pandemia e o lockdown.

“Sem dúvida, a maior perda dos últimos anos está relacionada ao lado humano. No entanto, é imprescindível tratarmos do papel da economia, da produção e do consumo na manutenção da vida e do bem-estar social”, enfatiza o palestrante.

No mês de março de 2020, o Coronavírus se espalhou pelo Brasil, levando autoridades a decretar medidas drásticas para a contenção da disseminação do vírus, que envolveu restrições sociais, logísticas e o fechamento do varejo físico, assim como de fábricas e de outros modelos de negócios relacionados às mais diversas cadeias produtivas e de valor.

Período de tensão, que exigiu respostas rápidas e delicadas num momento em que pouco se era possível planejar, em especial se tratando do varejo, que: de um lado enfrentava demandas bastante específicas e urgentes que começavam a surgir por parte dos consumidores; de outro passava também a sentir os efeitos da pandemia sobre a cadeia de abastecimento, que limitou a produção e o estoque, ao dificultar o acesso e aumentar — e muito — o preço de produtos acabados, cada vez mais inflacionados e escassos.

Se o tema é o futuro do varejo, por que ainda falamos tanto do passado?

Primeiro, pois muita coisa mudou a partir dos anos 2000, quando passamos a viver o que é chamada de “Terceira Onda do Varejo”:

  • Dirigido pela informação – todos têm acesso às mesmas informações, o que torna o consumidor mais exigente.
  • Demanda espontânea – o alto nível de consumo de informações faz com que o consumidor crie suas próprias necessidades. Cabe ao varejo, agora, identificá-las.
  • Transparência das marcas – como quem faz as regras do jogo é o consumidor, ele irá querer saber por quê, por quem e como o produto foi feito, está sendo vendido e será consumido.

Fonte: ByPrice®

Características de demanda e oferta que se intensificaram durante os últimos dois anos, abrindo caminho para uma possível quarta onda no varejo, com os consumidores tomando de vez as rédeas na jornada de compra, ao comprar não mais apenas produtos, mas experiências. 

Ele sabe o que quer e como quer. 

Dessa forma, é a partir das mudanças especialmente aceleradas de 2020 e que se confirmaram em 2021, que podemos traçar os movimentos que estão transformando de maneira definitiva o varejo, monitorando potenciais tendências e soluções para o futuro.

Tal cenário acelerou e escancarou mudanças que, embora já em curso, deveriam levar anos e até décadas para chegarem ao patamar edificado nos últimos dois anos.

Dentre essas mudanças que, intensificadas, ditam agora o presente e o futuro do varejo, estão a centralidade na experiência do cliente e a aceleração do comércio eletrônico, bem como de novos canais de vendas e modalidades logísticas, estimuladas pelas transformações nos hábitos de compras dos consumidores no Brasil e no mundo.

Questões que evoluíram o estimado em pelo menos cinco anos apenas durante o terceiro trimestre de 2020.

Na próxima semana, dando continuidade ao nosso especial “O futuro do varejo”, falaremos sobre uma das mais comentadas dessas transformações: a do e-commerce e seus desdobramentos na forma de vender e comprar. 

Fique por dentro!

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