No mercado moveleiro, conquistar a atenção e a lealdade dos consumidores é um aspecto essencial. O storytelling, nesse cenário, é considerado uma poderosa ferramenta para criar conexões emocionais, já que transforma móveis em protagonistas de histórias que ressoam com o público. Na matéria abaixo, você vai saber mais sobre o conceito, bem como sobre as principais estratégias para criar histórias que estabeleçam uma conexão entre seus produtos e seus consumidores. Boa leitura!
No cenário competitivo do setor moveleiro, a diferenciação é crucial. Em meio a tantas opções, a habilidade de contar histórias que ressoam com os consumidores pode ser a chave para conquistar clientes fiéis.
O storytelling, nesse sentido, é capaz de transformar produtos em experiências, conectando o público aos valores e à essência de uma marca.
Segundo Natacha Grecco, proprietária da Keepmark Gestão de Marcas, traduzida de forma literal, a palavra storytelling é a “contação de histórias” e, na prática, são as histórias contadas por uma empresa ou marca a respeito de seus produtos, sua maneira de produzir ou seu propósito de maneira envolvente, para que o público crie uma conexão emocional, se torne fã e tenha preferência por seus produtos.
Os móveis como protagonistas no storytelling
Os móveis, segundo essa abordagem, não são apenas objetos, já que fazem parte do dia a dia das pessoas, moldando ambientes e trazendo conforto e estilo.
Ao inserir móveis em narrativas autênticas, as marcas podem criar vínculos emocionais, tornando cada peça significativa na vida do consumidor. Essa conexão emocional, por sua vez, pode ser um diferencial poderoso em um mercado saturado.
Diante disso, é importante destacar que a evolução digital amplificou a importância do storytelling, permitindo que histórias sejam contadas de formas inovadoras e interativas.
Isso significa que, no universo on-line, as plataformas digitais oferecem um palco para que marcas compartilhem suas jornadas, destacando a autenticidade e a paixão por trás de cada criação.
Nesta matéria, que irá lhe apresentar o conceito de storytelling, bem como as principais estratégias para criar histórias que conectam seus produtos e seus consumidores, você vai conferir:
- O que é storytelling e qual sua importância para o setor moveleiro?
- Quais são os elementos essenciais em uma narrativa para móveis?
- Como identificar o público-alvo para desenvolver histórias que conectam?
- De que maneira as histórias criadas podem refletir a identidade da marca?
- Quais são os canais mais eficazes para compartilhar histórias?
O que é storytelling e qual sua importância para o setor moveleiro?
O conceito de storytelling pode ser definido como a arte de contar histórias de maneira envolvente e significativa.
De acordo com Marcela Marques, que é jornalista e líder de conteúdo na Agência Elemento, o storytelling consiste “na arte de contar uma história utilizando estratégias narrativas adequadas tanto ao público que se deseja alcançar quanto ao perfil da marca que está sendo representada”
No contexto do setor moveleiro, isso significa criar narrativas que vão além das características físicas dos produtos, destacando valores, emoções e experiências.
Ao transformar móveis em personagens de histórias cativantes, as marcas de móveis podem construir conexões emocionais profundas com seus consumidores.
Rafaela Cobbe Dias, que é consultora de marketing, argumenta que, ao contar a história por trás de uma peça de mobiliário, os varejistas podem destacar a origem dos materiais, o processo de fabricação e como o design do móvel pode enriquecer a vida do consumidor.
“Isso aumenta o valor percebido e a lealdade à marca, ajudando a educar os consumidores sobre a complexidade e o cuidado envolvidos na produção dos móveis”, defende.
A relevância do storytelling para lojas de móveis
A importância do storytelling no setor moveleiro, por sua vez, está na capacidade de diferenciar uma marca em um mercado competitivo.
“Além disso, é uma ferramenta importante para o setor moveleiro por contribuir com a humanização dessa marca e com a disseminação da experiência que ela carrega em um mercado altamente acirrado”, afirma Marques.
Histórias bem contadas aumentam o engajamento, reforçam a identidade da marca e ajudam a comunicar o propósito por trás de cada criação.
Essa estratégia, portanto, além de atrair novos clientes, fideliza os existentes, o que cria um ciclo de confiança e lealdade que impulsiona o crescimento e a sustentabilidade do negócio como um todo.
Quais são os elementos essenciais em uma narrativa para móveis?
Antes de tudo, a jornalista pontua que, na comunicação, não há uma “receita de bolo”. “Cada empresa precisa de uma estratégia desenhada especialmente para ela.”
Grecco complementa, ao afirmar que, o mercado moveleiro, historicamente não tem reconhecimento das marcas que estão por trás da fabricação dos produtos.
“As pessoas não entram em uma loja e pedem pela marca X ou Y como em outros ramos como eletrônicos ou moda”, explica.
“Sendo assim, uma marca que conta histórias envolventes sobre como o móvel foi desenhado, os desafios enfrentados durante sua produção, ou como ele se encaixa em uma tendência de design tornam a experiência mais rica e envolvente para o cliente, que se dispõe a pagar mais para viver a experiência de tê-lo em sua casa.”
Os móveis como personagens das narrativas de storytelling
Mesmo assim, é possível afirmar que uma narrativa eficaz no setor moveleiro deve começar com um protagonista convincente: o próprio móvel.
O item, nesse caso, deve ter características únicas que se destaquem, como design inovador, materiais sustentáveis ou funcionalidade excepcional.
“Informação sobre a origem dos materiais, técnicas de fabricação e detalhes específicos como as camadas de espuma utilizadas, tipos de costura e composição dos materiais são fundamentais. Destaque, também, processos artesanais que podem mostrar o compromisso com a qualidade e a sustentabilidade”, indica Cobbe.
Contexto das narrativas e humanização
O contexto em que o móvel se insere, por sua vez, é igualmente importante, mostrando como a peça se adapta a diferentes estilos de vida e ambientes, e destacando sua relevância na rotina do consumidor.
Outro elemento crucial é o conflito ou desafio que a narrativa aborda. Isso pode ser um problema comum enfrentado pelo público, que o móvel em questão resolve de maneira criativa e eficaz.
“Mostre como o móvel melhora a funcionalidade e a estética de um espaço, além de suas qualidades duradouras que podem gerar memórias”, aconselha a consultora de marketing.
A resolução desse conflito deve ser apresentada de forma inspiradora, demonstrando como a escolha do produto não apenas atende a uma necessidade prática, mas também eleva a experiência do usuário, proporcionando satisfação e realização pessoal.
“Sair do mecânico e do automático para transmitir um conteúdo humanizado é fundamental, principalmente hoje que vivemos atentos às redes sociais feitas por pessoas e para pessoas. E, para essa humanização, nada melhor do que imputar emoções a esse storytelling”, explica Marques.
Como identificar o público-alvo para desenvolver histórias que conectam?
Identificar o público-alvo é um passo fundamental para criar narrativas que realmente ressoam com os consumidores.
Segundo Cobbe, a primeira etapa, nesse caso, é realizar uma pesquisa detalhada para compreender quem são os consumidores da marca, seus interesses, comportamentos e necessidades.
Isso pode incluir a análise de dados demográficos, psicográficos e comportamentais, além de feedbacks diretos dos clientes.
“Para identificar o público-alvo, é necessário realizar pesquisas de mercado que contemplem diversos aspectos. É importante considerar dados demográficos, como idade, renda, localização e status familiar. Em seguida, é crucial entender o estilo de vida, interesses, valores e comportamentos de compra dos consumidores.”
Segmentação do público no storytelling
Com essas informações, é possível segmentar o público em grupos distintos e desenvolver personas detalhadas que representam os diferentes perfis de clientes.
Ao entender as aspirações e desafios de cada persona, portanto, as marcas podem criar histórias personalizadas que falam diretamente às experiências e expectativas desses grupos, aumentando a relevância e o impacto emocional das narrativas.
“A fonte para uma comunicação eficaz é a coleta e análise de dados constantemente, que na indústria moveleira podem vir de pesquisas de mercado, análise do histórico dos clientes, observação da concorrência, análise de tendências e assuntos que gerem mais interesse e discussão nas redes sociais e nos dados do tráfego no website da empresa”, complementa Grecco.
De que maneira as histórias criadas podem refletir a identidade da marca?
Conforme aponta a consultora de marketing, as histórias criadas por meio das estratégias de storytelling devem ser uma extensão natural da identidade da marca, incorporando seus valores, missão e visão.
Para isso, segundo Grecco, é essencial que cada narrativa transmita de forma clara e coerente os princípios que guiam a marca. “As histórias precisam ser coerentes com os valores da marca e com a ideia que se quer consolidar na mente dos consumidores.”
“O que a marca quer transmitir? Para o setor moveleiro, que tipo de sensação e de experiência aqueles móveis fabricados querem entregar ao cliente? Conforto, produtividade, harmonia, design, praticidade?”, questiona a jornalista.
Se uma empresa prioriza sustentabilidade, por exemplo, suas histórias devem destacar práticas ecológicas e o impacto positivo no meio ambiente, reforçando esse compromisso.
“Ao incluir histórias de clientes e como os móveis se tornaram parte de suas vidas e memórias, as narrativas ajudam a construir uma imagem de marca coerente e a atrair clientes que compartilham desses valores”, acrescenta Cobbe.
Além disso, o tom e o estilo das narrativas devem refletir a personalidade da marca, seja ela inovadora, tradicional ou sofisticada. Isso cria uma experiência consistente em todos os pontos de contato com o consumidor, fortalecendo o reconhecimento e a confiança na marca.
Quais são os canais mais eficazes para compartilhar histórias?
Os canais digitais oferecem uma ampla gama de possibilidades para compartilhar histórias de forma eficaz.
De acordo com a proprietária da Keepmark Gestão de Marcas, todos os pontos de contato de uma marca devem ter uma comunicação alinhada com a maneira como a empresa quer ser percebida.
“Nos materiais impressos, como catálogos de vendas e folders de produtos, e nos digitais, como websites, redes sociais, YouTube, e-mail marketing, anúncios patrocinados, participação em eventos como feiras e exposições, em todos os casos, é essencial utilizar elementos que demonstrem o alinhamento da mensagem para que a combinação deles dê um impacto positivo.”
Storytelling: a presença nas redes sociais
Segundo Marques, a seleção de canais depende de uma estratégia mais ampla e do público-alvo, porém é indiscutível que a presença nas redes sociais, atualmente, é quase obrigatória para todas as marcas.
“Para termos ideia de como essas plataformas on-line têm impacto nas nossas vidas, segundo estudo da Comscore, o brasileiro passa em média 46 horas por mês rolando os feeds das redes sociais.”
Plataformas como Instagram e Facebook são ideais para narrativas visuais e curtas, visto que permitem que marcas alcancem um público vasto com conteúdos envolventes.
Vídeos curtos no TikTok ou reels no Instagram, por sua vez, podem captar rapidamente a atenção e transmitir emoções de maneira impactante.
“As redes sociais já capturam situações do cotidiano, aproximando os clientes. Reels no Instagram, por exemplo, são ótimos para contar histórias curtas, que podem ser divididas em etapas ou quadros, como uma série de vídeos focando em um produto através das experiências dos clientes, ou uma sequência de vídeos com o mesmo título apresentando produtos diferentes”, indica a consultora de marketing.
Blogs e websites
Além disso, blogs e newsletters são plataformas valiosas para histórias mais detalhadas, onde a marca pode explorar seu universo e construir uma narrativa rica. Cobbe recomenda, ainda, que as empresas usem as diversas abas de seus websites.
“No site, insira histórias detalhadas nas páginas de produtos, incluindo informações sobre a fabricação e relatos de clientes. Isso pode aumentar as visitas aos produtos destacados e proporcionar um conteúdo mais envolvente para os visitantes.”
Storytelling em vídeos no YouTube
Vídeos no YouTube também são poderosos, permitindo aprofundar histórias e mostrar o processo por trás dos produtos.
De maneira geral, escolher os canais certos depende de onde o público-alvo está mais presente, garantindo que as histórias alcancem as pessoas certas no momento certo.
“As mais importantes na atualidade são Instagram, LinkedIn, TikTok, X (antigo Twitter) e Facebook. Algumas marcas vão se beneficiar mais de uma atuação incisiva no LinkedIn, por exemplo, principalmente no mercado B2B. Outras enxergarão no Instagram o caminho mais acessível para o seu comprador final”, explica Marques.
Para a consultora de marketing, todos os canais devem ser utilizados para contar uma mesma história, mas em formatos diferentes.
“É crucial que a história faça sentido para a marca e para quem está assistindo, criando uma conexão consistente e envolvente. Utilizar personagens, como apresentadores ou mascotes, pode dar personalidade à marca e torná-la mais memorável”, finaliza.
