Presidente da Abimóvel fala sobre 2024, conta as projeções para 2025 e faz um anúncio em primeira mão

Presidente da Abimóvel fala sobre 2024, conta as projeções para 2025 e faz um anúncio em primeira mão

Em uma entrevista exclusiva à Plataforma Setor Moveleiro, Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel, analisou os resultados do mercado de móveis em 2024, destacando os principais marcos que definiram o ano. Além disso, revelou projeções estratégicas para 2025 e fez um anúncio surpreendente, que promete impactar diretamente o setor. Leia a matéria abaixo e saiba mais!

O setor moveleiro brasileiro encerra 2024 com resultados que refletem tanto sua resiliência quanto sua capacidade de adaptação em um cenário econômico e político desafiador. 

Em entrevista à Plataforma Setor Moveleiro, Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), afirmou que o aumento de 9,9% na produção de móveis e colchões ao longo dos nove primeiros meses do ano, somado ao crescimento de 4,8% no faturamento da indústria, evidencia um mercado em recuperação, mesmo frente às oscilações econômicas.

Este avanço foi impulsionado por investimentos contínuos em tecnologia, modernização de maquinário e capacitação de mão de obra, elementos fundamentais para sustentar a competitividade em um ambiente marcado por pressões internas e externas.

Ainda assim, Munhoz destaca que o crescimento não ocorreu sem obstáculos. O custo Brasil, conhecido por sua alta carga tributária, burocracia excessiva e infraestrutura insuficiente, segue como um entrave à competitividade. 

Além disso, fatores como a alta volatilidade do câmbio, a inflação e a concorrência desleal de produtos importados, frequentemente beneficiados por subsídios ou práticas de dumping, colocaram à prova a rentabilidade das indústrias nacionais. 

Apesar desses desafios, o presidente da Abimóvel evidencia que a indústria moveleira manteve um superávit na balança comercial, o que demonstra sua relevância no mercado internacional e sua capacidade de superar adversidades.

A entrevista completa fornecida por Munhoz está disponível no canal da Plataforma Setor Moveleiro no YouTube e pode ser conferida abaixo:

Além do material em vídeo, você pode acompanhar, na sequência, um resumo do que foi abordado pelo presidente da Abimóvel.

Presidente da Abimóvel fala sobre 2024, conta as projeções para 2025 e faz um anúncio em primeira mão
Em uma entrevista exclusiva à Plataforma Setor Moveleiro, Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel, analisou os resultados do mercado de móveis em 2024, destacando os principais marcos que definiram o ano

A importância da leitura de mercado para o setor moveleiro

Para Munhoz, a leitura de mercado é essencial para o sucesso no setor moveleiro, especialmente quando se trata de entender as mudanças constantes nas preferências dos consumidores. 

Nesse sentido, o presidente da Abimóvel destaca que a adaptação às novas demandas é um aspecto muito importante para a sobrevivência da indústria. “A nossa missão é levar cada dia um móvel que te dê mais conforto, tanto ergonômico quanto visual”. 

Isso implica, segundo Munhoz, em acompanhar de perto o que o mercado está pedindo, já que os gostos dos consumidores mudam com o tempo. 

Para o presidente, portanto, é importante que as empresas do ramo sejam ágeis em identificar essas mudanças e oferecer produtos que atendam às expectativas, seja em termos de design, conforto ou funcionalidade.

Além disso, observa que há uma diferença significativa na forma como as gerações percebem o mobiliário e o que esperam dele. “O móvel também tem suas mudanças, e as gerações mais jovens têm interpretações diferentes sobre o que é essencial”, pontua.

O que era um status símbolo na juventude de gerações passadas, como o carro, por exemplo, não tem o mesmo peso para os jovens de hoje. Com isso, o setor moveleiro precisa ajustar suas estratégias de produção para atender às novas exigências dos consumidores.

Presidente da Abimóvel fala sobre 2024, conta as expectativas para 2025 e faz um anúncio em primeira mão
Para Munhoz, a leitura de mercado é essencial para o sucesso no setor moveleiro, especialmente quando se trata de entender as mudanças nas preferências dos consumidores

Os desafios e as chances que as mudanças no comportamento do consumidor oferecem

Ao longo da entrevista, Munhoz aponta, também, que as mudanças no comportamento do consumidor impõem desafios significativos para a indústria moveleira, assim como abrem portas para novas oportunidades. 

Diante disso, aponta que as gerações mais novas possuem um perfil de consumo distinto, o que exige uma reavaliação contínua das estratégias do setor. 

“Hoje, o jovem não enxerga o mobiliário da mesma forma que nós enxergávamos. O que antes era considerado essencial para a casa, agora já não é mais visto com os mesmos olhos”, explica. 

Desse modo, o presidente da Abimóvel defende que as empresas precisam se ajustar a essas novas realidades, que incluem o aumento da demanda por móveis mais sustentáveis e funcionais, além de preferências por design mais minimalista e inovador.

Presidente da Abimóvel fala sobre 2024, conta as projeções para 2025 e faz um anúncio em primeira mão
As mudanças no comportamento do consumidor impõem desafios significativos para a indústria moveleira, assim como abrem portas para novas oportunidades

A luta pela desoneração da folha na indústria moveleira

Outro aspecto evidenciado por Munhoz ao longo de sua entrevista foi a luta pela desoneração da folha de pagamento, que continua sendo uma das principais bandeiras para a indústria moveleira no Brasil. 

Em diversas ocasiões, o presidente da Abimóvel destacou a relevância dessa questão para a competitividade do setor. 

“Desde o Governo anterior, temos tentado, sem sucesso, reinserir o móvel na questão da desoneração da folha, algo que é fundamental para reduzir o custo Brasil e dar mais fôlego às empresas”, afirma. 

De acordo com Munhoz, a busca por apoio entre os parlamentares e o Governo tem sido uma constante, mas, apesar dos esforços, o avanço nesta área ainda esbarra em dificuldades políticas e econômicas. 

Nesse sentido, reconhece que, embora as conversas sejam intensas, a resposta do Governo não tem sido suficiente para garantir as condições necessárias para o crescimento do setor.

Munhoz também menciona que a desoneração da folha é um aspecto essencial para fortalecer as empresas moveleiras e aumentar a competitividade no mercado global. 

“O setor moveleiro tem uma enorme potencialidade, mas precisa de apoio para se tornar mais competitivo, principalmente em termos de custos”, declara.

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Outro aspecto evidenciado por Munhoz ao longo de sua entrevista foi a luta pela desoneração da folha de pagamento, que continua sendo uma das principais bandeiras para a indústria moveleira no Brasil

Parcerias estratégicas com o Governo impulsionam o crescimento do setor

As parcerias estratégicas com o Governo têm sido essenciais para o crescimento do setor moveleiro, e Munhoz, ao longo da entrevista, enfatiza o papel dessas colaborações para o desenvolvimento da indústria. 

O presidente da Abimóvel, então, destaca que a proximidade com diferentes esferas do Governo tem permitido avanços importantes, como a renovação do projeto Brazilian Furniture, que tem contribuído para a promoção do setor no exterior. 

“O apoio do Governo através de iniciativas como o Brazilian Furniture é vital, pois permite que a indústria moveleira se destaque no mercado global, mesmo enfrentando desafios econômicos como o câmbio”, aponta. 

Munhoz também defende a importância de um diálogo contínuo com diferentes ministérios, como o da Casa Civil e da Secretaria de Governo, para fomentar ações que beneficiem toda a cadeia produtiva.

Ainda segundo o presidente da ABimóvel, o setor moveleiro tem se beneficiado de uma agenda conjunta com o Governo, buscando inclusão em programas como o Minha Casa, Minha Vida, e novas iniciativas voltadas ao financiamento da produção de móveis. 

“Embora a desoneração da folha ainda seja uma luta sem grandes avanços, o apoio estratégico do Governo em outras frentes tem sido fundamental”, enfatiza.

Presidente da Abimóvel fala sobre 2024, conta as projeções para 2025 e faz um anúncio em primeira mão
O presidente da Abimóvel ressalta que, apesar das dificuldades financeiras impostas pela alta do dólar, o setor moveleiro continua comprometido com o fortalecimento das exportações

O impacto do valor do dólar nas ações de promoção do mobiliário brasileiro

Segundo Munhoz, o valor do dólar tem gerado um impacto significativo nas ações de promoção do mobiliário brasileiro no exterior, uma vez que as flutuações da moeda dificultam a execução de estratégias de marketing e vendas em outros mercados. 

Dessa forma, destaca que a variação cambial tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas indústrias moveleiras brasileiras, especialmente no que diz respeito à realização de ações internacionais. 

“Com o valor do dólar como está, ficamos limitados em termos de quantidade de ações que podemos realizar. O impacto da moeda afeta diretamente a nossa capacidade de investir e expandir a presença do mobiliário brasileiro em mercados internacionais”, explica.

Além disso, o presidente da Abimóvel ressalta que, apesar das dificuldades financeiras impostas pela alta do dólar, o setor continua comprometido com o fortalecimento das exportações. 

“Estamos fazendo o possível para contornar esse cenário e manter o mobiliário brasileiro visível no mercado global, mas a realidade cambial exige um esforço extra.” 

Nesse sentido, observa que a evolução de parcerias e projetos como o Brazilian Furniture, que já trouxe bons resultados, se tornou ainda mais importante para garantir a competitividade da indústria brasileira, especialmente em um cenário econômico volátil. 

“É muito importante manter essas parcerias e buscar alternativas para driblar os efeitos do câmbio, para não perdermos espaço no mercado externo”, finaliza.

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