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Do Brasil para os Estados Unidos: qualidade que ganha espaço no setor moveleiro

Do Brasil para os Estados Unidos: qualidade que ganha espaço no setor moveleiro

A exportação de móveis brasileiros para os Estados Unidos está em ascensão, impulsionada por um compromisso cada vez maior com a qualidade, a segurança e a conformidade com normas internacionais. O mercado estadunidense, um dos mais exigentes do mundo, valoriza, além do design e da inovação, o cumprimento rigoroso de padrões técnicos que garantem a segurança e o desempenho dos produtos

Falar sobre normas e certificações pode parecer, à primeira vista, um tema técnico demais. Mas, quando a gente vive esse processo de perto – entre voos, equipamentos, trocas com profissionais do outro lado do mundo e horas de estudo – ele ganha outro peso. Vira história. Vira propósito.

Em 2022, o Senai/SC (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Santa Catarina) me proporcionou a oportunidade de passar um período em um laboratório de testes em móveis nos Estados Unidos, imersa na realidade das exigências normativas daquele que é o maior mercado consumidor de móveis do mundo: o norte-americano. 

E ali, entre ensaios, relatórios e exigências regulatórias, refleti mais uma vez sobre o que significava, de fato, estar em conformidade.

Não era só sobre passar em testes. Era sobre proteger pessoas – muitas vezes, crianças. Era sobre garantir que um móvel, mesmo bonito e bem-acabado, não representasse risco no dia a dia. Era sobre responsabilidade.

Do Brasil para os Estados Unidos: qualidade que ganha espaço no setor moveleiro

O desafio de trazer o padrão americano para o Brasil

Na volta ao Brasil, o objetivo ficou claro: trazer para o contexto nacional não apenas o entendimento, mas a aplicação real dos critérios exigidos pelo mercado norte-americano, com excelência, segurança e competência técnica.

Isso significava desenvolver máquinas específicas para simular condições de uso exigidas pelas normas americanas. Significava treinar equipes, ajustar rotinas de ensaio e mergulhar fundo nos critérios de segurança, desempenho e usabilidade definidos pelas regulamentações americanas.

Cada etapa desse processo foi vencida com consistência e compromisso técnico: os métodos de ensaio foram cuidadosamente desenvolvidos, as estruturas foram validadas e o reconhecimento nacional veio com a acreditação pela CGCRE (Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro). 

Na sequência, o laboratório passou a integrar oficialmente a lista de CPSC-Accepted Testing Laboratories, sendo reconhecido pela agência norte-americana como apto a realizar ensaios válidos para o mercado dos Estados Unidos.

Do Brasil para os Estados Unidos: segurança que ganha espaço no setor moveleiro

Mais do que uma certificação: um marco para o setor moveleiro nacional

A conquista da habilitação para realizar ensaios conforme os requisitos da CPSC não é apenas um avanço institucional. Ela representa uma virada de chave para a indústria moveleira brasileira, que agora encontra no Senai um parceiro capacitado para apoiar empresas que queiram acessar um mercado exigente e cheio de oportunidades.

O mercado americano valoriza, acima de tudo, segurança, desempenho e responsabilidade. Itens como móveis infantis, por exemplo, exigem ensaios específicos – e agora, com o domínio desses critérios no Brasil, podemos ajudar nossas empresas a exportar com mais confiança e estrutura.

Do Brasil para os Estados Unidos: qualidade que ganha espaço no setor moveleiro

Mais do que técnica, compromisso

Para mim, essa conquista é mais do que um marco técnico. É uma confirmação de que, com dedicação da equipe, preparo e parceria, podemos elevar o padrão da nossa indústria e mostrar ao mundo o potencial do setor moveleiro brasileiro.

Foi uma trajetória feita de aprendizados, ajustes e muitos testes. Mas, acima de tudo, foi construída com o desejo de abrir portas, garantir qualidade e contribuir para um setor mais forte, mais seguro e mais reconhecido — aqui e lá fora.

E se a pergunta for: o Brasil está pronto para atender o mercado americano? A resposta é sim – e com qualidade feita no Brasil, pronta para cruzar fronteiras com segurança e excelência.

Do Brasil para os Estados Unidos: segurança que ganha espaço no setor moveleiro

Escreveu esse artigo

Sandra Fürst, que é engenheira de produção e CEO na SK Mentoria e Desenvolvimento.

Engenheira de produção e tecnóloga moveleira, é especialista em normatização, certificação e conformidade no setor moveleiro. Com experiência internacional, atuou em laboratórios nos Estados Unidos e na Europa, aprofundando seu conhecimento em testes de qualidade, segurança e desempenho de móveis.

Atualmente, coordena o Instituto Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) de Tecnologia em Madeira e Mobiliário em Santa Catarina, liderando iniciativas que promovem inovação, excelência e conformidade na indústria moveleira.

Apaixonada pelo desenvolvimento profissional, também atua como mentora em gestão de carreiras e negócios, ajudando profissionais e empreendedores a estruturarem estratégias, tomarem decisões assertivas e alcançarem crescimento sustentável em suas áreas de atuação.

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