O setor moveleiro iniciou 2025 em um cenário desafiador. A pesquisa Índice de Desempenho do Setor Moveleiro, conduzida pela Plataforma Setor Moveleiro entre os dias 20 e 30 de junho, ouviu 101 decisores do ecossistema do mobiliário e revelou as principais tendências que devem guiar o mercado no segundo semestre. Diante desse panorama, empresas buscam se adaptar, repensar estratégias e identificar oportunidades em meio à complexidade. Leia o artigo e saiba mais!
É com grande satisfação que compartilhamos insights sobre o pulso do nosso mercado, diretamente da fonte: 101 decisores estratégicos do mercado de móveis B2B.
Na Plataforma de Conteúdo Setor Moveleiro, nossa missão é iluminar os caminhos, e este levantamento, um verdadeiro raio-X do primeiro semestre de 2025 e das projeções para o segundo, nos oferece uma clareza sobre os desafios, as prioridades e as estratégias que vão moldar nosso futuro próximo.
As informações analisadas nesta coluna fazem parte da pesquisa Índice de Desempenho do Setor Moveleiro, promovida entre os dias 20 e 30 de junho pela Plataforma, e aprofundam pontos já abordados no artigo “Setor moveleiro em 2025: o que esperar do segundo semestre?”, publicado recentemente.
Agora, com novos recortes e análises complementares, seguimos ampliando a visão sobre o que realmente preocupa, e também movimenta, as lideranças do setor.
Os dados coletados neste inquérito não são meros números, são a voz coletiva de um setor resiliente, que, apesar das intempéries, busca constantemente a superação.
Minha coluna de hoje mergulha fundo nessas percepções, buscando extrair não apenas os problemas, mas as oportunidades veladas que aguardam aqueles dispostos a reavaliar suas bússolas.

O horizonte de desafios para 2025: uma análise multifacetada
O primeiro e mais premente questionamento aos nossos decisores abordou os principais fatores limitantes para o crescimento em 2025. As 79 respostas obtidas pintam um quadro complexo, onde a mão de obra emerge como um ponto de estrangulamento crônico.
A escassez de profissionais qualificados e, mais do que isso, comprometidos, foi mencionada repetidamente. Este não é um problema novo, mas sua persistência e gravidade indicam a urgência de repensar a formação, retenção e atração de talentos em nosso segmento.
Paralelamente, a sombra do cenário macroeconômico paira pesadamente. As altas taxas de juros, a inflação elevada e a retração econômica foram unanimemente apontadas como fatores que impactam diretamente o poder de compra do consumidor, reverberando por toda a cadeia de valor.
Associado a isso, o crédito e a inadimplência se mostram como barreiras significativas. A dificuldade de acesso a linhas de crédito com juros razoáveis, em conjunto com um alto índice de inadimplência, eleva o custo de capital e freia investimentos necessários.
Adicionalmente, a instabilidade política foi um clamor ecoante. Incertezas na política econômica do governo e a percebida falta de incentivos para o setor moveleiro foram citados como obstáculos.
Respostas como “incertezas na política e na economia” e até a contundente “instabilidade do governo irresponsável” refletem um desejo por um ambiente mais previsível e favorável ao desenvolvimento industrial.
Não menos importantes, outros gargalos foram destacados, como a “concorrência desleal” e a “guerra de preços”, impulsionadas, em parte, pela dinâmica do comércio on-line. A “falta de matéria-prima, particularmente MDP”, também aparece como um desafio logístico e produtivo a ser monitorado.

Juros elevados: o freio nos investimentos estratégicos
A pesquisa se aprofundou no impacto das atuais taxas de juros nos investimentos das empresas no primeiro semestre de 2025.
Das 76 respostas, a grande maioria dos empresários relatou um impacto “alto” ou “significativo”, com muitos afirmando que os investimentos estão “suspensos” ou “adiados”, e que o que ocorre é feito predominantemente com “recursos próprios”.
Esta postura conservadora é uma resposta direta à Selic em patamares elevados, priorizando a preservação de caixa. A consequência imediata é a reavaliação de projetos de expansão, a inviabilização de novos investimentos financiados e uma redução de estoques de matéria-prima.
Um ponto crítico é a externalização desse impacto: os juros elevados não afetam apenas os investimentos diretos, mas “influenciam diretamente no financiamento de vendas do nosso mercado”, gerando “retração de compras parceladas pelo público em massa”, o que significa que o problema transcende a capacidade de investimento das empresas, impactando diretamente o poder de compra do nosso cliente final.

As prioridades para 2025: olhar para dentro e inovar
Diante deste cenário desafiador, o que move as empresas do setor moveleiro para 2025? As 80 respostas coletadas revelam uma clara tendência de cautela, mas também de foco em eficiência operacional e inovação.
A otimização de processos é uma prioridade central: melhorar a produtividade, automatizar operações e reduzir custos para compensar, inclusive, a falta de mão de obra. Complementar a isso, a saúde financeira se torna imperativa: manter a rentabilidade, preservar caixa e garantir resultados positivos.
Apesar da cautela, a inovação e diversificação não foram esquecidas. O lançamento de novos produtos, a ampliação de categorias e a busca por novos canais de venda, incluindo a exportação, mostram que as empresas entendem que a estagnação não é uma opção.
As estratégias de crescimento são ambiciosas, com a abertura de novos clientes, a diversificação de mercados, o fortalecimento da marca, a automação e as novas tecnologias, além da ampliação de canais de venda, incluindo a internet.
É encorajador notar que, mesmo em um contexto de contenção, a preocupação com a qualidade permanece. Respostas como “produção com qualidade total” e “melhoria da qualidade” reforçam que o setor compreende que a diferenciação e o valor agregado são chaves para a sustentabilidade.

Feiras do setor moveleiro em 2026: rumo à seletividade e às novas abordagens
O olhar sobre 2026, especificamente em relação às feiras do setor moveleiro, aponta para uma transformação significativa. Das 79 respostas, a tendência predominante é a de reduzir a participação ou participar seletivamente.
A seletividade nas feiras será a nova norma. Grande parte dos respondentes pretende “avaliar cada feira, e se o seu retorno será positivo” e “participar somente de algumas”, focando nas duas principais. A Movelsul foi mencionada como “excelente para exportação” por alguns, indicando que a relevância e o nicho de cada evento serão determinantes.
A principal razão para essa mudança é a preocupação com custos. Consequentemente, as alternativas às feiras tradicionais estão ganhando espaço, com menções a “fazer eventos direcionados para clientes” ou “trabalho com produtos envolvendo clientes e expectativas”.

Comentários gerais: um misto de preocupação e resiliência
Os comentários gerais, provenientes de 101 respondentes, capturam um sentimento misto de preocupação e notável resiliência. As principais preocupações ecoam o que já foi visto: instabilidade política e econômica, juros elevados, falta de incentivos para a indústria e a redução do poder de compra do consumidor.
Contudo, apesar dos desafios, as perspectivas e estratégias revelam uma determinação notável. Há uma clara busca por inovação e automação, eficiência e redução de custos e foco na qualidade e diferenciação.
A frase de um participante, “é a hora de sair da zona de conforto e abrir o campo de visão para melhorar resultado”, resume perfeitamente a postura proativa que será exigida.

Conclusão: resiliência, inovação e a arte de se adaptar
A pesquisa Índice de Desempenho do Setor Moveleiro é um farol que ilumina a complexidade do caminho à frente, mas também a inegável resiliência e a capacidade de adaptação do nosso setor.
Estamos testemunhando uma guinada estratégica em direção à eficiência operacional, à preservação de caixa e a uma otimização rigorosa de processos.
Paralelamente, há um claro reconhecimento da necessidade de inovação e diversificação, com o olhar voltado para novos produtos, mercados (especialmente a exportação) e canais de venda digitais.
A mensagem é clara: é a hora de sair da zona de conforto. O setor moveleiro B2B é historicamente marcado por sua capacidade de se reerguer e as respostas dos nossos decisores são um testemunho dessa força.

Escreveu esse artigo
Carlos Bessa, o idealizador e fundador da Plataforma Setor Moveleiro, é uma figura proeminente no cenário empresarial.
Com um MBA em Gestão Estratégica de Vendas, pós-graduação em Administração de Marketing e diversos cursos, incluindo Empreendedorismo e Marketing Estratégico, acumula mais de três décadas de experiência no campo do marketing, dedicando impressionantes mais de 30 anos exclusivamente ao setor moveleiro.
Não apenas um especialista em marketing, mas também uma voz respeitada internacionalmente, Carlos Bessa ocupou o cargo de secretário-geral da IAFP (International Alliance Furniture Press).
Além disso, recentemente, ampliou sua atuação ao se tornar consultor empresarial franqueado pela Consulting Now, trazendo ainda mais conhecimento e visão estratégica ao seu repertório.